E é engraçado eu ter citado os Tenenbauns e Rushmore, porque Moonrise Kingdom parece pegar muito dos temas principais dessas duas histórias. Pode ser uma constante do cinema do Anderson, mas de novo, eu não vi tudo dele então não posso afirmar. De qualquer forma, vemos lá o crescimento, o deslocamento e, principalmente, aquele tom doce, mas ao mesmo tempo triste – ele tem seus momentos “Nhoooum!” ao mesmo tempo em que você vê a personagem de Bill Murray dizendo que deseja que o telhado saia voando e que ele seja tragado para o espaço.
O centro de toda a história são as crianças, Suzy e Sam, que se conhecem em uma apresentação e passam a trocar cartas, até o momento em que decidem fugir juntos. Eles vivem em um lugar onde pouca coisa (ou nada) acontece, então é claro que o sumiço dos dois passa a ser um evento no local. Alheios a isso, Suzy e Sam seguem seu caminho, com cenas que não são só bonitas visualmente, mas também tocantes, porque são carregadas de uma inocência que a gente imagina impossível nos dias de hoje, como quando Suzy diz que gostaria de ser órfã e o menino responde:
Orbitando ao redor das crianças temos os adultos, todos completamente desajustados e um tanto melancólicos. Os pais de Suzy, o policial, o chefe dos escoteiros, todos tem alguma excentricidade ou algo que revela sutilmente o quão sozinhos e conformados eles estão.
É realmente um filme gostoso de ver, não admira tanta gente estar elogiando por aí. Valeu cada minuto – aliás, daqueles que você nem sente o tempo passar. Eu ainda prefiro Tenenbauns, mas a verdade é que Moonrise Kingdom fez com que eu realmente ficasse curiosa sobre os outros filmes do Anderson. Tá aí o trailer para quem ainda não viu:
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