Se (ou: Sobre Melissas e epifanias)

Quando acontece algo incomum na sua vida – mais para o mal do que para o bem – é comum costumarmos avaliar todas as pequenas ações ou decisões que nos levaram para aqui. Ontem, por exemplo.

Se o Fábio não tivesse hora marcada no contador e eu me oferecido para ir junto,

Se eu não tivesse decidido usar Melissa ao invés de tamanco de madeira,

Se o almoço não tivesse atrasado,

Se a Melissa não tivesse arrebentado,

Se eu não tivesse ligado para casa pedindo que levassem o tamanco de madeira até onde eu estava,

Se minha mãe não tivesse alcançado a Renata a tempo de fazê-la entregar o tamanco para mim antes de sair,

Se eu não estivesse atrasada e por causa disso, tivesse aceito a carona da Renata até o lugar onde fiquei de encontrar o Fábio

Se eu tivesse pedido para a Renata me deixar um pouco mais na frente do lugar onde eu marquei com o Fábio

etc.

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Medo Descoberto

Eu nunca pensei que as pessoas pudessem ter medos sem saber que os têm, até acontecer comigo. Na minha jornada de retorno da Bettegolândia passei mais de quatro horas dentro de um ônibus todo fechado e com um ar condicionado funcionando mal. Eis que um fulano decide fumar no banheiro do busão – uma vez que lei proíbe fumar dentro do ônibus, mas não fala nada a respeito de banheiro.

É óbvio que o ar ficou pestiado com a fumaça de cigarro. Mas hey, o medo recém descoberto nada tem a ver com fumaça de cigarro em ônibus com janelas lacradas! A questão é que, conversando com o Fábio sobre o infeliz que foi o banheiro (que a essa altura já estava sendo xingado pelo ônibus inteiro), falei qualquer coisa sobre “o buraquinho da privada”.

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E acabou!

O problema de você assumir de coração que gosta de uma coisa, é que você estará aberto para todo tipo de coisa: crítica, julgamento, questionamento e, principalmente, tiração de sarro. E isso estranhamente fica mais forte quando o assunto é futebol.

Veja só o caso do Del Piero. Eu tinha lá meus 15 anos quando o vi jogando pela Juve pela primeira vez, e como toda adolescente com muito tempo de sobra, virei fã número um – com todos os micos que essa condição oferece (os quais eu obviamente não revelarei aqui).

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Ai!

Acabo de voltar do salão, onde fui tirar o excesso de sobrancelha (eu invejo as mulheres que não precisam pagar por isso, mas meu astigmatismo não permite que eu faça esse tipo de coisa sozinha em casa). Sabe, ser mulher dói. Pacaceta. E tem coisas meio sem sentido, tipo tirar o excesso de sobrancelha, enquanto tem tanto homem pelas ruas com tarântulas sobre os olhos e que nunca pensaram em ser pinçados para parecerem mais “cute” para as mulheres.

Nessas horas em que começo a reclamar das agruras da vida feminina, sempre lembro de um trecho sobre a Sabina, em A Insustentável Leveza do Ser (my personal bible =P ):

Ser mulher é para Sabina uma condição que ela não escolheu. Aquilo que não é conseqüência de uma escolha não pode ser considerado como mérito ou fracasso. Diante de uma condição que nos é imposta, é preciso, pensa Sabina, encontrar a atitude certa. Parecia-lhe tão absurdo insurgir-se contra o fato de ter nascido mulher quanto glorificar-se dsso.

Éééé… e Deus abençoe a pinça! Abaixo ao sovaco cabeludo! :dente:

Palavras, palavras, palavras…

Nesse último semestre cursei uma disciplina de Tradução e, eu que odiava traduzir, acabei tomando gosto pela coisa. Nós traduzimos textos de autores irlandeses (algum dos quais eu nunca tinha ouvido falar, devo dizer), e nessa tarefa sempre levantamos os problemas da tradução (relativa às escolhas, falta de background para entender um termo utilizado, etc.). Sim, é algo bacana – tão bacana que estou pensando em tirar diploma em tradução também (o que envolveria mais uma monografia além das outras duas que estou fazendo hehe).

