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Mierzwiak! Please let me keep this memory, just this one.

Na última noite tinha sonhado que estava conversando com dois amigos do tempo do Lourdão, o Magalhães e a Pati. Aí, como vi o Magalhães online no orkut, resolvi deixar um scrap de alô para ele, contando sobre o sonho. E qual não é minha surpresa quando recebo de resposta isso aqui:

“e aí anica..tudo bem com vc? Poxa, nem me fale, ja sonhei várias vezes que eu estava convewrsando com ela tbm..´poxa, da uma tristeza lembrar dela e ver que ja não esta mais por aqui, né?”

Pãns. A Pati, que foi minha amiga desde a 6ª série lá no Lourdão, morreu no ano passado em um acidente de carro. Isso de perder um amigo nunca tinha acontecido comigo, no máximo amigos do meu irmão morreram, mas não meus. E não tão próximos (far away, so close! I must say…).

Aí fui mexer na minha caixa de recordações para procurar lembranças dela, e cruzei com tantas memórias, tanta gente de quem gostava muito e que agora simplesmente não faz mais parte da minha vida, que não dá para deixar de sentir um vazio. E culpa, muita culpa.

Eu entendo que a medida que crescemos nossos interesses mudam, nossos grupos de amigos mudam e bem, nós mudamos. Mas isso não deveria significar sempre um total afastamento.

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Em tempo: encontrei uma folha de exercícios da aula de Língua Portuguesa II da faculdade de Jornalismo. Lembro que, só para variar, eu, a Nana, a Karin e a Mulder estávamos no mesmo grupo, resolvendo juntas. O enunciado era: Elabore uma frase com cada uma das palavras a seguir: abandonar, deixar, largar. As frases?

O Rodrigo me abandonou na praça da cidade.
O Georges me deixou por seus amigos.
O Sandro me largou em uma mesa de boteco.

Caraca, nós tirávamos sarro de tudo, até das nossas próprias desgraças, fala sério. (Saudades)

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A caixa. De vez em quando dou uma limpa, se olho para o objeto e ele não traz recordação alguma, eu jogo fora. Não perguntem nada a respeito da máscara de Tiazinha, please.

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Caiu em minhas mãos o Tratado Sobre a Tolerância do Voltaire. Quer dizer, não caiu em minhas mãos, eu fui pegar o Zadig na biblioteca para o Fábio e resolvi levar o Tratado para mim, he he. Enfim, já comecei a ler (dia de chuva, meu filho, você quer o quê?) e caramba, dá vontade de aprender francês só para ler os livros dele no original. Saca só:

“O direito da intolerância é, pois, absurdo e bárbaro; é o direito dos tigres, e bem mais horrível, pois os tigres só atacam para comer, enquanto nós exterminamo-nos por parágrafos.”

Muito bom mesmo. Vou ter que sentir aquela culpa e deixar a literatura obrigatória de lado por pelo menos um dia, ho ho ho.

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Não consigo deixar de pensar naquela crônica ‘Esquina’ do Mario de Andrade (coloquei um trecho dela aqui meses atrás). Nem de como a solidão cai bem nessas horas, e ouvir perguntas como “Licença, essa cadeira está vazia?” soam tão reconfortantes.

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PRATICAMENTE PARIDO…

Esse é o tipo de coisa que me emputece quando alguém diz “Ah, você faz Letras? Letras é fácil!” e tem a total ilusão de que o curso todo é uma colônia de férias intelectual. Sim, ler (e conhecer) obras como A Streetcar Named Desire é ótimo, não nego. Mas escrever um ensaio (em Inglês, é claro…) sobre isso, é beeeem difícil. Ainda mais quando você tem uma análise de uma poesia da Emily Dickinson para entregar no mesmo dia.

Agora, definitivamente, a pior parte sobre o curso é justamente a que pensam que é a melhor: as leituras. Você acaba atolado com tanta coisa que mal sobra tempo pela leitura pelo prazer de ler. Pior: você se sente culpado lendo O Vermelho e o Negro pensando que tem que terminar Os Maias e Mourning Becomes Electra para semana que vem…

Enfim, não estou dizendo que o meu curso é mais difícil que o seu. Só que não é fácil como costumam imaginar. E se você pensa “Ah, mas eu daria tudo para não ter que me preocupar com cálculos e afins e poder ler A Streetcar Named Desire, desculpa, meu filho… mas você escolheu o curso errado.

