Hard Candy

Estava lá tomando minha dose diária de contato com o resto do mundo lendo as manchetes do G1, e aí fico sabendo que a família da menina de 13 anos que morreu em um motel em Porto Alegre sabia do relacionamento dela com o senhor professor de música dela. Sei que isso soa extremamente moralista, mas não consigo deixar de ficar chocada.

Na realidade, desde que fiquei sabendo do caso, lembrei de um filme que comentei por essas bandas há uns tempos atrás, o Hard Candy (me nego a dizer “Menina má.com”). A certa altura do filme, a menina (de 14 anos) diz para o homem (de 32) que a convidara para ir para a casa dele qualquer coisa como “Não é porque uma menina consegue imitar uma mulher que ela tem maturidade para agir como uma mulher“. Ou algo do gênero, quem souber a citação correta por favor me corrija.

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O Monstro de Olhos Verdes

Othello-Delacroix.jpgAssim: eu sou uma pessoa MUITO ciumenta, tenho ciúmes até quando a Miu lambe o Fábio e não eu. E não, eu não me orgulho disso, sei que é um sentimento meio torto de quem acha que amor é posse e blablablabla. Mas eu não estou conseguindo entender são os últimos casos que apareceram no jornal recentemente, relacionados à isso.

Primeiro vem o locão e seqüestra um ônibus por causa da ex, aí vem outro doido que dá seis tiros na cabeça da mulher que, milagre dos milagres, sobrevive. Aí então vem essa: por ciúme, homem atropela (e mata) mulher na frente dos filhos.

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The things you own end up owning you

Vicente costumava dizer que O Clube da Luta não é um filme, é uma lição de vida. Por muito tempo não estava muito certa se realmente havia essa elevação de um para outro, mas ultimamente tenho pensado tanto em algumas falas que, sei lá.

This is your life, and it’s ending one minute at a time.

Sempre soube que não seria exatamente o tipo “artista alternativo”, vivendo de arte (mesmo porque não sou idiota e sei que viver de arte no Brasil é missão impossível), mas nunca, NUNCA imaginei que entraria nessa roda-viva do “trabalhar para ter as coisas”. Toda minha vida fui tão desligada disso, achando que dinheiro era papel que servia pra comprar aquelas outras coisas de papel (livros, antes que eu me esqueça)…

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Halloween

Estava vendo uma polêmica no G1 sobre fazerem do dia 31/10 o “Dia do Saci”. Nada contra a idéia de “dia do saci”, mas sempre considerei essas “nadadas contra a corrente” meio idiotas – especialmente quando incluem imposição por alguma lei bizonha. É como aquela lei anti-estrangeirismo na Língua Portuguesa: faz parte da nossa cultura, somos assimiladores compulsivos, precisamos de coffee breaks e websites para curar nossa baixa auto-estima com relação ao pessoal “de fora”.

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Ralf, não coma a cola!

Sempre que retorno à condição de professora, tenho que lidar com essa triste realidade: a decepção faz parte do meu trabalho. Não é decepção de ter um chefe que não reconhece seu valor (minha chefe é gente boníssima), de ter um ambiente de trabalho ruim (eu dou boas risadas nos intervalos) ou coisas do gênero.

É a decepção de qualquer professor: a de ter que encarar o fato de que nem todo mundo está a fim de aprender. Eu sei que é algo bastante óbvio, mas acho que para mim a obviedade disso funciona tal e qual a de que precisamos colocar o verb to be para construir a voz passiva, mas eles não o fazem. Eu sou uma pessoa fascinada por conhecimento, do tipo que fica toda animada com Gramática Categorial por ver “algo de diferente”. Para mim, aula é sinônimo de oportunidade.

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A alma nasce velha e se torna jovem. Esta é a comédia da vida.*

Fico cá lembrando de quando tinha meus 15, 16 anos e então aparecia alguém mais velho para conversar e, por me considerar uma pessoa ‘xóvem’, usava altas gírias descoladas durante o papo – gírias que poderiam ser “descoladas” no tempo dele, mas que para mim soava como qualquer coisa tipo “É uma brasa, mora?”. Enfim.

