Habilitação

Eu tenho cá para mim que da mesma forma que (teoricamente) precisamos atingir a maioridade e tirar carteira antes de dirigir, deveria existir um tipo de licença para as pessoas falarem – e ouso até dizer conviverem. A burrice e o egoísmo são características congênitas dos seres humanos e muito embora a grande maioria das pessoas saiba dosar um e outro, os acidentes são inevitáveis justamente porque todo mundo fala o que dá na telha, sem calcular as conseqüências.

Agora pense, se existisse uma licença para falar. Na verbo-escola a pessoa aprenderia regras básicas como:

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Voltemos à Intolerância…

Já falei sobre isso algumas vezes no Hellfire antigo, mas tenho amadurecido melhor a idéia então achei interessante colocar aqui. Afinal, é meu blog, e se você lê é porque não tem nada mais o que fazer, então que mal há de ler minhas viagens, né? :dente:

Ok, vamos ao ponto: o mocinho da Universal dizendo para o rapaz Católico que o Deus dele é o verdadeiro Deus, é intolerância. O rapaz Católico condenando uma senhorita pagã (vamos evitar o termo “wiccan”) por ter uma Deusa, é intolerância. O ateu considerando-se intelectualmente superior por não acreditar em Deus algum, é intolerância. O adolescente dizendo que é agnóstico sem saber o que significa isso, é imbecil.

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Natureza Quase Humana

Ok, essa vai para a macharada que lê o Hellfire: afinal de contas, o que vocês pensam em ganhar cantando uma mulher na rua? Sendo mais específica: o que vocês pensam que vão ganhar assobiando, dizendo coisas como “uh, delícia” e por aí vai?

Eu não consigo entender esse tipo de conduta, porque supõe-se que o homem é um animal racional, certo? Sendo racional, porque se arriscar a levar um tapa, um “vá se foder, seu escroto!” e coisas do gênero por causa de uma criatura que provavelmente nunca mais aparecerá na frente dele?

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And there is Death.

Depois que você perde uma pessoa muito próxima, a tendência é que fique com medo de perder outras, não? Bem, no meu caso não foi assim, e acredito que tenha a ver com o fato de ter acontecido muito cedo. Morte não era bem o assunto que passava pela minha cabeça, pelo menos não a morte de pessoas da minha vida.

E então o Puck morreu no ano passado.

E sim, eu sei que ele não é uma pessoa, mas esteve comigo durante nove anos. Além disso, eu gostava muito dele (aquela história de Teresa e Karenin que só quem leu A Insustentável Leveza do Ser pode entender) e acompanhei todo o processo, desde que começou a ficar desanimado até quando não conseguia mais comer. E sério, foi doído paca.

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Traduções Horripilantes

Sim, eu sei que em alguns momentos isso tem mais a ver com marketing do que conhecimento da Língua Inglesa (ok, na maioria das vezes), mas lembrando do que fizeram com Salem’s Lot do Stephen King (falei disso dia desses), fiquei aqui pensando no show de horrores que fazem com títulos de filmes por aqui.

Um exemplo é:

1999 – In Dreams virou “A Premonição”
2000 – Final Destination virou “Premonição
2001 – The Gift virou “O Dom da Premonição

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Nós, os fetichistas.

Breve relatos sobre o fetiche na vida de amantes dos Livros:

1. Carla*, jovem com problema de visão acaba sendo proibida de ler. Tem no quarto uma prateleira com alguns livros, os quais a mãe sempre conferia para saber se ela não estava burlando as ordens médicas às escondidas. O que a mãe não sabia, é que ela tinha criado um sistema: dez livros novos eram comprados, os outros dez antigos substituídos. E com isso Carla conseguiu acumular mais de três mil livros.

2. Pedro*, sujeito que após vencer concurso de Literatura, comprou um apartamento novo com uma única finalidade: guardar seus livros. Obcecado, tem todas as edições possíveis dos livros mais “importantes”. Na verdade, costuma ter mais de um exemplar de cada edição.

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Os Nerds Também Amam

Bom, eu não comento sobre esse meu lado negro por aqui, mas enfim, eu costumo responder dúvidas de usuários no Helpdesk da Valinor. E o fato é que o tal do Helpdesk está sempre lotado de spams (que apago eventualmente junto com dúvida de usuário 😳 ). Aí hoje fiquei reparando no que normalmente colocam no ‘assunto’ e bem, eu estou achando que os spammers contam com a carência e solidão do nerd para chamar a atenção.

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Amor: Humor

(Ok, o título não tem muito a ver, mas eu não podia deixar de citar essa poesia do Oswald de Andrade.)

Depois do comentário do Calvin sobre o trecho do diálogo que coloquei de Rosencrantz e Guildenstern estão mortos, me dei conta de como existe uma sutil diferença entre as comédias nonsense mas inteligentes e as comédias que são simplesmente estúpidas (o caso do Dude, Where’s my Car? que ele citou).

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Sintomas de velhice

Acho que só percebemos que envelhecemos quando nos damos conta que coisas que antes achávamos o máximo são um saco. Ou quando você consegue imaginar o tom irritante que costumava usar ao falar só ao ler seu diário, recheado de “Tipo…”, “Fiquei de cara…” e “Nunca mais vou fazer isso…” (expressão contrariada pelo dia seguinte). Ahn, enfim. Acho que finalmente posso me livrar dos meus diários. Nas palavras da grande Alice Ruiz

sem saudade de você
sem saudade de mim
o passado passou enfim

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O Homem Invisível

Fui na Ghignone comprar minhas hqs do mês e acabei trombando com uma versão em Inglês de “O Homem Invisível” do H. G. Wells a um precinho beeeem camarada. Ok, eu compraria mesmo que o preço não fosse camarada, anyway, estou lendo.O que eu acho mais interessante a respeito da história criada pelo Wells, ou ainda, pela personagem criada (o Griffin) é o que se pode pensar sobre como funciona a moral humana.

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