Eu não sei bem se a culpa é exatamente de Hollywood, mas fico com a sensação de que toda vez que temos em mãos uma história que é situada em um cenário completamente diferente do que temos como nosso “normal”, na maior parte das vezes esse mesmo cenário é apenas isso – um entre tantos elementos da narrativa. É mais ou menos assim: algo TEM que acontecer, caso contrário, não vale a pena ler a história. Então temos protagonistas que partem em busca de um modo do evitar a catástrofe global, ou aqueles que simplesmente já estão habituados com a nova realidade e portanto enfrentam qualquer outro conflito dentro de novas condições. Mas você pode contar nos dedos os livros como A idade dos milagres, de Karen Thompson Walker, que parecem não querer cair na armadilha da ação pela ação e, com isso, conseguem trazer uma história que poderá agradar até aqueles que não são muito fãs de ficção científica.
A protagonista da história é Julia. Considerando outros livros de enredos parecidos, ela poderia ser uma cientista que trabalha para o governo dos Estados Unidos, ela poderia ser uma fora-da-lei que tem alguma perícia única que será capaz de salvar nosso planeta. Mas em A idade dos milagres, Julia é apenas uma garota de 11 anos, que em uma manhã de um final de semana fica sabendo com seus familiares através da notícia no plantão do jornal que o planeta Terra está rodando mais lentamente, e que ninguém ainda tem respostas sobre o que motivou essa mudança, como fazê-la parar ou se ela vai parar.
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