Os melhores filmes de 2013

A notícia boa é que ao contrário do que aconteceu em 2011 e 2012, agora em 2013 consegui ver até que uma quantidade razoável de lançamentos, o que justifica o top 10 como costumava fazer deeeeeeesde 2004. A notícia ruim é que o ano virou e eu não escrevi o post e ele está meio atrasadinho, mas ok, ok, antes tarde do que nunca. Lembrando que na lista valem apenas filmes lançados no Brasil em 2013 (falo mais sobre isso ali para frente). Só para deixar arrumadinho, links para os outros anos: 2004 | 2005 | 2006 | 2007 | 2008 | 2009 | 2010

meianoite

Hum, sendo bem honesta aqui: primeiro lugar porque é combo com os outros dois, Antes do Amanhecer e Antes do Pôr-do-Sol. Minha primeira experiência com Jesse e Celine não foi das melhores, mas fazendo uma maratona para o Antes da Meia-Noite, me encantei de tal forma que foi uma das melhores experiências que tive no cinema este ano. Falei mais sobre os três neste post aqui.

Eu ainda estou tentando entender o efeito que Gravidade causou em mim. Eu sou daquelas pessoas que acabam desviando os olhos da tela por ‘n’ motivos, sabe como é. Mas com Gravidade eu não queria nem piscar. Mas não é só sobre o modo como sustenta a tensão até o fim, acho que tem também como o Cuarón consegue colocar ao mesmo tempo na tela algo tão assustador e tão belo sem que isso cause estranheza para quem está assistindo. É lindo, em vários sentidos.

Que pena, mas que pena MESMO que as premiações estejam ignorando este filme, porque talvez com isso ele ganhasse mais atenção do que durante o lançamento por aqui (em Curitiba: uma sala, um horário, uma semana em cartaz), e mais pessoas veriam o trabalho bacana que o Joss Whedon fez com a peça de Shakespeare (uma das minhas favoritas, aliás). Ótimas atuações, não é um mero “dizer falas”, o que volta e meia acontece quando tentam usar o texto original em uma adaptação para o cinema. Tem mais alguns comentários sobre ele neste post aqui.

Tem sido massacrado pela crítica lá fora, mas caramba, como adorei. Devo estar sentindo algo parecido com o que os fãs de livros fraquinhos sentem, talvez. Sabe, a pessoa que entende da coisa tem mil e um critérios técnicos para explicar porque é ruim, você que não manja só pensa “Dane-se, adorei”. Então, vou continuar insistindo nisso: foi um dos melhores filmes que vi este ano, mesmo se não for para considerar a data de lançamento. Falei mais sobre ele neste post aqui.

Eu tenho uma queda por histórias que de alguma forma mostram como todos nós estamos ligados uns aos outros pelas nossas ações, mesmo a quem nem conhecemos. O Som ao Redor mostra um pouco disso, além de conseguir retratar tão bem um pedaço de nós. Lembro que li um cara comentando “Mas neste filme não acontece nada!” e fiquei pensando se assistimos algo diferente, ou se esperávamos eventos diferentes: de fato, não é um filme que se entrega logo de cara, ele vai se desenvolvendo aos poucos, até chegar ao clímax. Mas desde quando ter paciência para contar uma história é defeito?

 

Depois de ficar um pouco decepcionada com os últimos do Tarantino (me julguem), eis que me apaixono de novo. Estava tudo ali, mais uma vez, os diálogos precisos, aquelas cenas que serão lembradas depois de muito tempo, as personagens encantadoras. Aliás, por falar em personagens, o Dr. Schultz entra fácil na minha lista de favoritos do cinema. Falei mais sobre o filme neste post aqui.

Sim, mais uma daquelas histórias “coming-of-age”, mas esqueça tudo o que você já viu nesse tipo de história, porque Segredos de Sangue é completamente diferente, a começar por incluir no enredo uma dose de incesto e também, por que não, um crimezinho aqui e um mistério acolá. Falei mais um pouco sobre ele neste post aqui.

É tão bom quando o diretor confia na audiência e não precisa ficar colocando falas na boca das personagens para dizer o óbvio. Ou ainda, quando confia em seus atores, sabe que eles serão capazes de, com um olhar, dizer muito mais do que qualquer fala. Amor é tão bonito quanto melancólico, valendo cada minuto – especialmente pela atuação da Emmanuelle Riva.

A melhor comédia que vi este ano, e olha que até que vi bastante. Como o próprio título acaba sugerindo, tem um tom mais nonsense, zoando descaradamente a indústria do cinema. E aí tem um elenco cheio de gente bacana e bom, não tem como não gostar. Falei mais sobre ele neste post aqui.

