Catherine O’Hara

Vocês pensem só na coincidência. Ontem a tarde assisti Onde Vivem os Monstros e bem, como sempre fato dei uma olhadela nos créditos (há, sempre lembro do Homer no filme dos Simpsons, falando “Essas pessoas trabalharam duro só para terem seus nomes lidos!” ou algo que o valha). Aí é noite assisti Penélope e de novo assisti aos créditos. Não, a coincidência não foi essa seu bobo. Isso se chama HÁBITO. A coincidência é que nos dois filmes constava a Catherine O’Hara nos créditos: no primeiro fazendo a voz de Judith, e no segundo como a mãe da protagonista. Legal, né?

Hehe, deixe quieto, foi a deixa para comentar sobre esses dois filmes mesmo. Não que ambos sejam maravilhosos e imperdíveis (por falar nisso, Moon está chegando direto nas locadoras como Lunar, se não viu ainda, veja, porque esse é imperdível), mas são uma boa dica para quem não tem muito o que ver. E ainda dá para prestar um tributo para Catherine O’Hara, que marcou presença na infância de muitas pessoas ao som de Day-O no filme Os Fantasmas se Divertem (se não lembra, clica aqui) e também como a mãe de Kevin em Esqueceram de Mim. Mas ok, vamos aos comentários.

Continue lendo “Catherine O’Hara”

Entidade Paranormal

Um dos sucessos do final do ano passado foi o filme Atividade Paranormal. Lembrando que sucesso não qualifica algo como bom, de qualquer forma o retorno desse filme independente (gravado na casa do próprio diretor em apenas dez dias) chega ao absurdo: dos $15.000 o filme lucrou já na primeira semana de estreia (só nos Estados Unidos) $9.1 milhões. E mesmo aqui no Hellfire, desde que o filme chegou ao Brasil, o post que escrevi teve mais de 2.000 leitores diários1 , todos querendo saber se a história é real ou não, querendo meter o pau no filme dizendo que não sentiram medo algum e yadda yadda yadda.

E aí Fábio chega para mim e diz “Ana, procura sobre Paranormal Entity no IMDb para ver se vale a pena assistir”. Fui procurar e não tinha nada. Pensa só, um filme que nem consta no IMDb, quando até Super Xuxa Contra o Baixo Astral está lá. Ok, começamos a procurar pela internet por sinopses e bem, o fato é que o que poderia ser traduzido por aqui como “Entidade Paranormal” segue a mesmíssima premissa de Atividade Paranormal. Sujeito resolve filmar o que acontece em sua casa à noite, fantasmas e talz.

Continue lendo “Entidade Paranormal”

Pá-pum cinéfilo (parte IV)

Ahhh, as férias! Aquele momento que dá para colocar em dia todas as pendências literárias e cinéilas sem qualquer culpa do tipo “Deveria estar fazendo outra coisa e não isso!” Pois bem, esse ano são mais curtas mas de qualquer forma já deu para conferir alguns filmes e retomar o Pá-pum cinéfilo das férias de 2009. Alguns eu vi no final do ano passado e não cheguei a comentar por aqui, então estou aproveitando o espaço, hehe. Para quem quiser dar uma olhada, você pode conferir aqui a primeira parte, segunda parte e terceira parte. Então vamos ver o que temos aqui.

The House of the Devil (2009): Ainda não tem data de estreia no Brasil, nem título em português. O que é uma pena, porque é um bom filme de terror, com a tensão chegando ao máximo em alguns momentos. Mas o mais bacana é o toque retrô, que fará com que o mais desavisado pense que está assistindo produçãoo do final dos 70 ou começo dos 80. A história gira em torno de uma menina que precisa desesperadamente de dinheiro, e bem, sabemos que isso só pode dar caca. Ela vai trabalhar de babysitter em uma casa com gente esquisita que está indo para uma festa estranha (há!) e bem, é ver para entender. Vale no mínimo como curiosidade para os fãs de horror.

Continue lendo “Pá-pum cinéfilo (parte IV)”

Desejo e Reparação

Eu tenho cá minhas birrinhas pessoais sobre alguns filmes. Veja o caso de Desejo e Reparação, que chegou nos cinemas do Brasil no começo do ano passado e que só fui conferir agora. Inspirada em uma obra de Ian McEwan (um dos queridinhos da crítica atualmente, devo dizer), eu resolvi deixá-lo completamente de lado por causa da “sacada” da distribuidora do filme de lançar o filme com um título bem “Austeaniano”, tentando estabelecer uma relação com a atriz principal, Keira Knightley, que tinha conquistado corações como Elizabeth Bennet um ano antes.

Bobagem, eu sei. Mas a curiosidade era grande, então ainda em 2008 resolvi ler Reparação (Atonement em inglês), até por causa dos diversos elogios à obra. E o livro realmente me agradou, lembro que fiquei encantada com o trabalho do McEwan com as personagens (aquela coisa de serem reais, não caricatas) e mais ainda com a conclusão e todo o significado sobre a arte de escrever que ela trazia. Mas não foi uma leitura que, digamos assim, mudou minha vida.

