Não vou ser nem doida de comentar aqui neste post sobre todos os filmes que vi e não registrei aqui no blog desde fevereiro. A realidade é que naquela época eu tinha planos de continuar com o “Filmes em 2013“, mas foi acumulando demais, então pensei em transformar em giffy reviews e quando notei, pans, já era setembro. Ano que vem eu tento fazer tudo bem bonitinho desde o começo, por enquanto vou comentar alguns aleatoriamente mais porque eu realmente sinto falta do registro por escrito. São dez anos escrevendo no blog, me acostumei com isso: por algum motivo um título é comentado, eu busco no blog para lembrar o que achei dele e prefiro muito mais algumas breves linhas do que um sistema obtuso de avaliação como o de cinco estrelas ou notas de um a dez. E esse parágrafo todo é na realidade um longo note to self, eu sei, então vamos logo aos filmes.
Intocáveis (Intouchables, 2011): Sabe aqueles filmes que você sabe exatamente o que vai acontecer, e mesmo assim você se emociona? Pois é. O enfermeiro de origem humilde vai cuidar de um homem rico que após um acidente ficou quadriplégico. Você sabe: choque cultural, choque de classes, o enfermeiro ensina o ricão a viver os prazeres simples da vida e yadda yadda yadda, mas de fato floresce uma amizade bonita entre eles e não tem como você não se envolver. E o Omar Sy está excelente no papel de Driss, com um sorriso fácil e cativante que realmente te convence. Gostei tanto do filme que fui ler o livro depois, o problema é que o livro é narrado sob o ponto de vista do Philippe, que vá lá, é um babacão. Acabei abandonando a leitura sem dó e não pretendo voltar para aquele livro tão cedo.
Loucamente Apaixonados (Like Crazy, 2011): Eu gostei do filme. Gostei mesmo. Não busca uma solução fácil, é até bem amargo para uma história com um título desses. É bem provável que vai acabar confundindo algumas pessoas, como no caso da tradução de Blue Valentine aqui no Brasil, hehe. O negócio é que eu não parava de pensar que se a guria não tivesse sido cretina achando que poderia burlar os esquemas de migração norte-americana, nada daquilo teria acontecido. É tipo o cara que vai para um país que exige que você mostre comprovante de reserva de hotel e decide que ah, dane-se, vamos arriscar e ver no que dá e quando chega lá é mandado de volta e aí fica todo putinho com o país em questão. Argh. Ok, fora isso, filme razoável.
Dear Zachary: A Letter to a Son About His Father (idem, 2008): Fiquei sabendo sobre este documentário em uma lista do Buzzfeed (acho) sobre filmes que fariam com que você perdesse a fé na humanidade ou algo que o valha. A descrição falava que era “o filme mais triste de todos os tempos” e eu masoquisticamente resolvi assistir. Olha, triste é pouco. Lembro que fui comentar sobre a história com minha mãe uns dias depois de assistir e chorava só de lembrar. Cheesus, se bobear eu vou chorar só de fazer esse parágrafo. Se você for assistir (sério, não esqueça: é do tipo parte-seu-coração-em-pedaços-e-arranca-sua-alma), não procure informações extras sobre a história, se esse documentário tem uma qualidade (fora a de te deixar deprimido por um ano) é que ele é montado de um jeito muito interessante, permitindo que o desenrolar da história que parece óbvio torne-se bastante surpreendente.
Dezesseis Luas (Beautiful Creatures, 2013): Quando ouvi falar da adaptação achei que o livro poderia ser interessante e até comecei a ler, mas achei pentelho e abandonei (perceba que este ano minha média de livros abandonados está lá no alto). Aí vi que o filme chegou no netflix brasileiro e pensei “bom, por que não?”. Tem Jeremy Irons no elenco. Tem bruxos ou seja lá como eles se chamam na história, então vamos nessa. Aí você começa a ver e é um negócio meio confuso sobre a menina em determinada idade descobrir se será uma bruxa do bem ou do mal, mas em determinado momento ela comenta que o tio dela (o Jeremy Irons) já tinha sido um bruxo do mal mas ele conseguiu ser do bem e aí tem um livro que pode ensinar a garota como não ir pro lado negro da força e aiaiaiaiaiiaiaiaiaiaiaiaiaiaia. Caraca. Ok, still a better love story than Twilight. Aí eu lembrei de Dungeons & Dragons e que a presença do Jeremy Irons no elenco não deve pesar na escolha do filme para assistir.
