Demolidor (S01 e S02)

Lembro que comecei a ver a primeira temporada do Demolidor meio naquela desconfiança de “Ok, só um episódio para ver qualé”. E aí gostei e foram lá mais dois, três e quando vi já tinha assistido toda a primeira temporada e queria mais.

Tá bom, o fato de serem só treze episódios ajuda para a sensação, mas além disso o negócio é que no meio do cansaço de tanta coisa de herói saindo no cinema e na TV, Demolidor chegava como algo completamente diferente, trazendo um pouco da humanidade que os “super” – hiperbólicos em seus poderes e paixões – já tinham deixado para trás.

Até porque o Demolidor da primeira temporada ainda é um herói em construção, aprendendo sobre como “ser” e também se questionando bastante sobre o que faz. A dúvida de Matt Murdock não vem só por ser católico, mas também porque a partir do momento que veste sua roupa (preta) para combater o crime à noite, ele de certa forma está aceitando o fato de que a justiça não funciona.

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Ways to Disappear (Idra Novey)

“A escritora brasileira Beatriz Yagoda é vista com uma mala e um charuto, subindo uma amendoeira e então desaparece”. Foi por causa dessa breve descrição do ponto de partida de Ways to Disappear (primeiro romance de Idra Novey) que fiquei morrendo de curiosidade de ler o livro. Não por Beatriz ser brasileira ou pela história se passar no Brasil – não sou lá muito ufanista e, convenhamos, via de regra os gringos erram a mão na hora de descrever as coisas daqui. Foi mais pelo absurdo da situação, a imagem de uma senhora subindo em uma árvore e desaparecendo.

E então eu mal começo a ler o livro e percebo com espanto que mais do que uma história sobre o sumiço de Beatriz, é uma verdadeira declaração de amor ao trabalho do tradutor. É através da figura de Emma (a tradutora norte-americana que vem correndo para o Brasil tentar descobrir o paradeiro de sua autora) que aos poucos questões sobre tradução vão sendo levantadas – e não, não é de forma sutil. O paralelo entre a vida da personagem e seu ofício é escancarado, como quando fotos dela com o filho de Beatriz aparecem na mídia, e o narrador comenta:

Neither of them had mentioned Emma’s appearance in the photos as well, which was a relief, though also insulting and dismissive – a conflict of emotions that was standard fare for a translator.

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Perdido em Marte (Andy Weir)

O plano era ter lido o livro antes de chegar ao cinema, mas acabei me enrolando. Por causa da temporada de premiação, acabei assistindo Perdido em Marte antes de ler o livro de Andy Weir, que saiu em outubro de 2014 aqui no Brasil pela Arqueiro com o subtítulo: Uma Missão a Marte. Um Terrível Acidente. A Luta de Um Homem Pela Sobrevivência. Não, sério. Vai ver ali na Amazon. Só faltava a conclusão do livro no subtítulo hehe. Mas ok, pelo que eu entendi parece que depois na edição capa de filme virou só Perdido em Marte de novo. Tá, foco, vamos voltar ao ponto inicial: eu vi o filme antes de ler o livro.

E eu adorei a adaptação, demais mesmo. Matt Damon está ótimo como Mark Watney e vá lá, eu tenho um fraco por filmes que tenham cenas com David Bowie tocando no fundo. Só que por mais que a curiosidade pelo livro tivesse aumentado, ficou maior também aquele receio de que não valeria a pena ler, já que eu tinha lá a impressão inicial de que muito do charme da história se sustentava na resposta para a pergunta “Ele volta ou não para a Terra?” (e se você viu o filme, você sabe a resposta, eu é que não vou contar aqui).

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Top5 Livros Escritos Por Brasileiras

Eeeeeeeeeeeeeeeeee hoje é dia da mulher, viva!! Para comemorar (?!!) decidi depois de muito tempo voltar ao Top5, fazendo uma lista com cinco livros escritos por brasileiras. Eu quase caí em tentação e elaborei uma lista de personagens femininas marcantes, mas aí pensei que isso seria perder o ponto: valorizar o trabalho das minas. Desculpa, homens, adoro muita coisa que vocês escrevem, mas vocês aparecerão em um outro top5 por motivos óbvios, ok?