Continue lendo “Desejo e Reparação”

Donnie Darko

Sim. Eu AINDA não tinha assistido, não sei bem a razão. Não foi por falta de indicação, nem de curiosidade, só não tive oportunidade mesmo. Aí para celebrar o início das minhas férias resolvi FINALMENTE conferir Donnie Darko, produção independente de 2001 com roteiro e direção de Richard Kelly (que agora é apontado como produtor da versão cinematográfica de Pride and Prejudice and Zombies). No papel que dá título ao filme temos Jake Gyllenhaal já surpreendendo antes de ser um cowboy em Brokeback Mountain.

O enredo é até bastante simples: um jovem com problemas mentais encontra numa noite um sujeito vestido de coelho (Frank) que anuncia para ele que o mundo acabará em 28 dias, 6 horas, 42 minutos e 12 segundos. Como saiu da cama para ouvir o que Frank tinha a dizer, Donnie é milagrosamente salvo de um acidente envolvendo uma turbina de avião que acerta em cheio seu quarto. Ok, eu sei que isso parece um tanto bizarro, mas convenhamos, ainda assim é simples. Continue lendo “Donnie Darko”

Os melhores filmes de 2009

Resolvi fechar minha lista de filmes desse ano um pouco antes, primeiro porque as semanas seguintes eu não poderei garantir que estarei online (sabe como é) e segundo porque o único lançamento desse ano que ainda quero ver é Avatar, e eu ainda acho que não vou gostar. O que me deixou surpresa esse ano não foram bem os filmes em si, mas bem, o fato de que essa é meu 6º top10 de filmes.  Se tivesse feito em dezembro de 2003, seriam 7. Hellfire já tem chão, ahn?

Para quem ficou curioso, aqui você pode conferir as listas de 2004, 2005, 2006, 2007 e 2008. E para 2009 o que temos (e espero que nem precise lembrar que é uma lista pessoal, então é bem previsível que você discordará do que verá aqui) começando do 10º até o primeiro lugar é o seguinte:

Os que ficaram de fora:

11. Arrasta-me para o Inferno
12. O Curioso Caso de Benjamin Button
13. O Lutador
14. Quem quer ser um milionário?
15. A Verdade Nua e Crua
16. Paris
17. Frost/Nixon
18. Evocando Espíritos
19. Coraline e o Mundo Secreto
20. Ele não está tão a fim de você
21. Lua Nova
22. Livro de Sangue
23. Matadores de Vampiras Lésbicas
24. The Spirit
25. Atividade Paranormal
26. A Órfã
27. 17 Outra Vez
28. Nick e Norah – Uma Noite de Amor e Música
29. Dia dos Namorados Macabro
30. Marido por Acaso
31. Noivas em Guerra
32. Sexta-feira 13
33. Presságio
34. Garota Infernal
35. Anjos da Noite – A Rebelião
36. Alma Perdida
37. Pagando bem que mal tem?

Uma vida sem regras (How to be)

Art é um perdedor, em todos os sentidos possíveis da palavra. Abandonado pela namorada, cobrado por pais que de certa forma se envergonham pela falta de perspectivas do filho, com um subemprego e bem, ele manda muito mal naquilo que mais gosta de fazer (música). Sempre envergonhado, escondendo o rosto atrás de um cabelo ridículo e com os ombros baixos de quem carrega um peso enorme só de viver em um mundo que não o aceita e enquanto ele precisa desesperadamente dessa aceitação.

A personagem em questão é protagonista da produção inglesa independente Uma vida sem regras (How to be), que chegou ontem aos cinemas nacionais. O que surpreende não é exatamente a personagem em si, já que o cinema conta com uma infinidade de personagens assim. A questão é que Art é interpretado pelo tchotchó do momento, Robert Pattinson. Continue lendo “Uma vida sem regras (How to be)”

Rapidim:

  • Moon chegará em janeiro do ano que vem no Brasil direto em DVD. Sim, é triste, mas poderia ser pior né. Ah, sim, o título em português ficou como Lunar.
  • Contos Completos da Virginia Woolf por 29 reais de novo na Saraiva. Eu aproveitaria, se fosse você.
  • Aparentemente Zombieland terá continuação. E não só uma continuação, será também em 3D. Lembrando que o primeiro (hehe) ainda não chegou no Brasil (estreia prevista para janeiro do ano que vem).
  • Eu já comentei que estou apaixonada pela banda White Lies? O engraçado é que a música que mais gostei (Death) já tocou em mais de um lugar (não que Vampire Diaries e Jennifer’s Body sejam uma boa referência, mas de qualquer forma…). Enfim, caso não conheça, escuta lá.