Apenas uma vez (Once, 2006): Acho que lembro da Luci comentando sobre este filme, o que não seria uma surpresa já que acontece na Irlanda e é um musical. Não segue uma linha convencional, já que é mais um filme sobre amizade do que amor: um músico de rua conhece uma imigrante que o ajuda a compor músicas. A história é mais como eles conseguem gravar a fita demo para que ele vá para Londres mostrar para as gravadoras e tentar fazer sucesso, e olha, é bem legal. A Markéta Irglová está ótima no papel, toda esquisita e cute ao mesmo tempo (a cena em que ela aparece com o aspirador no meio da rua é ótima), e as músicas são muito boas e grudam na cabeça feito chiclete. Só de escrever aqui já comecei a cantarolar Falling Slowly.
Segredos de Sangue (Stoker, 2013): Poderia se chamar também “Nicole Kidman só se ferra”, mas vamos lá, é um baita suspense. India, uma garota meio estranha, perde o pai no dia do aniversário. É nesse momento que um tio que ela sequer sabia que existia chega em sua casa para morar junto com India e sua mãe. Aos poucos mistérios sobre a família vão sendo desvendados, bem como as intenções do tio de India. Aliás, eu poderia dizer que Matthew Goode deu um show à parte como o tio sinistrão, mas o trio Goode-Kidman-Wasikowska está equilibradíssimo, é o que faz com que o filme funcione tão bem. Tem um roteiro muito bom também, com algumas falas marcantes que obviamente ganham força com as atuações, vide o momento do “Personally speaking I can’t wait to watch life tear you apart“. Muito bom!
V/H/S (idem, 2012): Meu problema com V/H/S é que assisti exatamente na noite em que vi Grave Encounters, e eu estava ainda tão empolgada com ele que não dei muita chance para o segundo. Em minha defesa tenho a dizer que embora os curtas sejam de medianos para ótimos (sendo que aqui ‘ótimos’ significa: assustadores), a história de moldura, ou seja, aquela que interliga as demais, é muito, muito ruim. Um grupo é contratado para roubar uma fita em uma casa, que está aparentemente abandonada. Chegando lá, eles começam a ver o conteúdo da tal fita. Na minha opinião, as mais assustadoras são a última (da festa de dia das bruxas) e a do casal viajando (nunca mais vou dormir em paz num quarto de hotel). Já tem um tempo que quero ver a continuação mas fico me enrolando (opinião geral é que a história de moldura é ainda pior, mas que os curtas são bem legais).
Romy e Michele (Romy and Michele’s High School Reunion, 1997): Já tem aparecido tanto filme situando a história nos anos 90 que chega até a ser engraçado realmente ver um filme dos anos 90, onde a opção por Just a Girl de No Doubt na trilha não tinha a ver com a representação de uma década, mas bem, era o que se ouvia na época mesmo. Romy e Michele é isso, uma viagem para os anos 90, com direito até a Janeane Garofalo (amooo!) no elenco. O filme é bobo, as personagens são bobas, mas bem, é divertido. Agora a ironia da coisa: falei tanto sobre os anos 90, mas o filme em determinado momento busca resgatar a década de 80 (com direito a Madonna na trilha sonora). Não é engraçado? O negócio é cíclico, mais um tempo teremos filmes que se passam em 2000 e por aí vai.
Truque de Mestre (Now You See Me, 2013): Desde que tinha visto o trailer pela primeira vez eu estava louca para assistir este filme. Sabe como é, tenho queda por mágicos. A história tem um jeitão de Onze Homens e um Segredo misturado com Mister M e David Copperfield, digamos assim. Só que não são onze homens, são três caras e uma guria (muito linda, diga-se de passagem). E bem, naquela vontade de replicar a ideia de que quanto mais perto você olha, mais detalhes você perde, ou ainda, de que um mágico usa a distração da plateia em seus truques, a verdade é que ao mesmo tempo que você tem alguns plots twists (muitos, na verdade), você começa a perceber que a coisa toda fica meio sem pé nem cabeça, sabe? Especialmente quando você se dá conta de que tudo seria incrivelmente mais fácil se o “mentor” do plano desde o começo abrisse o jogo com os mágicos. Mas né, entretenimento. Eu me diverti, principalmente com as cenas com o Woody Harrelson.
Pelos Olhos de Maisie (What Maisie Knew, 2012): Este filme merecia um post próprio, acabei me enrolando mas pelo menos agora tem um registro aqui. O filme é lindo, doce. É uma versão moderna de um romance do Henry James, contando a história da separação dos pais de Maisie e de como eles lidaram com isso, sempre sob o ponto de vista da menina. E é com isso que ele se torna tão especial: Maisie não os julga porque na realidade sequer entende os jogos que fazem um contra o outro, muitas vezes a utilizando como uma peça. A mãe tenta saber através de perguntas aparentemente inocentes se o pai casou com outra mulher, o pai dá uma desculpa esfarrapada para ela não morar em outro lugar e por aí vai. Mas calma, nem todos os adultos da vida de Maisie são horrorosos, e é isso que empresta doçura para uma história que poderia ser bastante amarga. Sempre me enrolei tanto para ler o livro de James, agora fiquei bem curiosa – já que a premissa é a mesma, de que o ponto de vista da narrativa seja o da menina.
Submarine (idem, 2010): Posso dizer que o ano nem acabou e já tenho meu filme favorito? Posso? Então tá: o ano nem acabou e Submarine já é o meu favorito. Que coisa mais linda! Lindo mesmo, com cenas que você pensa “Caramba, cinema é um negócio foda!”. A história aparentemente é bem bobinha, um menino vivendo as experiências do primeiro amor ao mesmo tempo em que tenta salvar o casamento dos pais. O negócio é que quando começam as metáforas para a depressão ou ainda mais, para nossa solidão, ele ganha todo um novo sentido. A trilha é muito boa também e poutz, tem cenas que só de fechar os olhos e lembrar eu já fico morrendo de vontade de ver de novo (como quando o Oliver encontra a Jordana embaixo da ponte, aquilo é fantástico). Eu vou voltar a falar do filme por aqui porque comecei a ler ontem à noite o livro no qual ele foi baseado, então aí eu conto mais detalhes (inclusive minha reação ao descobrir que o diretor do filme é o Moss de The IT Crowd, hehe).
Byzantium (idem, 2012): Dirigido por Neil Jordan, conta a história de duas vampiras nos dias de hoje, fazendo o possível para continuar sobrevivendo. Aos poucos vamos sabendo mais de como elas chegaram até ali, qual a relação entre elas e por que diabos tem uns caras querendo acabar com as duas a qualquer custo. E é o que eu posso dizer sem estragar nenhuma surpresa. Olha, tem alguns elementos de Entrevista com o Vampiro (o que não surpreende, já que o diretor é o mesmo), mas acho que o que mais ficou claro para mim é que *este* era o jeito de contar uma história de vampiro ‘bonzinho’ que caminha sob a luz do dia. É um filme muito mais sombrio do que romântico, e muito embora algumas coisas sejam extremamente forçadas (atenção para a cena que dá nome ao filme), ainda assim consegue trazer novidades para a boa e velha história de vampiro sem que isso signifique qualquer coisa que deixe um fã mais apaixonado achando que é heresia.
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Ufa, e é isso. Os do começo do ano ficaram de fora, em outra oportunidade eu deixo um registro. Não falei sobre A agenda secreta do meu namorado porque até agora não entendi bem o que foi que fez com que eu visse o filme. Fui abduzida? Um demônio tomou conta do meu corpo? Vá saber. Só sei que se 2000 palavras é muito blablablabla para você, vamos resumir as coisas: vá logo ver Submarine caso ainda não tenha assistido. E por hoje é só =*
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2 comentários em “Filminhos (Ou: tentando colocar isto aqui em dia)”
Gosto tanto dos teus posts, sempre me divirto com a tua naturalidade pra falar das coisas 🙂
Gosto tanto dos teus posts, sempre me divirto com a tua naturalidade pra falar das coisas 🙂
Obrigada, Raquel <3