Na época em que Zodíaco começou a atacar Graysmith trabalhava como cartunista no jornal San Francisco Chronicle, e estava presente no momento em que a primeira carta para o editor do periódico chegou. Por conta disso, se envolveu de tal forma com as histórias dos crimes que resolveu investigá-los por conta própria, para tentar encontrar a resposta para quem era o homem que dizia ter matado quase 40 pessoas.
Mês: fevereiro 2013
Oscar 2013: O dia seguinte
Enquanto vou tomando minha segunda caneca de café para compensar a noite de pouco sono, vamos para alguns comentários sobre a cerimônia do Oscar ontem – que não, não teve nada de muuuito surpreendente. Foi uma noite morna, sem grandes surpresas e que em alguns momentos pareceu que iria se arrastar pela eternidade (quem mais aqui não pensou “Poutz, ainda nem apareceu o In Memorian?!!”).
Sobre o tapete vermelho, a real é que eu acompanho só para ver se acontecerá um grande desastre tipo a Bjork com aquele vestido de cisne, ou algo lindo demais, como aquele vestido da Halle Berry no ano em que ela ganhou o Oscar: não aconteceu. Tudo certinho e dentro da média, morninho como a cerimônia. Vi umas fotos da festa da Vanity Fair e pareceu que as moças guardaram o melhor para lá, saindo dos rosinhas sem graça para muito brilho, muito ouro, inshalá. Tentaram fazer uma piada com o farol aceso da Anne Hathaway, mas parece que era efeito do corte do vestido (mas convenhamos, escolher mal justo na noite em que você finalmente ganha? Aff). Enfim, melhor coisa desse tapete vermelho foi a barba do Ben Affleck.
Wilson (Daniel Clowes)
Em tempos de redes sociais você provavelmente já passou por isso: escreveu uma mensagem, pensou melhor e então apagou. Talvez não necessariamente porque fosse ferir o sentimento da pessoa que a receberia, mais para evitar um conflito futuro, ou mesmo que sua imagem de pessoa bacana fique arranhada por dizer algumas verdades para quem supostamente mereceria ouvir. Pois bem, seja lá qual for o motivo que faça muita gente agir assim, Wilson de Daniel Clowes parece não ter essa ferramenta. Fala o que tem vontade sem o menor medo de ser desagradável. E é tão, mas tão desagradável que chega a ser engraçado.
A HQ lançada pela Companhia das Letras segue um formato de episódios de uma página, seguindo uma ordem cronológica que vai alinhavando uma história maior, que de modo resumido dá para dizer que é a luta de Wilson contra a solidão que ele causou contra si, justamente por causa desse jeito de agir. Ele quer “fazer parte”, mas ao mesmo tempo não quer abrir mão de ser como é. Continue lendo “Wilson (Daniel Clowes)”
Esquenta para o Oscar
Amanhã é dia de Oscar! Para quem tem tv a cabo, o evento será transmitido pelo canal TNT a partir das 20:30h. Para quem não tem, podem xingar muito a Globo no twitter, porque a transmissão só começará após o Big Brother (como tem acontecido nos últimos anos). Para quem vai acompanhar pela internet, tem a cobertura do Cinema em Cena. E tem bolão pipocando em todo canto, mas deixo como sugestão o organizado pelo Tisf lá na Valinor (ele organiza isso tem, sei lá, quase 10 anos), para quem quiser tentar a sorte, é só clicar aqui. Outros links relacionados com ao Oscar:
- No Total Film, os 40 momentos mais loucos do Oscar (porque recordar é viver)
- Para a galera do mimimi, a galeria dos esnobados deste ano lá no The Hollywood Reporter
- O College Humor fez uma versão em 5 segundos de cada um dos indicados para melhor filme.
- O UOL Cinema tem um joguinho para adivinhar filmes ganhadores do Oscar em 8 segundos.
- Quer uma mãozinha para o bolão? Tente a sorte com asprevisões do Awards Circuit.
- Quer organizar um bolão com os amigos? Aqui tem uma versão da lista para imprimir.
The Sense of an Ending (Julian Barnes)
Confesso que não conhecia Julian Barnes, embora ele já tenha publicado onze romances. Foi o fato de o último livro dele, The Sense of an Ending ter levado o Man Booker desse ano que chamou minha atenção para o título. A sensação que ficou ao ter acabado o romance em questão foi um misto de alívio por saber que tenho mais do autor para conhecer e arrependimento por nunca ter lido algo dele antes. Não dá para economizar elogios, é realmente um livro fantástico.