(500) Dias Com Ela

O bacana de alguns filmes é que mesmo que apresente personagens bastante atípicas, ainda assim conseguem fazer com quem está assistindo acabe se identificando com o que elas estão vivendo. É o caso de (500) Dias com Ela, que estreou nos cinemas brasileiros na semana passada. Summer é a soma dos sonhos de qualquer nerd, e como qualquer ser idealizado é claro que foge da realidade. Mas as ações dela não são muito diferentes das de qualquer pessoa que busque ser feliz, e é daí que surge a identificação imediata com a personagem.

O filme começa com um aviso que não trata-se de uma história de amor. E não é, não no sentido que esperamos quando assistimos a algum filme que tenta contar esse tipo de história – do mocinho se apaixonando pela mocinha, passando por dificuldades e então ficando juntos no final. Mas é de certa forma uma história de amor, sim. De como podemos nos confundir sobre o que esperamos daqueles que amamos ou que julgamos amar, para ser mais precisa.

Tom é um sujeito que trabalha como escritor de cartões de aniversário. Ele cresceu ouvindo música pop (alou, Rob Fleming?) e vendo filmes como A Primeira Noite de um Homem, e bem, tornou-se um romântico sem grandes sucessos amorosos. Até que conhece Summer no escritório. A menina é linda e aparentemente inantingível, mas um dia começa a conversar com ele (que está ouvindo There’s a Light That Never Goes Out dos Smiths, segunda referência em menos de um mês a essa música que eu achava que era só minha, humft!). E aí eles ficam juntos, com Summer deixando bem claro que não acredita no amor e Tom lutando para aceitar a condição de ser só o amigo-que-beija dela.

É evidente que toda a tensão da história se constrói sobre o que Tom espera de Summer, e o que obviamente ela não oferecerá. De qualquer modo, o filme prende sua atenção mesmo com você sabendo o que está por vir: talvez porque todo mundo já esteve também no lugar de Tom, insistindo em um relacionamento por acreditar que aquela é “a” pessoa de sua vida, mesmo que falte a essa pessoa um pequeno detalhe: retribuir o sentimento.

Filme bacana, até porque foge do formato comum das comédias românticas – veja o caso dos flashforwards, que em alguns momentos até emprestam graça, junto com a repetição de alguns elementos só que em contexto diferente, como quando Tom começa a dizer que odeia tudo que dias antes amava em Summer. Vale a pena aproveitar e conferir enquanto ainda está em cartaz. Até porque tem toda aquela pinta de ser o alternativo fofo queridinho do ano.

Zombieland

O bacana dos filmes de zumbi é que eles não precisam necessariamente serem filmes de terror. No sentido de sangue jorrando, tripas voando e outras nojeiras, aí é óbvio que sim. Mas de quando em quando um sujeito pode contar a história não de modo a provocar medo, mas riso. É exatamente o caso de Zombieland, filme que provavelmente chegará aqui no Brasil no dia 04 de dezembro mas que já está sendo muito bem recebido lá fora, tanto pelo público quanto pela crítica.

Também não é à toa. O filme cumpre muito bem seu objetivo, e diverte bastante e isso já desde os minutos iniciais, quanto o protagonista conta para o público a situação na qual tem vivido desde que pessoas que comeram carne infectada se tornaram zumbis. Nesse momento inicial já somos apresentados a uma ideia recorrente durante todo o filme, das regras da personagem principal para sobreviver aos ataques dos mortos-vivos. A graça aqui é que as regras são baseadas em clichês de filmes de horror, lembrando bastante o livro do Seth Grahame-Smith, How to Survive a Horror Movie.

E então quando você acha que o filme se baseará em piadas que aproveitam-se do fato do narrador ser um nerd, ou mesmo da questão dos clichês que acabei de falar e eis que chega Tallahassee, personagem brilhantemente interpretada por Woody Harrelson, que obviamente tem um talento especial para interpretar malucos, vide o que ele fez em Assassinos por natureza, O povo contra Larry Flynt e mais recentemente em Onde os fracos não tem vez.

Ambos se encontram na estrada quando seguem rumo ao leste, e logo depois são assaltados por duas irmãs, que levam o carro e as armas. Uma das irmãs é Abigail Pequena Miss Sunshine Breslin, que parece estar atravessando bem a fase de menina gracinha para adolescente. Os dois homens são enrolados pelas irmãs uma segunda vez, quando começam então a viajar juntos. É a aí que o terrir vira uma história bem bacana de amizade. Especialmente

SPOILER!!
no momento em o narrador descobre que Tallahassee não perdeu um cão para os zumbis, mas um filho.

O bacana é que dá para ser tocante sem ser piegas, talvez até pelo tom de humor negro que domina toda a história. É o tipo de filme engraçado e que pode agradar qualquer um com um pingo de senso de humor, independente de curtir filmes de zumbi ou não. E ainda tem momento impagável com Bill Murray interpretando ele mesmo. Tá aí o trailer para quem ficou curioso: