Pontypool

Um dos pontos fortes em filmes de zumbis – pelo menos os mais conhecidos – é o desenvolvimento da sensação de claustrofobia que as personagens em dado momento passam a ter. Seja porque estão há muito tempo escondidos em um lugar, seja porque têm noção que não podem sair e sequer têm ideia de quando poderão, dependendo do diretor até uma situação dos sonhos pode virar um pesadelo (pense no shopping de Dawn of the Dead, por exemplo).

E é justamente esse o aspecto mais positivo de Pontypool, filme de horror canadense que saiu lá fora no ano passado e ainda não tem previsão de estreia aqui no Brasil. Todos os elementos estão lá: é um inverno deprimente, em uma cidadezinha no meio do nada no Canadá (o que por si só já poderia criar a atmosfera claustrofóbica). Somos apresentados ao trio que cuida da transmissão matutina de uma rádio local: Grant Mazzy (o locutor), Sidney Briar (diretora do programa) e Laurel-Ann (auxiliar). É uma manhã comum, com Mazzy batendo boca com Briar por não poder falar o que quer, até que…

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Caçador de Recompensas

Nos últimos tempos estou com meu finais de semana meio ocupados, e aí não tem acontecido de ter aquele tempinho livre para simplesmente passar um dia só vendo filminhos, e vendo tantos que aí você nem chega a se arrepender taaaanto assim quando encontra uma bomba no meio do caminho. Negócio é que sabendo que as condições não eram as melhores, eu deveria ter escolhido melhor meu filme de sábado a tarde. Caçador de Recompensas (que estreou nesse fim de semana aqui no Brasil) só não foi perda de tempo total pela cena de exibição de tanquinho do Gerard Butler, fora isso, lixo.

E não pensem que é papo de pessoa querendo bancar de pseudo-intelectual descendo a lenha em comédia romântica, até porque quem frequenta o Hellfire sabe que eu até que sou chegadinha no gênero. Não vejo nada de errado em comédias românticas, desde que elas tenham um roteiro que não zoe da minha inteligência, que é o que aconteceu durante uma hora e tanto enquanto assistia ao filme.

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Atualizando para você não esquecer

Daybreakers

O argumento principal dos odiadores da saga Crepúsculo é que Stephenie Meyer simplesmente destruiu o “cânone vampírico” ao colocar na história seres que podem andar sob a luz do sol e não bebem sangue humano. E seguindo essa linha de raciocínio, você pensa que Daybreakers tem tudo para dar certo: a luz do sol machuca e eles não só bebem sangue humano como toda a raça está ameaçada de extinção, tamanha a sede dos vampiros. Uou, parece bacana. Parece.

A ideia é de que em um futuro não muito distante os vampiros dominaram a Terra, sobrevivendo poucos humanos – que passam a ser criados como “gado” para alimentar os dentuços. Com o número de pessoas reduzindo cada vez mais, uma empresa que vende sangue passa a procurar um substituto sintético (True Blood? 🙂 ), embora sem muito sucesso. O que se vê é cada vez mais vampiros sofrendo os efeitos da privação de sangue, que não são nada bonitos, digamos assim.

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Veja Esta Canção

Hoje lembrei do nada de uma cena de um filme nacional, o sujeito falando qualquer coisa como “se você quer encontrar alguém, já que o mundo dá voltas o ideal é ficar no mesmo lugar”. E eu que não sou grande conhecedora de cinema brasileiro, puxei lá da memória entre os poucos que vi qual poderia ser, e pensei em Pequeno Dicionário Amoroso.  Mas aí logo lembrei do que se tratava. Era Drão, história que faz parte do filme Veja Esta Canção.

Dirigido por Cacá Diegues, este filme de 1994 apresenta quatro histórias baseadas em canções da MPB: Pisada de Elefante (Jorge Ben Jor), Drão (Gilberto Gil), Você é Linda (Caetano Veloso) e Samba do Grande Amor (Chico Buarque). Verdade seja dita, eu já tentei ver tudo, mas não curti muito Pisada de Elefante e aí sempre acabo só revendo Drão (que eu gostava pelos motivos errados quando era mais nova, mas acho que isso é algo natural de quando se é “mais nova). Anyway, com a lembrança resolvi deixar a dica para quem não conhece. Drão especialmente, vale MUITO a pena ver. Pedro Cardoso e Debora Bloch estão ótimos, o roteiro é uma delícia e enfim, ainda bem que hoje em dia tem Youtube, né? Parte I, Parte II e Parte III. Vejam, é realmente muito bacana.

