Eu acho que o que mais me agradou em Django foi o cuidado com o roteiro. Eu gostei de Bastardos Inglórios, mas não lembro de diálogos que eu pensasse FOOOOOOODA como o entre Schultz e Candie falando sobre Alexandre Dumas. As frases curtas e de efeito ainda estão lá, como já provaram as ‘n’ piadas sobre “Django” ser com “d” mudo (aqui tem um exemplo disso), mas a sensação que dá é que está tudo melhor amarrado, mais fluido, menos forçado. O filme tem quase três horas que passam quase sem que você sinta (embora eu tenha percebido uma ligeira quebra no ritmo ali um pouco depois da primeira hora) – esse tipo de coisa não acontece por acaso.
Uma consequência do roteiro bom é a galeria de personagens mais do que marcantes que circula pelo filme. Claro, quem rouba novamente a cena é Christoph Waltz como o Dr. King Schultz, dentista alemão que deixa de lado a profissão para se tornar um caçador de recompensas. É para conseguir informações sobre uma das pessoas que ele procura que seu caminho se cruza com o do escravo chamado Django (também uma ótima personagem, interpretada por Jamie Foxx). O que mais gostei no Dr. Schultz é como conseguia ser totalmente amável e carismático quando não piscaria duas vezes para matar um pai na frente do filho se isso significasse receber uma nova recompensa.
Outras personagens ali merecem destaque, é claro. Tem uma cena em específico com o Leonardo DiCaprio que achei fantástica e não parava de pensar “Meu Deus, é o gurizinho do Titanic!”, quando ele sai da biblioteca após conversa com seu criado e volta para a sala de jantar. O modo como ele sai do civilizado para o insano em segundos é de assustar. Ele consegue se impor de tal forma que mesmo que sua personagem apareça só após uma hora de filme, ele parece ter estado ali desde o começo, com Django e o Dr. Schultz.
Eu tive a sensação que por mais que o filme não apresentasse divisão em capítulos, ele poderia muito bem ser dividido assim: a primeira parte com Django e o Dr. Schultz se conhecendo durante o inverno, a segunda com os dois indo até Candyland para resgatar Broomhilda, e ainda uma última parte, que é o “nascimento” de Django, digamos assim, até porque enquanto próximo do Dr. Schultz ele é um badass, mas não é “o” badass que vemos na cena final, por exemplo.
Sobre o anacronismo da trilha sonora, não é exatamente uma novidade em cinema, convenhamos. Então realmente não sei porque algumas pessoas andaram reclamando. Achei, aliás, que como em quase todos os filmes Tarantino fez uma seleção que funciona não só na telona, mas em qualquer momento. Dá para reparar na importância que Tarantino dá para a trilha se você comparar a música que toca no começo (com Django acorrentado) e a que toca no final (quando ele está deixando Candyland) – é quase que parte da personagem.
Enfim, eu gostei bastante. Primeiro porque foi bom reencontrar o Tarantino como tinha nas minhas lembranças e segundo porque vá lá, é muito divertido. Seja pelo humor (dou risada só lembrar daquela cena dos capuzes), seja pela torcida pelas personagens ou mesmo pela ação, o tempo passa e você nem sente. Na realidade, dá até vontade de ver de novo.
Cena dos capuzes <3 Que bom que não fomos só eu e meus amigos abobados que não pararam de rir nessa cena.
Eu gostei bastante do filme. Bem nessas, mal parece que passaram quase três horas.
O que mais acho bacana no Tarantino é como uma hora a gente tá rindo alucinadamente com um humor pastelão (mas bom), e em menos de 10 minutos não dá nem pra olhar direito pra tela porque tem dois caras se batendo violentamente – sério, tava me agoniando os mandingos lutando.
E a trilha sonora é demais. Primeira coisa depois de ver o filme foi procurar e ficar ouvindo em loop eterno
Po, a cena é mó boa hahahahha Acho que das engraçadas foi uma das melhores.
Aquela cena dos cachorros foi foda tb. Mas aí foda-igual-a-dos-mandingos-lutando, de ter que olhar pro lado até. E olha que eu não sou fresca com esse negócio de sangue Ô.o
Chorei de rir com a cena dos capuzes o/ e o quarteto Schultz, Django, Monsieur Candie e o Stephen são demais…..
Poutz, esqueci de mencionar o Stephen! Ótima personagem também!
Vi ontem e achei um filme excelente.
A única coisa que pareceu “cortada”, que me deu uma expectativa de algo a mais e não se cumpriu foi o interesse do Dr. Schultz pela Brunehilde. Quando ele diz o nome completo dela com aquela expressão, eu tive quase certeza de que haveria mais alguma história à frente, além de um encanto e um senso de dever para com o Siegfried que se apresentava a ele.
Quanto ao Stephen, fez valer cada minuto na tela, mas achei justo o encerramento da participação dele. 🙂
André, sabe que eu tive a mesma sensação? Quando ele fala qualquer coisa sobre ela despertar paixões, eu pensei “pronto, a última parte do filme vai ser sobre os dois brigando pela mulher”. No fundo acho até bom que ele não tenha seguido por essa linha, não sei se ele teria mão para fazer isso sem ser canastrão. Problema é que pelo menos com todo mundo que eu tenho falado sobre o filme, a opinião é unânime: quando o dr. schultz sai de cena, o filme perde muito do seu encanto.