E como todo livro bom, falar do enredo pode ser perigoso, passar uma falsa ideia de que é simples. Cabe então frisar que embora The Sense of an Ending gire em torno das memórias de Tony Webster, especialmente em seu relacionamento com seu primeiro amor Veronica e sobre sua amizade com Adrian, ele é muito mais do que isso. Há camadas e camadas nesse romance, muito para se absorver. Tanto, que após lido há uma sensação de urgência em encontrar mais alguém que também o conheça para poder conversar sobre ele. Continue lendo “The Sense of an Ending (Julian Barnes)”
Filmes em 2013 (Parte I)
(Então que ainda não consegui pensar em um nome melhor do que “Cinema com mamadeira” para minha lista de rapidinhas cinematográficas, portanto ficaremos com o “Filmes em 2013” por enquanto.)
- Filmes que vi e que ganharam posts próprios: Moonrise Kingdom, Sete Psicopatas e um Shih Tzu, O lado bom da vida, As aventuras de Pi e Django Livre.
As aventuras de Pi (Yann Martel)
1. O filme após a leitura
Eu adorei o filme. É meu queridinho para o Oscar, por mais que eu saiba que ele não tenha café no bule para ser o grande ganhador da noite. E como andei sendo bem ranzinza com algumas adaptações (As vantagens de ser invisível e O lado bom da vida, mais especificamente), achei que cabiam alguns comentários, até para deixar claro que eu não sou aquele tipo de bocó que não consegue perceber que é óbvio que adaptações são diferentes dos livros.
A questão é: tomo o trabalho de Ang Lee com As aventuras de Pi como modelo de um bom roteiro adaptado. Coisas foram deixadas de lado? Claro. Coisas foram alteradas? Evidente. Mas a essência da obra foi captada, o que a fez dela algo especial (ou seja, uma história que merecia ser contada), está lá. Continue lendo “As aventuras de Pi (Yann Martel)”
As Virgens Suicidas (Jeffrey Eugenides)
Por mais que algumas pessoas pensem que boas histórias são escritas como que em uma enxurrada criativa vivida pelo autor, a verdade é que pelo menos nos bons livros nada é por acaso. Para explicar meu ponto de vista, dou este exemplo: o que seria de Dom Casmurro se ao invés de um narrador-personagem (Bentinho) tivéssemos um narrador em terceira pessoa, onisciente e que não atribuísse qualquer juízo de valor aos acontecimentos descritos? Bom, obviamente que Capitu não seria lembrada por tantos brasileiros (mesmo os que se traumatizaram com as aulas na escola). E digo isso porque se As Virgens Suicidas é um livro tão hipnotizante, é justamente por causa das (ótimas) escolhas de Jeffrey Eugenides ao contar os mistérios envolvendo os suicídios das meninas Lisbon. Continue lendo “As Virgens Suicidas (Jeffrey Eugenides)”
Documentando nossos momentos
Há tempos que tenho pensado sobre algo que li no blog da Amanda Palmer, no post em que ela falava sobre seu casamento com Neil Gaiman. O post todo é lindo, independente de você gostar ou não do casal, vale a pena ler, mas fiquemos com o trecho em questão. Diz Amanda Palmer:
i don’t want to live to document my moments. i don’t want to see a sunset and reach for my iPhone. i don’t want to live my life and love my loves inside out. i fear, sometimes, that i do. i fear for all of us. and in these moments, i find non-action is the only antidote. or something like that.
Eu acho que entendi direitinho o que ela quis dizer, porque eu tenho um medo parecido. Hoje em dia, ao mesmo tempo que a internet acaba nos aproximando de modos que antes seriam difíceis de imaginar (do tipo: acabo de enviar um tweet para uma pessoa do Rio Grande do Sul e deixar um comentário no facebook de uma pessoa do Rio de Janeiro), por outro lado parece nos afastar do mais básico, que é viver o momento. Não por acaso temos aquela famosa piadinha de How I Met Your Mother:
Sherlock (BBC)
Foi uma fase importante para mim, como leitora. Porque me apaixonei pela Inglaterra vitoriana descrita por Conan Doyle, e a partir disso quis ler mais livros desse período. Digamos assim: foi por causa dele que cheguei aos meus primeiros clássicos. E eis que passei um bom período completamente obcecada pela personagem. De ficar feliz de ter a sorte de gravar em uma fita vhs Dressed to Kill, com Basil Rathbone como Sherlock (e na minha cabeça ele sempre foi “o” Sherlock), por exemplo. Continue lendo “Sherlock (BBC)”