Os Homens que Encaravam Cabras

Desde que assisti ao trailer de Os homens que encaravam cabras, estava morrendo de vontade de conferir o filme. Parecia que tinha o meu tipo de humor (bem nonsense) e bem, tinha lá um elenco de respeito com George Clooney, Ewan McGregor, Jeff Bridges e Kevin Spacey (e a cabra, hahahahaha). E o bom foi que mesmo com altas expectativas, eu não me decepcionei com o filme: foi tão bom quanto achava que seria, e de certa forma até um pouco melhor.

A história na realidade é dividida em duas partes, que vão seguindo paralelamente. Inicialmente temos Bob Wilton (McGregor), um jornalista que decide ir para o Iraque atrás da reportagem de sua vida após tomar um pé na bunda. Lá ele conhece Lyn Cassady (Clooney), que reconhece como personagem de uma das matérias que já tinha escrito, sobre um grupo do exército americano treinado para desenvolver super poderes (é, isso aí mesmo). Como estava desesperado por uma história e não conseguia entrar na zona de conflito, acaba embarcando no que Cassady diz ser uma nova missão.

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Cirque du Freak: Aprendiz de Vampiro

Já li reportagens comentando como sobre a crise acabou afetando o mercado cinematográfico, que hoje em dia está buscando investir em filmes independentes e baratos (o que pode ser ótimo) ou continuações de fórmulas que já deram certo (vide Shrek, Transformers, etc). Eu acho que seguindo essa trilha também temos um terceiro caminho, que é a adaptação de livros de relativo sucesso que, uou, são sagas.

O público alvo normalmente é o infanto-juvenil, podendo também alcançar adultos dependendo da qualidade do trabalho (caso de O Senhor dos Anéis, acredito). E é seguindo essa tendência que chega aos cinemas brasileiros em março Cirque du Freak: Aprendiz de Vampiro, baseado nos livros do escritor irlandês Darren O’Shaughnessy, que assina suas obras como “Darren Shan”.

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A.D.

Uou. Teaser de uma animação, ainda em busca de um estúdio para produzi-la, mas wtf, quem não toparia depois de ver isso?

Escrito por Haylar Garcia, dirigido por Ben Hibon (Codehunters) e produzido por Bernie Goldmann (300), Tarik Heitmann and Renee Tab. Tem uma entrevista com esse pessoal todo aqui, mas hum, está em inglês.

A Estrada (filme)

Para quem viu o post que eu escrevi logo após ler A estrada de Cormac McCarthy, já tem uma vaga ideia de como estavam minhas expectativas para a adaptação cinematográfica desse livro. Altíssimas, acreditem. A estrada atualmente está no meu top10 de livros favoritos de todos os tempos, e saber que Viggo Mortensen estava no elenco como o Homem só aumentaram ainda mais minhas expectativas. E vocês sabem que o resultado final desse tipo de espera invariavelmente acaba sendo decepção, certo? Bom, com A estrada não é bem assim.

Para começar, Viggo continua fantástico como era de se esperar. Eu sinto de verdade a esnobada que esta atuação dele está levando (por enquanto só duas indicações, e poucas chances de estar entre os cinco do Oscar), porque para quem leu o livro, sabe que ele conseguiu dar conta muito bem da personagem. O momento em que desesperado por achar que não conseguiria fugir de uma casa cheia de canibais ele aponta a arma para a testa do filho exemplifica bem o que quero dizer.

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Pá-pum cinéfilo (parte V)

Eu sei que sumi tem uma semana, mas há motivos para isso. Primeiro é que eu não estou mais de férias. E não estar mais de férias significa acordar cedo e chegar em casa com TANTO sono que não consigo nem ler, que dirá escrever aqui. Mas um pouco antes disso deu para conferir alguns filmes, então fecho o Pá-pum cinéfilo dessas férias comentando sobre eles. Tem filme cotado ao Oscar, filme massacrado pela crítica e adaptação odiada por mim, há. Vamos lá.

Guerra ao Terror: Uhum, esse é um dos cotadíssimos ao Oscar, e ó: nas categorias principais. E o bafafá ao redor desse filme está tão grande que a distribuidora aqui no Brasil, que tinha lançado o título direto em DVD no ano passado, resolveu agora lançar no cinema (previsão é 5 de fevereiro). Eu vou dizer uma coisa, simplesmente NÃO É meu tipo de filme, então pode ser uma obra prima como muitos estão dizendo, mas para mim foi só um saco. Até porque eu não consigo simpatizar com a “causa” dos americanos que estão lá no Iraque. Mas sim, a tensão é bem desenvolvida e tudo o mais. Mas hum, não ficarei chateada se o filme não levar estatueta alguma.

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