Muito Além do Jardim

Sabe, às vezes uma história inocente e simples pode gerar um filme bem melhor do que aqueles cheios de reviravoltas, dramas intensos e afins. Um exemplo? Muito Além do Jardim. Eu sempre tive curiosidade de ver esse filme porque gostava pra caramba de uma música da banda Intocáveis, que saiu em uma coletânea de bandas curitibanas (“Borboleta 13”) e se chamava “Muito Além dos Jardins”.Enfim, finalmente vi o filme. E ele é de uma leveza tal que ao terminar de assistir, você fica com seu humor nas alturas, te deixa bem mesmo. E, como disse antes, não é um filme intenso ou complicado: é simples. E talvez pela simplicidade da história, tenha sido possível trabalhar tão bem o roteiro, que é todo cheio de trocadilhos ótimos.
Continue lendo “Muito Além do Jardim”

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Aos que chegaram aqui ontem e pensaram “WTF? Cadê a Emily?”, calma… eu voltarei a usar o tema antigo. Mudei temporariamente para a Fada Verde do Moulin Rouge porque há meses estou com o monitor estragado e simplesmente não consigo enxergar os vermelhos. Então imagina como eu me virava num layout nos quais os links e tudo o mais ficavam em #ff0000, né?

Bom, e é isso. Simpirilim, já dizia a carinha de anjo.

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Ok, agora vamos falar sobre HQs, uebaaaaa!!!!! Fazia tempo, não? Eu devo confessar que a falta de um emprego e um enrosco com o cartão de crédito acabaram me afastando dessa minha paixão, infelizmente. Mas hoje eu lembrei que existe um plano b, ou melhor R, e eis que releio uma das HQs mais hilárias de todos os tempos:

A PRO, de Garth Ennis.

Ok, eu sei que “paródias de super heróis” são bastante comuns, mas ‘A Pro’ tem algo a mais: o talento de Ennis. É impossível não rir com essa hq, que é esculacho do começo ao fim.

Um resumo da história já dá para entender bem o quão avacalhada ela é: a heroína da história era uma prostituta e mãe solteira, até que, ao ganhar super poderes, passa a fazer parte d’A Liga da Honra.

Os membros da tal liga são uma tiração com os da Liga da Jstiça da DC (Batman, Superman, Mulher Maravilha, etc.) e até eu que conheço pouco desses personagens consegui sacar as referências, que são *muito* engraçadas.

Vale muito a pena, é ler para crer. Eu confesso que me mato de rir toda vez que leio o momento do PARA O ALTO E AVANTE!!! hehe…

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O que mais irrita a respeito de algumas pessoas que definem-se como atéias é a idéia que elas têm que, por não acreditar em Deus, são intelectualmente superiores. Coloco isso no mesmo nível de estupidez do que a pessoa que acredita em um deus e mata outra por não acreditar em um deus igual.

É igualmente patético porque não deixa de ser um preconceito. E não é embarcar em papo politicamente correto nem nada, mas se tem algo que eu acredito é no respeito às crenças (ou a falta das mesmas) dos outros. Resumindo: você não é mais inteligente porque não acredita, nem a pessoa que acredita o é.

Só que o que acontece é que cria-se uma espécie de “Clubinho dos Intelectuais”, do qual você só pode fazer parte se concordar com a premissa de que não há um deus. E o que realmente chama a atenção que isso não é comportamento típico de nossos tempos. Para ter idéia: quando TS Eliot assumiu ser Anglicano, boa parte do grupos de escritores com quem ele tinha contato ficaram chocados, para não dizer que reprovaram a atitude de Eliot.

Crer nem sempre é um atraso intelectual, essa é a questão (e o Eliot está aí para comprovar isso…). E isso que eu nem estou falando dos patetas que se dizem ateus mas lá no íntimo sabem que só falam isso porque soa cool, estou apenas criticando essa relação que algumas pessoas fazem entre o ateísmo e o intelecto.

