(Então que ainda não consegui pensar em um nome melhor do que “Cinema com mamadeira” para minha lista de rapidinhas cinematográficas, portanto ficaremos com o “Filmes em 2013” por enquanto.)
O Clube dos Cinco (The Breakfast Club, 1985): Então que um dos pontos positivos (ou negativos) do Netflix é que você revê MUITA COISA. Você vê o título x e pensa “Puxa, esse filme era tão legal!” ou ainda, “Nossa, faz tanto tempo que nem lembro se vi mesmo”. O Clube dos Cinco se enquadra no segundo caso. Juro que não marcou minha memória, embora seja quase certeza que eu assisti. A ideia de colocar cinco jovens que aparentemente nada tem em comum fechados em uma sala até que descubram como são parecidos é bem bacana, é o tipo de filme que não precisa nem de um remake, já que os esteriótipos são tão atemporais. Mas vá lá, o melhor mesmo é a conclusão com Simple Minds tocando Don’t you (forget about me).
Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (The Dark Knight Rises, 2012): Depois de muita enrolação, finalmente vi a conclusão da trilogia de Christopher Nolan. Para mim foi o melhor dos três, embora eu ainda assim não morra de amores pelos filmes como muitos fãs do diretor. Deixando de forma mais clara, é um ótimo filme do Batman, mas não é o melhor filme da minha vida, não é aquele caso em que você sai maravilhado do cinema pensando em indicar para todo mundo. Mas foi uma boa história, com bons atores e ainda acho que Anne Hathaway merecia um prêmio só por conseguir lutar e andar com graça e elegância naquele salto agulha da Mulher Gato. Se Mulher Gato eu fosse, lutaria de moleton e sapatilha moleca.
Lincoln (Lincoln, 2012): Aí comecei a assistir os oscarizáveis, e como todo ano acontece, surge lá aquele filme que é tecnicamente perfeito mas frio como um cubo de gelo. E é bizarro, considerando quem é o diretor e quem é o protagonista dessa história, provavelmente o presidente mais carismático que os Estados Unidos já tiveram. Mas Lincoln é isso, um bom filme mas que não encanta, não comove. Fora uma cena em que vemos a personagem de Tommy Lee Jones na cama com a esposa, não há nada ali que dê aquela aquecidinha no coração. Isso que estou deixando de lado todo o fator “maquinações políticas” que sinceramente não me agradam (e portanto achei enfadonhas). Falar da interpretação brilhante do Day Lewis é chover no molhado, e para mim é a única certeza do Oscar, e não por acaso.
O enigma da pirâmide (Young Sherlock Holmes, 1985): Ó lá eu, de novo, vendo velharia no Netflix. Mas tem muito tempo que queria rever O enigma da pirâmide, simplesmente porque é “O” filme de infância para mim. Muitas das minhas paixões de adolescência vieram desse filme (incluindo a esgrima que nunca tive oportunidade de praticar, haha). E sabe o que é mais legal? Mesmo que a qualidade da imagem (e dos efeitos no delírio de Watson) entreguem que o filme é antigo, eu tenho certeza que ele passa no teste do tempo e poderá agradar uma criança dos dias de hoje assim como me agradou há mais de vinte anos, até porque estão lá todos os elementos daqueles filmes bacanas de Sessão da Tarde, que se repetem até em histórias atuais.
Pi (Pi, 1998): Tem muito tempo que quero assistir este filme, mas acho bom que tenha deixado para mais tarde – se tivesse assistido logo que fosse lançado, acharia só esquisito. E bem, esquisito ele é. Tem qualquer coisa ali nos delírios de Max Cohen (e mesmo no visual preto e branco do filme) que fizeram com que eu lembrasse de Eraserhead do Lynch e de Tetsuo. É bastante tenso, e o modo como a história é montada parece de alguma forma imitar a mente caótica de Cohen (ou seja, não é filme para ver se você sabe que será distraído facilmente por outra coisa). A ideia de buscar um padrão na natureza através de uma sequência de números é bem explorada, embora eu sinceramente ache que poderiam fugir um pouco de um desfecho meio, hum… a verdade acabará com você ou algo que o valha.
Looper: Assassinos do Futuro (Looper, 2012): Com Looper foi assim: começou o filme e eu “Uou, que história legal!”, toda empolgada por ver ficção científica boa. A ideia é muito bem sacada: criminosos mandam pessoas do futuro para serem assassinadas no passado por agentes conhecidos como “Loopers”. O protagonista, Joe, parece ser muito bom no que faz, mas dá o azar de mandar mal justamente no seu trabalho mais importante (o encerramento do Loop, quando ele mata no passado seu eu do futuro). E vai tudo muito bom, até o momento em que Joe se esconde numa fazenda e a história perde o ritmo (e bem, se perde). Tenho certeza que sem a figura do Rainmaker teria sido um baita filme, mas com a entrada desse elemento ele acabou ficando ali no mediano mesmo. Ah, sim, a maquiagem no Gordon-Levitt beira ao irritante.