Poeirinha básica

Como os mais assíduos devem saber, há uns dois anos que eu faço uma Filmes que tenho vergonha de não ter assistido ainda. A maioria dos títulos são clássicos do cinema, dos quais muito se fala. Se fosse só pelo que falam, eu até nem chegaria no ponto da ‘vergonha’. Mas invariavelmente, quando corto assisto um filme dessa lista, penso CARACA, POR QUE DIABOS NÃO VI ISSO ANTES E GASTEI MEU DINHEIRO COM TOMB RAIDER, VELOZES E FURIOSOS E VAN HELSING?!!

Não que Cinema só valha a pena quando é inteligente, bem feito e bem, arte de fato. Eu gosto do entretenimento também. Mas que dá um peso na consciência ter passado tantos anos sem ver alguns filmes, dá. Por isso elaborei um top 5 especial esse mês, é o top5…

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Sobre o Oscar

(post rápido)

Antes de mais nada, PUTAQUOPARIU, REDE GLOBO! Compram o direito de transmissão do Oscar, fazem o maior alarde e aí não podem adiantar um pouco o Fantástico e diminuir um tanto a m* do Big Brother para passar a cerimônia desde o princípio? Aquilo ali foi ridículo, pior do que esse papelão só mesmo a droga da tradução simultânea (a tradutora não conseguia terminar nenhuma frase, não dava para entender o que o cara dizia, etc.) e a total ausência de uma opção de sap ou afins.

Sobre o Oscar mesmo, pouca surpresa, a não ser o caso do “Crash” (que como vocês devem ter observado no post anterior, era minha segunda opção – apesar de eu ainda achar que quem realmente merecia levar era o “Boa Noite e Boa Sorte“). Os prêmios para “Memórias de uma Gueixa” só comprovaram minha teoria de que o filme é bonitinho mas ordinário. etc, etc, etc. Mas vamos lá, no final das contas é como dizia aquele site especializado: não é quem você quer que ganhe, mas quem vai ganhar. :dente:

Pitacos

Só para deixar registrado, o que eu acho que vai rolar no Oscar essa noite:

Filme
1 O Segredo de Brokeback Mountain
2 Crash – No Limite

Diretor
1 Ang Lee – O Segredo de Brokeback Mountain
2 George Clooney – Boa Noite, e Boa Sorte.

Ator
1 Philip Seymour Hoffman – Capote
2 Joaquin Phoenix – Johnny e June

Atriz
1 Reese Witherspoon – Johnny e June
2 Felicity Huffman – Transamerica

Ator Coadjuvante
1 Paul Giamatti – A Luta Pela Esperança
2 George Clooney – Syriana

Atriz Coadjuvante
1 Rachel Weisz – O Jardineiro Fiel
2 Catherine Keener – Capote

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Dramalhão oriental

Sabe aquele filme que tecnicamente é perfeito, todos os elementos trabalham de forma coesa para criar um efeito maravilhoso mas aí quando vamos ao enredo… nada. Memórias de Uma Gueixa é examente assim: bonitinho, mas ordinário. Repleto de momentos esteticamente lindos, mas oco.

A história de Chiyo, desde o momento que foi vendida ainda criança e de como tornou-se uma gueixa tinha absolutamente tudo para fugir do dramalhão convencional, mas acaba caindo na armadilha do “garota judiada que dá a volta por cima em nome do amor”. Soa à novela mexicana? Bom, para mim soou. Faltou apenas aparecer uma gêmea malvada da protagonista, e personagens com mais de dois nomes.

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Oscar: time will tell

Acompanhar o Oscar é coisa de masoquista, só pode. Ou gente que tem um gosto enorme para ser contrariada. É impressionante como o senso comum nunca bate com as opiniões da dita “Academia”, e filmes que mereciam todo tipo de reconhecimento simplesmente passam batido. Um exemplo? Good night and Good luck é muito superior (em todos os sentidos) ao Crash, mas é certeza que o segundo será o grande vencedor desse ano.

Porém, há uma pequena vingança para os mais pacientes: o tempo é implacável, e os que não eram merecedores são lançados ao esquecimento, quando alguns que sequer foram indicados continuam sendo favoritos de muitas pessoas, mesmo anos depois. Como sou legal (e ainda estou de férias), resolvi fazer uma lista de pequenas injustiças que o tempo já arrumou.

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Piores filmes, piores títulos

Eu estava dando uma olhada na lista dos 100 piores filmes no IMDB, já esperando encontrar uma bizarrice ou outra. Mas WTF? Não basta o filme ser ruim eles ainda precisam escolher títulos ruins? Acha que estou exagerando? Então dá uma olhada em alguns títulos que eu separei:

  • Santa with Muscles (1996)
  • Hercules in New York (1970)
  • The Barbaric Beast of Boggy Creek, Part II (1985)
  • E os meus favoritos:

  • 2001: A Space Travesty (2000)
  • Santa Claus Conquers the Martians (1964)
  • The Incredibly Strange Creatures Who Stopped Living and Became Mixed-Up Zombies!!? (1964)
  • Confesso que fiquei curiosa para ver :dente:

    Brokeback Mountain

    Assisti nesse último final de semana O Segredo de Brokeback Mountain e confesso que estava com um pé atrás antes de começar a ver. Sabe como é, na minha cabeça o bafafá todo era por causa das personagens homossexuais (sobre isso falarei um pouco ali para frente). A questão é: independente de ser uma história de amor gay, é uma história muito bem conduzida.

    Os dois atores estão ótimos, especialmente o Heath Ledger (bem, eu estava acostumada a vê-lo em filmes teens que não exigiam muito da atuação dele). E sabe, é foda você contar uma história de tal forma que o mais importante não seja que os dois cowboys machões são na verdade gays, mas contar a forma como um gostava do outro.

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    Ultraje

    Das lembranças que eu tenho de infância, eu lembro sempre de uma vez que eu, meu pai e meu irmão estávamos dentro do carro no estacionamento do supermercado, esperando minha mãe fazer compras. Aí começamos a cantar:

    O meu chiclete faz ploc
    O seu chiclete faz bum
    O meu chiclete faz ploc
    O seu chiclete faz bum
    Bum bum bundão
    Bum bum bundão
    Bum bum bundão…

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    Caça às Bruxas

    Não sei se vocês já tiveram a oportunidade de assistir (ou ler) a peça do Arthur Miller, The Crucible (conhecida aqui como As Bruxas de Salem). A peça é baseada nos eventos que de fato ocorreram em Salem em 1692 (a famosa “caça às bruxas” que todos conhecem bem), mas ele usa esses acontecimentos como alegoria para algo que acontecia em seu tempo: o Macartismo.

    Não deixa de ser genial, dentro de sua proposta: uma crítica à atmosfera de medo criada, de como esse terror beneficia alguns e paralisa outros. E, principalmente, de como o terror tolhia os americanos do que eles consideram sua característica mais importante, a liberdade. Nas próprias palavras do Miller:

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    Natureza Quase Humana

    Ok, essa vai para a macharada que lê o Hellfire: afinal de contas, o que vocês pensam em ganhar cantando uma mulher na rua? Sendo mais específica: o que vocês pensam que vão ganhar assobiando, dizendo coisas como “uh, delícia” e por aí vai?

    Eu não consigo entender esse tipo de conduta, porque supõe-se que o homem é um animal racional, certo? Sendo racional, porque se arriscar a levar um tapa, um “vá se foder, seu escroto!” e coisas do gênero por causa de uma criatura que provavelmente nunca mais aparecerá na frente dele?

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