Olhava para o tiozinho com um desdém típico e pensava: vou envelhecer bem, porque nunca vou ficar por fora das novidades, e nunca vou esquecer o que é ser jovem. Mas sabe como é, certezas o tempo leva (e agora sim estou soando como uma velha)…

Dias atrás minha sobrinha estava louca da vida porque alguém estava “xingando” a menina de emo. Então me dei conta: estou por fora. Perdi o bonde e até agora não consigo entender como surgiu esse ódio aos emos, pelo menos não da mesma forma que lá no início dos 90 eu entendia porque o pessoal do skate não gostava de “grunges”.

Blé, talvez esse seja o momento ideal de tomar cuidado ao falar com pessoas “xóvens”…

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* Citação básica do Wilde, que continua da seguinte maneira: … o corpo nasce jovem e envelhece. Essa é a tragédia da vida.

Fófinhers do mundo

Saiu notícia de que a Coca-Cola lançará uma bebida que ajuda a queimar calorias. Tá aí algo para se pensar. Deixando de lado o fato que você tem que tomar três latas do negócio para eliminar míseras 100 calorias (um filé de frango grelhado bate mais ou menos nessa casa), não deixa de ser interessante que eles estejam colocando no mercado algo que, bem, que não engorde.

Enfim, o tal do Super Size Me acabou rendendo algumas modificações, não? Uma ida ao Tio Ronald para conferir. Cheio dos produtos saudáveis, tabelas de calorias e afins. Tabelas de calorias na caixa dos sanduíches não são uma boa idéia, btw. Gostava quando ficavam na parede e eu só via quantas calorias tinha o negócio se eu quisesse, de forma que só ficava com peso na consciência pelas 800 e tantas calorias do Big Tasty se esquecesse que aquela tabela na parede não tinha um conteúdo divertido.

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Much Ado About Nothing

Tenho visto bastante matéria envolvendo o Orkut atualmente. A semana ficou marcada por dezenas de comunidades apagadas – todas de temas bastante variados, partindo desde “Heloisa Helena” até “Skol”. Depois disso, chuva de multas para o Google por não tirar outras comunidades do ar. E hoje dou de cara com a notícia: Barrichello tira comunidades ofensivas do ar.

😮

Oook. Eu até concordo que o clima “terra de ninguém” não estava funcionando, é só ver a caca que deu com aquela história do rapaz que pediu informações sobre uma ‘arma para matar alguém’ em comunidade de armas (na qual foi respondio, deusdocéu). Mas a coisa já está começando a sair dos trilhos, não?

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Alive & Kicking

Sim, eu sei que tenho dado umas sumidas um tanto espaçadas. Mas se o Hellfire for morrer, prometo que aviso antes. Por enquanto não é minha intenção, até porque se você for procurar por Hellfire Club no Google, adivinha que está em primeiro? Tchamtcham.

Aproveitando o momento eu, eu mesma e o Hell – obrigada aos visitantes novos que têm deixado elogios em scraps no orkut e afins. Blog é um negócio esquisito, você escreve sob a ilusão hipócrita que é só “pra botar pra fora” ou “expôr as idéias”, mas é óbvio que todo blogueiro gosta de ser lido. Caso contrário, escreveria num diário, não em um troço na internet.

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Ideologia emburrece (e a Veja também)

Como a maioria de vocês não deve saber, estive fora nesse final de semana, visitando os sogros e vendo um super show pirotécnico (que envolvia até foguetes que estouravam tipo borboletinhas, super Gandalf aquilo, fiquei imaginando quando apareceria o dragão). Enfim, lá por bandas Betteguenianas eu li uma Veja antes de dormir. Uou, eu sou meio esquecida e nem lembro do número – acho que é da semana anterior, com a reportagem de capa sobre tipos de pele (aliás, em ano de eleição é super importante saber que você tem pele oleosa, firme e sensível, né?).

Bom, apesar de ser a Veja, a revista teve um momento interessante: abriu com uma entrevista com uma filósofa-cientista-social-ou-algo-que-o-valha que afirmava que bem, ideologia emburrece. Agora você sacou o motivo do título, nééé? A idéia dela tinha mais a ver com política, ser de esquerda ou direita, e afins.
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