E no busão…

Voltando da reunião da comissão de formatura, em pleno domingo ao meio-dia, estou lá, querendo chegar logo em casa. Eis que em determinada estação, embarcam três senhôuras que vêm sentar perto de mim. Logo após se acomodarem, uma delas continua a conversa que provavelmente já fora iniciada no tubo:

Aí foi ficando tarde, e a gente não tinha como voltar. Eu não conheço nada de João Pessoa e estava lá perdida de noite. Aí nós começamos a rezar, pedimos para Deus que arrumasse um jeito para voltarmos. Então, do nada, apareceu um carro, fez a curva e parou na nossa frente. Sabe aqueles carrões do ano, novinho em folha? O moço abriu a porta e mandou a gente entrar. (etc.)

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Um alarme tocando há mais de uma hora…

… ali embaixo. E entre perguntas como “Cadê o lazarento do dono do carro para desligar isso?” ou ainda “Será que o cara morreu dentro do carro?”, fico cá pensando sobre a real necessidade desse equipamento. Sério, uma hora com o troço tocando, e aposto que se alguém pensou em chamar a polícia, foi só para que dessem um fim no carro (e no alarme chato).

Ninguém mais dá bola para essas coisas. Não tem aquela história sobre caso você seja assaltado na rua é para gritar Fogo! e não Socorro! porque na segunda situação não haveria uma alma para te socorrer? Pois é. “Então erguemos muros que nos dão a garantia de que morreremos cheios de uma vida tão vazia” (eu não gosto de Engenheiros, mas gosto desses versos).

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Coisas de Curitiba…

Então, sabem o show do Chico a 280 reais a inteira? Poisé. Estava escutando as notícias na CBN agora pouco e tem lá um sujeito entrevistando o pessoal que está comprando os ingressos na fila do Guaíra. Uma das entrevistadas estava (finalmente) alcançando o guichê às 15h (um dos quatro disponíveis para vááááários curitibanos sedentos de Chico), sendo que chegou na fila às 8 da manhã. Tinha também o rapaz que era o último da fila, que estava torcendo para que caísse uma chuva, as pessoas desistissem e ele conseguisse ingresso (e de fato, começou a chover agora pouco). Tinha outra garota que estava lá desde cedo, reclamando que os seguranças não conseguiam evitar que pessoas furassem a fila. A moça da rádio ainda alertou que mesmo que a diretoria do teatro tivesse liberado a venda de apenas dois convites por pessoa, era certeza que os cambistas dariam um jeito de conseguir os deles e vender a preços absurdos (como se 280 já não fosse absurdo, há, há). Enfim, um alvoroço.

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Muita fé

Estava lembrando de um zine que ganhei certa vez, acho que era O Berne, ou coisa assim. Entre várias histórias, tinha uma na qual aliens queriam descobrir as riquezas da terra, e acabam relacionando riqueza com fé, e por causa de um engano gramatical definem que “muita riqueza” (muita fé) seria o mesmo que “fezes”.

Era algo mais ou menos assim, memória tá fraca e eu não sou boa nesse negócio de contar piada, que dirá piada em quadrinhos. O fato é que ontem, após assistir o documentário Jesus Camp, notei que a relação entre fé e fezes não parece ser só um equívoco gramatical.

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OHDEUSPRECISOOPINARSOBREISSO

Então, né, Cicarelli em mais uma confusão: o blog ligado à música da revista Wired publicou um post entitulado Brazilians Prostitutes Turn On iPod (trocadilho entre o “excitar” e o “ligar”). Bla bla bla, video com prostitutas rolando em mp4 bla bla bla… Não chamaria muito a atenção, não fosse um detalhe: o post foi ilustrado por uma foto da Cicarelli. 😆

O G1 em um gesto super elegante entrou em contato com o pessoal da Wired explicando as implicações da utilização da foto e, obviamente, eles retiraram do ar. E apagaram TODOS os comentários feitos anteriormente por brasileiros, então não sei o grau da zoação que rolou ali.

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Mentirinhas sociais

Não que seja alguma novidade que as pessoas mentem para fazer um social, isso deve acontecer desde que o homem começou a se comunicar. Mas saiu recentemente uma pesquisa bem interessante, comentando que cerca de 40% dos britânicos mentem que leram determinados livros, só para fazer parte de uma conversa.

O mais bacana é a lista dos 10 livros… parafraseando Veríssimo*… mais citados e menos lidos. A escolha dos títulos é até bastante democrática, digamos assim. Segue aí o top10 da mentirinha:

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Doze mil royals

Foi mais ou menos por essa quantia que um surfista vendeu a própria vida no eBay. O pacote incluía nome, telefone, fotos de infância, prancha e afins. No final das contas, ele garantiu ao comprador que os amigos seriam dele também, e que ensinaria o cara a fazer coisas que ele sabia, como a surfar, escalar e plantar bananeira.

Eu desconheço o aspecto legal da coisa, mas fico cá pensando nessa aula de desapego ao material que o surfista deu. Pode ser aula de coisas que você não deveria fazer no computador depois de beber também, mas vamos nos fixar na primeira hipótese.

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Citação nérdica básica:

There is still hope.

:mrpurple:

Pois lembram quando comentei por essas bandas que a média de leitura do brasileiro era de dois livros por ano? Pois bem. O Metz lá do Fórum Valinor criou um tópico no qual as pessoas diziam quais livros (ou seja, quantos) tinha lido no ano de 2006. Hoje ele fechou as contas e deu lá:

O usuário do Fórum Valinor lê 14,4 livros por ano – sete vezes a média geral do brasileiro não-nérdico e duas vezes o que se lê na França. Isso que eu nem atualizei a minha lista lá :dente:

Trocando em miúdos: enquanto existir nerd nesse mundo, eu sei que não morrerei de fome. Ueba!

(Obs: Se você quer dar uma lida no tópico do qual falei, é só clicar aqui.)

Então é (quase) Nataaaal…

O Natal seria infinitamente mais bacana se acontecesse em julho – em um invernão de lascar. Não falo nem sobre vivermos um “natal europeu”, até porque não neva por essas bandas, independente da estação do ano. Mas pqp, sair para comprar presente com esse calor dos infernos é de matar.

Na realidade, parece que nessa época do ano acontece aqui na cidade um congresso de sem-noções, que aproveitam o tempo livre para “passear” e, além disso, uma revolta generalizada dos aparelhos de ar-condicionado, que simplesmente pifam. Fila, calor… isso não é natal. Ano que vem só compro presentes em lojas virtuais.

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Sombras

Este é mesmo um mundo de duplos, e para toda estrela há pelo menos uma sombra rondando. O fulaninho faz quadros geniais baseado nas idéias que um amigo tem, e este amigo é esforçado, mas não chega aos pés do outro: sombra. A fulana brilha na apresentação de um trabalho de escola, que na realidade foi a colega calada que escreveu: sombra. Elas estão sempre aí, e na maioria das vezes vivem uma luta entre o não exigir e o querer o reconhecimento.

Algumas sombras simplesmente se acomodam, aprendendo a colher os frutos largados pela estrela que acompanha. Tornam-se vampiros, sugando o que a estrela oferece de melhor e esperando que um dia, um belo dia… essa estrela caia, e ele seja “finalmente” reconhecido. Outras passam a vida remoendo os inúmeros sucessos que a estrela “roubou” – a relação chega a tal ponto que beira a um ódio amistoso, o que, até pouco tempo, achava que fora muito bem ilustrado em Amadeus.

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