Porque é isso, né. Igualdade. E eu não digo só em termos de validação de uma crítica que parece ver em nomes femininos estampados na capa um sinônimo de chick-lit 1. Por exemplo: dia desses li um cara argumentando que não há sexismo no mercado editorial porque olha lá a J K Rowling que ganhou milhões com o Harry Potter. Será que a gente conta para ele a razão do “J K” e não um Joanne Rowling estampado na capa? Podemos também mostrar o artigo da guria que depois de adotar um pseudônimo masculino passou a receber mais respostas das editoras. Enfim, não dá para botar a cara num buraco na terra e ficar repetindo que tá tudo bem, tá tudo certo, porque não está.

Então, justamente por isso, a ideia do top5 é lembrá-los do que acontece quando a irmã do Shakespeare ganha oportunidades. Vamos lá, fora de ordem: TOP5 LIVROS ESCRITOS POR BRASILEIRAS.

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  1. eu vou me dar ao trabalho de fazer uma nota de rodapé lembrando que eu adoro chick lit, mas que não nego que o termo tenha lá uma conotação negativa, como literatura mais rasa que se concentra unicamente na busca da mulher pelo príncipe encantado e blablabla 

Oscar 2016: O Dia Seguinte

Mais um ano e eu aqui, meio zumbi comentando a cerimônia do Oscar. Tem uns anos que é mais puxado, as este até que estava divertido – nem tanto pelas piadas do Chris Rock e demais apresentadores, é só que o twitter estava on fire mesmo. Senti que a cerimônia foi menos enrolada também, acho que foi o primeiro ano que chegou no bloco das categorias principais e eu até fui consultar minha folha para ver se tinha faltado alguma outra porque nem vi o tempo passar. Pode ter sido por causa da nova ordem de premiação (será que vão repetir ano que vem?), que começou com os roteiros, mas enfim, ficou mais dinâmico, não fiquei lutando contra o sono para assistir toda a cerimônia.

Do Cris Rock veio o monólogo de abertura já esperado, falando sobre a polêmica do #OSCARSOWHITE. O monólogo estava indo bem (“Is Hollywood racist? Hollywood is sorority racist. It’s like, We like you Rhonda, but you’re not a Kappa.”), dando algumas direto nas fuças mas aí esculhambou total lá no fim ao minimizar a polêmica do ano passado, o “ask her more”. Deu umas pisadas de bola mais para frente na cerimônia também (e, convenhamos, o negócio das escoteiras, ai que preguiça), mas no geral foi bem. Só que aí tem o outro problema…

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Esquenta para o Oscar 2016

Amanhã tem Oscar eeeeee… seguindo a tradição, lá vai o meu postzinho com alguns links e informações sobre a premiação nesse ano. “Orra, Anica, e a Parte 3 dos filmes do Oscar?”. Desculpa meu querido único leitor do blog, eu acabei vendo só O Regresso e Perdido em Marte, faltou mais um monte de coisa que eu achei que daria conta mas não deu (Ponte dos Espiões eu comecei, mas ali nos 30 minutos começou a bater uma culpa terrível da terceira temporada de The Americans que eu ainda não terminei de ver e aí parei de ver. Sim, meus motivos para assistir a um filme são meio bizarros). Resumindo: não tem parte 3.

A cerimônia será transmitida na TNT a partir das 20:30. Na Globo você já sabe, é esperar o BBB acabar (o que vai ser ali qualquer coisa após as 23h). Tem tapete vermelho na E! e no GNT, o E! começa a cobertura às 15:30h. Esse ano tem Chris Rock apresentando, todo mundo bem curioso para o monólogo de abertura por causa da polêmica #OSCARSOWHITE, vamos ver se a treta toda ficará só ali no monólogo. E agora para os links:

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Filmes do Oscar (Parte II)

Tcharaaaam, voltei para a segunda parte. Para quem chegou agora: estou comentando (bem) brevemente alguns dos filmes indicados ao Oscar que assisti nos últimos meses. Para ler a primeira parte é só clicar aqui. Então, sem maiores enrolações vamos lá.

