Medo Descoberto

1052sanitario_new.jpgEu nunca pensei que as pessoas pudessem ter medos sem saber que os têm, até acontecer comigo. Na minha jornada de retorno da Bettegolândia passei mais de quatro horas dentro de um ônibus todo fechado e com um ar condicionado funcionando mal. Eis que um fulano decide fumar no banheiro do busão – uma vez que lei proíbe fumar dentro do ônibus, mas não fala nada a respeito de banheiro.

É óbvio que o ar ficou pestiado com a fumaça de cigarro. Mas hey, o medo recém descoberto nada tem a ver com fumaça de cigarro em ônibus com janelas lacradas! A questão é que, conversando com o Fábio sobre o infeliz que foi o banheiro (que a essa altura já estava sendo xingado pelo ônibus inteiro), falei qualquer coisa sobre “o buraquinho da privada”.

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Ideologia emburrece (e a Veja também)

capa380.jpgComo a maioria de vocês não deve saber, estive fora nesse final de semana, visitando os sogros e vendo um super show pirotécnico (que envolvia até foguetes que estouravam tipo borboletinhas, super Gandalf aquilo, fiquei imaginando quando apareceria o dragão). Enfim, lá por bandas Betteguenianas eu li uma Veja antes de dormir. Uou, eu sou meio esquecida e nem lembro do número – acho que é da semana anterior, com a reportagem de capa sobre tipos de pele (aliás, em ano de eleição é super importante saber que você tem pele oleosa, firme e sensível, né?).

Bom, apesar de ser a Veja, a revista teve um momento interessante: abriu com uma entrevista com uma filósofa-cientista-social-ou-algo-que-o-valha que afirmava que bem, ideologia emburrece. Agora você sacou o motivo do título, nééé? A idéia dela tinha mais a ver com política, ser de esquerda ou direita, e afins.
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E acabou!

delpiero.jpgO problema de você assumir de coração que gosta de uma coisa, é que você estará aberto para todo tipo de coisa: crítica, julgamento, questionamento e, principalmente, tiração de sarro. E isso estranhamente fica mais forte quando o assunto é futebol.

Veja só o caso do Del Piero. Eu tinha lá meus 15 anos quando o vi jogando pela Juve pela primeira vez, e como toda adolescente com muito tempo de sobra, virei fã número um – com todos os micos que essa condição oferece (os quais eu obviamente não revelarei aqui).

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Ai!

sobr.gifAcabo de voltar do salão, onde fui tirar o excesso de sobrancelha (eu invejo as mulheres que não precisam pagar por isso, mas meu astigmatismo não permite que eu faça esse tipo de coisa sozinha em casa). Sabe, ser mulher dói. Pacaceta. E tem coisas meio sem sentido, tipo tirar o excesso de sobrancelha, enquanto tem tanto homem pelas ruas com tarântulas sobre os olhos e que nunca pensaram em ser pinçados para parecerem mais “cute” para as mulheres.

Nessas horas em que começo a reclamar das agruras da vida feminina, sempre lembro de um trecho sobre a Sabina, em A Insustentável Leveza do Ser (my personal bible =P ):

Ser mulher é para Sabina uma condição que ela não escolheu. Aquilo que não é conseqüência de uma escolha não pode ser considerado como mérito ou fracasso. Diante de uma condição que nos é imposta, é preciso, pensa Sabina, encontrar a atitude certa. Parecia-lhe tão absurdo insurgir-se contra o fato de ter nascido mulher quanto glorificar-se dsso.

Éééé… e Deus abençoe a pinça! Abaixo ao sovaco cabeludo! :dente:

Brasil x França no cinema

(roubei lá do Rapadura)

O Alvo – com Dida;
Os Intocáveis – com Cafú e Roberto Carlos;
Missão Impossível – com Juan e Lúcio;
Perdidos no Espaço – com Roberto Carlos;
Bater ou Correr…em Berlim – com Zé Roberto;
Bonitinho, Mas Ordinário – com Kaká;
O Último Imperador – com Adriano;
Forrest Gump, O Contador de Histórias – com Ronaldinho Gaúcho;
Moby Dick – com Ronaldo Fenômeno;
Entrando Numa Fria – com Juninho Pernambucano;
Esqueceram de Mim – com Robinho;
Um Morto Muito Louco – com Zagallo;
A Espera de Um Milagre – com Parreira;
O Poderoso Chefão – com Ricardo Teixeira;
O Iluminado – com Zidane