E chega o ponto que você me pergunta: no que você acredita? Eu queria saber. De verdade, queria ter no coração a certeza da ausência ou a fé, mas confesso que não cheguei em nenhum dos dois. Não quero tomar caminhos curtos, então por enquanto sou apenas uma pessoa em busca de uma definição. E não, não me sentirei uma ameba se por acaso perceber que eu acredito.

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Já que comentei sobre o Eliot:

Trecho em Português de “Terra Desolada”

“The Waste Land” completo em Inglês, com notas

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Bom, a essa altura acho completamente desnecessário dizer o quanto gosto dos filmes do Tarantino, não é? Aí estava pensando em como gosto das trilhas sonoras dos filmes dele, e resolvi fazer um…

TOP 5: MELHORES MÚSICAS DOS FILMES DO TARANTINO5. Bang Bang (My Baby Shot Me Down) – Nancy Sinatra (em Kill Bill vol. 1)

A trilha sonora de Kill Bill é realmente um problema: simplesmente não cabe em um top 5. Eu até pensei em colocar o Twisted Nerve, que não desgruda da cabeça, mas essa música é cool demais para ser deixada de lado.

4. Coconut – Harry Nilsson (em Cães de Aluguel)

Já escutei essa música também naquele filme cuti-cuti com a Nicole Kidman, o Da Magia à Sedução. É engraçado porque não é bem uma música para dançar, mas não dá para ouvir e ficar parado.

3. Goodnight Moon – Shivaree (em Kill Bill vol.2)

Mais uma situação complicada: gosto muito também de About Her, mas no final das contas é questão de lembrar quanto milhões de vezes eu escutei a Goodnight Moon para ver qual gosto mais, hehe

2. Stuck In The Middle With You – Stealers Wheel (em Cães de Aluguel)

Até hoje não sei se gosto da música por causa da cena em que ela toca (Mr. Blonde cortando a orelha do policial), ou se gosto da música mesmo. Por enquanto deixemos assim: eu gosto por causa da cena e por causa da música.

1. Girl, You’ll Be A Woman Soon – Urge Overkill (em Pulp Fiction)

Sério, se essa música não fosse TÃO marcante para mim durante minha adolescência, talvez já tivesse perdido lugar para a Stuck in the Middle With You. Mas era tipo uma “trilha sonora da minha vida”, e caramba, é uma música muito legal mesmo. Então fica aí em primeirão, hohoho.

E para comemorar, um teste (porque blog sem link para teste não é blog hehehehe):

Que personagem de Pulp Fiction você é?

O meu:

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E enquanto isso no orkut…

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Então, eis que para a prova de Literatura Portuguesa III eu tinha que ler o livro Viagens na Minha Terra do Almeida Garret. Fiquei me enrolando e acabou que só comecei a ler o livro agora e, obviamente, não me serviu de nada para a prova. Mas deixo aqui registrado que trata-se de um livro lôco de bacana.

Eu tenho um sério preconceito com Literatura Portuguesa, na verdade o único autor que posso dizer que aprecio meeeesmo é o Sr. Pessoa. Agora estou me interessando um tanto mais pelo Eça, gosto dos sonetos do Camões e tudo o mais. Mas o tal do Garret, pelo menos nessa obra, está me encantando. É tão irônico em algumas observações (que são surpreendentemente atuais em determinados momentos) que não é preciso nem entender o contexto histórico da obra para achá-la interessante.

Em suma, terminei a prova e continuo lendo o livro. Resolvi me arriscar com a Sr. Woolf novamente e começarei a ler As Ondas (em Inglês…), sugestão da Luci. Assim que terminar comento sobre a obra aqui para vocês.

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Falando em faculdade, pensei em alguns fatores que denunciam que estou quase jubilando:

a) O moço da cantina já sabe que meu café é “preto no copo plástico”
b) Toda vez que encontro a professora Mariza ela pergunta se já me formei
c) Já conseguiram ajustar o calendário que ficou esculhambado por causa da greve no ano que entrei
d) Alguns colegas de 1º período já estão no Mestrado

Gee. Preciso me formar logo.