O mais engraçado é que quando chegou um momento em que Frances recusa um emprego porque não era o que ela planejava, lembrei de uma conversa que tive com minha mãe sobre lugares que eu não aceitaria trabalhar quando me formasse em jornalismo (eu citei nomes, ela disse que eu não estaria em posição de recusar emprego). Reconhecimento imediato com aquela fase em que sonho de adolescência entra em choque com a realidade da fase adulta. Enfim, não tem como não se ver um pouco na Frances, porque ela é a média: ela não é estupenda no que faz nem é perfeita, e as coisas dão errado em sua vida mais por más decisões do que por sorte ou azar, como com todos nós.

Ufa, e é isso. Lembrando que o meu favorito este ano foi Submarino, mããããs como ele é de 2010, ficou de fora da lista. E para manter a tradição, aqui vão os lançamentos de 2013 que ficaram de fora do top10:

11. Pelos Olhos de Maisie
12. The Spectacular Now
13. Círculo de Fogo
14. Lincoln
15. Além da escuridão: Star Trek
16. O Hobbit: A desolação de Smaug
17. Homem de Aço
18. Guerra Mundial Z
19. Byzantium
20. O verão da minha vida
21. É o Fim
22. Iron Man 3
23. O fim do mundo
24.The Bling Ring: A gangue de Hollywood
25. Indomável Sonhadora
26. A morte do demônio
27. Truque de Mestre
28. Os miseráveis
29. O lado bom da vida
30. Meu namorado é um zumbi
31. Mama
32. Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos
33. Dezesseis Luas

10 comentários em “Os melhores filmes de 2013”

  1. Gostei muito de Frances Ha esse ano. Tipo de filme feito pra minha geração. Impossível não se identificar.
    Mitty também foi fantástico, ainda preciso escrever uma ode ao Ben Stiller.
    Muitos me pedem incessantemente para assistir O Som ao Redor. Espero fazê-lo em 2014.
    Abraços, feliz ano-novo, Anica!

      1. Não vi o filme, mas acho que o que incomodou os críticos foi eles conhecerem a fonte original da história e não a enxergarem no filme. O nome da personagem é usado de forma sarcástica aqui-e-lá, daí há quem condene o filme por acreditar que ele ignorou isso.

        1. eu li mais comentários sobre a mensagem do filme ser confusa. mas acho que aí é porque alguns críticos pareceram ver mais uma mensagem do antigo x moderno, quando não acho que seja exatamente o caso.

          sobre a questão de adaptação de livro, eu acho que a maioria dos críticos de cinema conseguem deixar de lado, ficando mais concentrados na execução da ideia do que de onde ela veio. esse tipo de reclamação sobre fidelidade normalmente é mais chororô de fanboy mesmo.

          1. Concordo com a parte da adaptação, mas é que expressões envolvendo o nome “Walter Mitty” (“mittyism”, “mittyesque”) são tão consagradas pelo sarcasmo que trazem implícito que, ao ver o filme, soou como uma deturpação à la “Comer, Rezar, Amar”. Novamente, não vi o filme, mas já me falaram que ele é um tanto quanto “inspirador”. Preciso conferir pra ver qual posição eu pessoalmente tomaria.

  2. Raquel Moritz – Blumenau, SC – Editora e publicitária blumenauense apaixonada por literatura. Anda sempre com um livro na bolsa e gosta de falar sobre seus livros e séries favoritas no Pipoca Musical.
    Raquel Moritz disse:

    Ainda não vi Frances Ha (tem na Netflixxx, eeeeee!), tenho que corrigir isso, haehae. Boa lista, Anica!

    E Mitty ♥, muito amor.

    Beijo!

    1. eu vi pelo netflix XD aliás, eles estão se adiantando com um monte de coisa. tem o blackfish que estava todo mundo falando, se eu não me engano já chegou no nacional

  3. Oi Anica….

    Feliz 2014! Sempre leio seu blog e amo as suas dicas.

    Também vi Frances Ha no Netflix (que aliás tenho graças à você…) e gostei. Não há como não se identificar com algumas atitudes dela. E gostei muito quando ela descreve o que pra ela é amor…

    Walter Mitty é DEMAIS. Não to nem aí para o que estão os críticos… o filme é lindo e a trilha sonora INCRÌVEL (amei aquela cena que ela está cantando e ele pulando no helicóptero, não sai da minha cabeça).

    Antes da Meia Noite eu amei pelo combo. Vi todos eles, cada um na época de seu lançamento, preciso agora rever um atrás do outro. Mas talvez pela minha semelhança de idade acompanhar a deles, achei mais incrível ainda.

    Gravidade é LINDO. O filme é visualemente encantador e ainda tem muitas metáforas bacanas. Aquela cena dela em posição fetal flutuando é linda também.

    Django também é demais (amo Tarantino, e esse ele se superou!).

    Os outros eu ainda preciso ver!

    Beijos,

    Flávia.

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