Missão cumprida

Labirinto 01.jpg*Toca o tema da vitória*

:dente:

Quando se fala de infância sempre tem aquela lista básica de coisas que você tem que ter feito, caso contrário não teve infância (essa lista é muito boa para explicar qualquer falha de caráter do adulto, se vocês notarem bem). De década para década, a lista que normalmente poderia ser resumida no item “brinque de montão” ganha algumas especificidades. Por exemplo, se você foi criança nos anos 80, eventualmente cantou Ursinho Pimpão com a Simony, viu a Xuxa descendo da nave cor-de-rosa e torcia para que a molecada do Caverna do Dragão conseguissem voltar para casa.

Cinefilamente falando, também existe uma lista básica do ‘jovem dos anos 80’, com filmes que vão desde ET até O Enigma da Pirâmide. São aqueles filmes que marcaram tanto aquela época, ou que passaram tanto na Sessão da Tarde, que caso você dê de ombros e diga “não vi”, o fulano que também foi criança nos anos 80 arregalará os olhos e perguntará incrédulo: O QUEEEEEE? VOCÊ NÃO VIU ESSE FILME?????

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Morte anunciada

selecao03.jpgA primeira lembrança que tenho de Copa do Mundo é uma figurinha da copa colada na porta do quarto do meu irmão (perto das marcas de martelada que atingiram a porta quando na verdade minha intenção era acertar ele). Mas eu ainda não ligava a imagem ao evento, se é que vocês me entendem.

Aí veio a Copa de 90, e eu lembro vagamente da musiquinha da Globo “Papa essa Brasil, pode vir quente que se for sopa a gente toma” – e da minha professora da terceira série, a Tia Cláudia, loca da vida dizendo que “perdemos a Copa porque os jogadores estavam mais preocupados com seus salários do que com o jogo”. Sério, ela disse isso para uma turma de pimpolhos de 9 anos.

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Bial, o cronista esportivo

bial.gifEntão, dois dias sem jogos e penso com os meus botões: iupi! Pelo menos dois dias sem as crônicas imbecis do Bial!! Bom, ledo engano. Ontem no Jornal Nacional, lá estava ele, achando que é *o* cronista esportivo o que afinal de contas, não é. Eu sei porque não sou a única a reclamar, já que na Ilustrada da Folha desse último domingo ele e suas crônicas estiveram presentes na lista dos piores momentos da Copa (coloco a matéria no final desse post).

Sabe, não é que ele seja ruim, porque ruim ele não é. Já li o Crônicas de Repórter e pelo menos quando eu tinha uns 15, 16 anos (idade que tinha quando li), gostei bastante do estilão dele. Mas gente, prefiro final com Argentina do que ouvir essas crônicas.

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O que veio antes, a música ou a dor?

Eu ouvia a música porque estava infeliz? Ou estava infeliz porque ouvia a música? Esses discos todos transformam você numa pessoa melancólica?

As pessoas se preocupam com o fato das crianças brincarem com armas e dos adolescentes assistirem vídeos violentos; temos medo de que assimilem um certo tipo de culto à violência. Ninguém se preocupa com o fato das crianças ouvirem milhares – literalmente milhares – de canções sobre amores perdidos e rejeições e dor e infelicidade e perda.

(do livro Alta Fidelidade, de Nick Hornby, que além de ser uma ótima sugestão de leitura – até mesmo para os que não são muito fãs de livros – ainda corre o sério risco de ser objeto de estudo no meu Mestrado, hehe)

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Palavras, palavras, palavras…

livroNesse último semestre cursei uma disciplina de Tradução e, eu que odiava traduzir, acabei tomando gosto pela coisa. Nós traduzimos textos de autores irlandeses (algum dos quais eu nunca tinha ouvido falar, devo dizer), e nessa tarefa sempre levantamos os problemas da tradução (relativa às escolhas, falta de background para entender um termo utilizado, etc.). Sim, é algo bacana – tão bacana que estou pensando em tirar diploma em tradução também (o que envolveria mais uma monografia além das outras duas que estou fazendo hehe).

Deixando o blablabla de lado, hoje cedo estava dando uma olhada básica no “A Megera Domada” do Shakespeare, com tradução do Millôr Fernandes. A obra já começa com um breve texto sobre ser tradutor que achei bem bacana, mas o mais legal ainda é ver, através das notas do tradutor, a preocupação do Millôr com o texto, como por exemplo em um momento que ele diz:

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