Steve Jobs (Steve Jobs, 2015): Eu não tinha nenhum plano de assistir ao filme (estava ali junto com Joy, que eu continuo sem nenhuma vontade de assistir), primeiro porque não tenho muito interesse na vida do cara, segundo porque não tem nem dez anos que ele morreu e esse é o segundo filme falando da vida dele. Aí o Gabriel elogiou um monte e o bichinho da curiosidade me pegou, fui lá ver colé. E olha, não é que o filme é bom mesmo? Fassbender e Winslet estão ótimos (mereceram as indicações, mas não acho que ganham), o roteiro tem força e aquele jeitão dinâmico que você quase consegue imaginar a história em uma peça de teatro, sabe como? Continue lendo “Filmes do Oscar (Parte II)”

Filmes do Oscar (Parte I)

Eu sei que quase nem tenho mais falado de filmes por aqui, mas resolvi fazer um post (ou dois, três, sei lá) comentando BEM brevemente alguns dos indicados ao Oscar 2016 que já assisti. Sendo realista, eu sei que não vou poder assistir a todos os filmes (e alguns eu vi antes de serem indicados, há!), então aquela coisa, para saber todos os indicados é melhor clicar aqui.

Aproveitando para dar uma dica de um artigo bacana que saiu na Gazeta do Povo, um guia para assistir aos filmes do Oscar, listando quais ainda estão nos cinemas, quais estão no Netflix ou em torrent DVD. Só clicar aqui.

E agora vamos lá, breves comentários sobre alguns filmes indicados, primeira parte (a parte dois eu garanto, a três e já não tenho certeza, haha):

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Tópicos Especiais em Física das Calamidades (Marisha Pessl)

Fico imaginando o trabalho que deve ter dado para o pessoal do marketing da Nova Fronteira na época em que Tópicos Especiais em Física das Calamidades da Marisha Pessl foi lançado aqui no Brasil. Porque ele deve ser um pesadelo para quem precisa ter algo mais ou menos rotulado e ter público-alvo definido, não é bolinho mesmo. O modo como ele vai se transformando página após página foge do previsível não só em termos de enredo: é uma experiência nova, que vai exigir um tico de paciência, sim, mas que depois vale a pena.

Antes de continuar, algumas informações: a primeira é que o livro foi originalmente publicado em 2006 lá fora e chegou por aqui em 2008 (mas nada tira da minha cabeça que a Pessl criou sua protagonista como uma adolescente da década de 90, embora no livro as datas não batam). Além disso, vale dizer que eu li a edição americana, então já peço desculpas por alguns termos e citações em inglês – não tenho certeza de como ficou na tradução e prefiro não arriscar. Finalmente: ahm, spoilers. Não que seja um livro que dependa de surpresas para agradar (a autora revela muita coisa do fim já no início, para falar bem a verdade), mas nunca é demais avisar.

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The Grownup (Gillian Flynn)

Eu adoro o trabalho da Gillian Flynn. Mesmo. Depois que li Garota Exemplar fui atrás de Dark Places e Sharp Objects (todos saíram pela Intrínseca aqui no Brasil) e então fiquei cá na espera de algo novo dela para ler. Justamente por isso me animei quando The Grownup saiu pelo kindle singles: sabia que era uma história curta, só com 80 páginas (é o formato da coleção, a ideia é vender ebook curto por preço baixo), e até por isso serviria como “aperitivo” para enquanto nenhum romance novo da autora desse as caras por aí.

A novela (ou conto, depende de como você define um e outro) foi publicada originalmente com o título What Do You Do? em uma coletânea organizada por George R. R. Martin chamada Rogues, e logo de cara você consegue captar o estilão da Flynn: narração em primeira pessoa, protagonista mulher com um passado difícil e moral questionável. Aliás, o primeiro parágrafo por si só já é um baita cartão de visitas:

I didn’t stop giving hand jobs because I wasn’t good at it. I stopped giving hand jobs because I was the best at it.

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