Deixando o blablabla de lado, hoje cedo estava dando uma olhada básica no “A Megera Domada” do Shakespeare, com tradução do Millôr Fernandes. A obra já começa com um breve texto sobre ser tradutor que achei bem bacana, mas o mais legal ainda é ver, através das notas do tradutor, a preocupação do Millôr com o texto, como por exemplo em um momento que ele diz:

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Praga de Copa do Mundo

Antes de mais nada: oi, tudo bem? Espero que ainda lembrem de mim. Eu não sei se recordam que dias atrás eu acabei deixando para depois um monte de coisa que poderia ter feito antes, e o resultado vocês já devem saber: passei uma semana dos infernos, cheia de resenhas, provas, seminários e afins – o que explica as poucas atualizações.

Mas enfim… Copa do Mundo, ahn? Brasil em campanha ‘so-so’, mas me tranquiliza pensar que em 94 também não teve nada de espetacular, todo esse bafafá de Ronaldo gordo, Bussunda morrendo, Fátima Bernardes se derretendo para o maridão (Glóóóória Mariaaaa!), etc. É, não gosto menos de Copa do Mundo e estou tentando acompanhar com a mesma empolgação dos anos anteriores. Só que eu não consigo lembrar de nenhuma copa que eu tivesse ficado tão de saco cheio da pergunta: ONDE É QUE VOCÊ VAI ASSISTIR O JOGO?

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AAAAAAARGH!

Eu e o Fábio costumamos assistir muitos filmes de terror, primeiro porque o gênero nos agrada, e segundo – pelo menos na minha opinião – os filmes são em si tão toscos que nunca assistimos criando alguma expectativa, ou seja, se for ruim pelo menos serviu para passar o tempo.

Mas aí vem um treco chamado Viagem Maldita e esculhamba a segurança de nossa escolha. Filme maldito, eu deveria dizer. Com todo aquele alarde de regravação de filme do Wes Craven, ‘versão sem cortes’ e pqp, lixo do começo ao fim. A verdade é que ultimamente o único porto cinéfilo seguro são os clássicos mesmo.

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Ah, é. Esqueci.

Tanto tempo sem ver o Angry Alien e tanta animação nova saiu, que coisa. A minha favorita continua sendo a d’O Iluminado, mas saíram algumas novas muito boas, incluindo versão com bip e sem bip de Cães de Aluguel (uhuu!). Não deixem de conferir =]

Casablanca

Cães de Aluguel (com bip)

Brokeback Mountain

Cães de Aluguel (sem bip)

Et cetera e tal

Um tema sempre recorrente por essas bandas são as tais das traduções horripilantes, e eis que quando vou atualizar minha lista de filmes assistidos em 2006, dou de cara com três casos GENIAIS que eu tinha que registrar aqui.

Antes de mais nada, a versão original de The Haunting – que em 1999 ganhou uma versão horrível com a Zeta-Jones chamada ‘A Casa Amaldiçoada’ – ganhou aqui no Brasil o péssimo título de ‘Desafio do Além’. Continuando na categoria dos filmes de terror, temos o holandês Spoorloos traduzido como ‘O Silencio do Lago’ – detalhe é que não há qualquer lago relevante no filme. Na verdade, NÃO HÁ LAGO.

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Um beijo

Para todos os visitantes de Hortolândia, Francisco Morato, Cocal, Esteio, Três Lagoas, Serra, Cabaceiras, Joinville, Teresina, Recife, Belém, Cambori, Goiânia, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas, Cuiabá, Campo Grande, Brasília, Porto Alegre, Curitiba e Overland Park (alooooou, Kansas!), um beijo para todos vocês e desculpem se o Hellfire não tinha o que você procurava (como ‘club fucas’, ‘uou jogos’ e ‘propaganda lojas disapel’).

Saibam que vocês moram no meu coração, mas que a Anica está em fase turbulenta que durará talvez duas semanas, talvez menos. Como diria Guimarães Rosa, a vida acadêmica é assim mesmo: aperta e afrouxa, sossega e então desenquieta. O que ela quer da gente é coragem.

Não, o Rosa não falou isso sobre a vida acadêmica. Nem acho que a vida acadêmica requeira coragem (talvez litros de café, apenas). Mas enfim, estou passando só para avisar que a falta de atualização diária não significa que o Hellzinho morreu (neváááá!!!).

HmmMuáááááá!