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Projeto para quando for gente grande:

Quero ser Nigella!
Ela tem um sotaque britânico sexy, trabalha com o que gosta, cozinha bem e é estilosa.

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Por falar em projetos para o futuro, ontem a professora Luci deu uma daquelas aulas que fazem com que eu tenha cada vez mais vontade de dar aulas de Literatura. Apaixonante mesmo, ela comparou a edição da seqüência da “Escadaria de Odessa” em O Encouraçado Potemkim com a montagem da Canção de Amor de J. Alfred Prufrock do Eliot (da qual falei por aqui na sexta passada).

É aquela coisa de encantar ao explicar, e não simplesmente vomitar em cima dos alunos o conteúdo dos livros didáticos. Isso faz toda a diferença, especialmente no caso dos adolescentes. Uma aula mal dada pode criar um trauma para o resto da vida sobre nomes como “Machado de Assis”, por exemplo.

No final das contas, aulas como essa da Luci (na verdade todas dela, pago um pau hehe) fazem com que lembre de algo que li uma vez:

A tarefa do professor: mostrar a frutinha vermelha. Comê-la diante dos olhos dos alunos. Erotizar os olhos. Provocar a fome. Fazê-los babar de desejo. Acordar a inteligência adormecida. Aí a cabeça fica grávida: prenhe de idéias. E quando a cabeça engravida não há nada que segure o corpo.” (Rubem Alves)

Um dia eu chego lá.

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Sabe, o que realmente estraga os relacionamentos é a tendência imbecil que as pessoas têm de preencher o que elas desconhecem sobre certos acontecimentos com o que há de mais venenoso na cabeça delas. Exemplo para ilustrar: Fulano, Ciclano e Beltrano são amigos há anos, mas certa noite Fulano e Ciclano saem sozinhos e Beltrano fica puto. Por quê?

Beltrano não pensa que o celular dele poderia estar desligado, que Fulano tinha assuntos para resolver com Ciclano ou que na verdade Fulano e Ciclano se encontraram sem querer na balada. Não, não… Beltrano preenche os “buracos” da história com Fulano e Ciclano combinando a saída diaaas antes, “nas costas” dele, com requintes de maldade. Acredita piamente que Fulano e Ciclano não gostam dele, que por isso não fizeram questão da presença. E assim segue, com o Beltrano criando histórias cada vez piores para explicar o que aconteceu naquela noite.

Eis então que Beltrano rompe a amizade com duas pessoas que gostavam muitão dele, porque achava que as coisas tinham ocorrido do jeito exato que ele imaginou, quando na verdade não foi bem assim.

Bom, não sei se fui clara o suficiente. Mas enfim, o fato é que emputece um pouco ver pessoas preenchendo as lacunas das histórias das quais faço parte com o veneno delas, sem uma tentativa de saber o que de fato aconteceu. Eu sei que parece papo de sessão de cartas da Capricho, mas sempre acreditei naquela coisa de “pratos limpos”, e não a babaquice de quinta série envolvendo indiretinhas idiotas e comentários venenosos com as amiguinhas.

Eu não sei qual é o problema das pessoas, o motivo pelo qual preferem acreditar na pior versão. Dia desses tive uma discussão braba com a atual namorada do meu ex que no fundo começou por causa disso, mas nós conversamos. E não digo que vamos nos adorar ou que seremos melhores amigas, mas não existiram meias palavras e cada uma pôde expor o que pensava naquele momento: pelo menos agora o que achamos sobre a situação não é uma versão distorcida do que realmente aconteceu, repassada de forma mais distorcida ainda para terceiros.

O pior, mas o pior mesmo é prezar tanto esse tipo de honestidade e clareza e no final das contas, por uma série de raciocínios distorcidos e uma total falta de diálogo (para não falar da criancice…), eu acabo passando por uma vaca hipócrita. Um dia, quem sabe, eu conheço o outro lado. Mas por enquanto…Eu sou má! Roubo homens, destruo amizades e faço tudo de forma calculada para sair de santinha nas histórias! Muuuu!

Hanhan. Então dá licença que vou ali roubar um doce de criança e pisar em um louva-deus para colocar a filha da putice em dia…

… haja vida, né?