Entendam: não era aquela nerd apaixonada pelos livros, que já tinha lido tudo o que saiu sobre Tolkien. Tolkien nem passava no meu radar antes de começarem os falatórios sobre a adaptação. Mas o filme me encantou ao ponto de eu começar a querer saber mais daquele mundo. Porém, a vida vai atropelando nossos pequenos prazeres, e em janeiro eu tinha aulas na faculdade para colocar em dia o calendário após uma greve longa, que inclusive só perdeu o posto de “greve mais longa” este ano. Verdade seja dita, acho que meu ex se envolveu muito mais em “tolkienidades” do que eu, tanto que ele que me apresentou o site e o fórum Valinor. Sobre o fórum, no começo eu lia usando a conta dele, adorava os tópicos do Clube da Insônia. Até que resolvi me cadastrar, com o fantástico nick ~·*Preciosssssa*·~ (sim, messsstre, preciossssa), que depois mudei para o ~·*Ana Lovejoy*·~. Fiz amigos lá, ao ponto de fazer uma churrascada em casa com trocentas pessoas que nunca tinha visto pessoalmente até então. Comecei a achar graça de questões que antes nem passavam na minha cabeça (alou, asas de balrog?), e a ansiedade pelo segundo filme foi crescendo. As Duas Torres chegou aos cinemas no dia 27 de dezembro, e eu estava lá na fila da estreia também.
O engraçado é parar e pensar como é que as notícias chegavam naquela época. Já havia a internet, ok. Mas o ritmo de informações novas não era tão acelerado quanto hoje em dia. Fugindo um pouco do universo Tolkien para dar um exemplo, lembro que em 2002 estava para sair também O Ataque dos Clones, segundo filme do Star Wars. Um pouco antes do filme chegar, vazou a cena da luta do Yoda com o Conde Dookan (Dooku, whatever). Cheesus, foi um parto para conseguir baixar o video – de péssima qualidade, diga-se de passagem. Video que agora para escrever este post eu simplesmente peguei ali do youtube, tranquilinha, em menos de um minuto. Internet discada, jamais te esquecerei. Enfim, era um outro tempo, e talvez pelo fato de termos menos acesso às notícias (ao menos se comparado com atualmente), a ansiedade era sempre maior.
Quando chegou O Retorno do Rei (de novo, um dia sacana de estreia, 25 de dezembro de 2003), eu já estava tão envolvida com isso tudo (inclusive já era moderadora na Valinor) que lembro de ter ficado emocionada já nos primeiros minutos do filme. Sabe, aquela coisa meio boba de perceber que bem, é o fim de um ciclo, de uma jornada. Até hoje eu não sei se este é meu filme preferido por realmente ser melhor do que os outros dois, ou por ter toda essa mistura de sentimentos e… oh, wait. É o melhor mesmo.
E aí acabou o filme, acabou trilogia, acabou. Para quem trabalha com conteúdo envolvendo as obras de Tolkien como nós lá na Valinor, foram tempos de vacas magras, magérrimas. As melhores notícias para o fandom eram coisas como a publicação do Curso de Quenya e a tradução d’As Cartas (pela Arte&Letra), mas ficávamos por aí. Foi algum tempo até que começassem as notícias de que filmariam O Hobbit, invariavelmente seguidas de alguma baldada de água fria. New Line briga com Peter Jackson, família Tolkien briga com produtores, etc. etc. etc mimimimi blablabla. Notícias sobre o Del Toro na direção começaram a aparecer em 2008, para depois Peter Jackson assumir o projeto. Mas a verdade é que até este momento já estávamos meio que naquela de “só acredito vendo”, mesmo que notícias mostrassem imagens do Condado sendo reconstruído, ou Ian McKellen postasse em sua conta no twitter mensagens sobre a produção.
Acho que o primeiro momento em que me dei conta de que era real, de que desta vez ninguém diria que alguma treta aleatória impediria o trabalho de Peter Jackson, foi quando assisti ao trailer do filme. Como não poderia deixar de ser, com lágrimas nos olhos. Meio que naquela sensação de estar reencontrando um velho amigo.
E agora é hora de começar um novo ciclo. Ou pelo menos continuar com antigos hábitos, já que dia 13 estarei lá na fila.
PS: Poderia até falar da mudança da vida da Anica que viu O Retorno do Rei para a Anica que verá O Hobbit, mas vamos lá, quase 10 anos. QUE BOM que as coisas mudam. Se tudo continuasse igual, algo estaria bem errado. Vamos ficar por aqui. Volto a falar de Bilbo e cia. para dar minhas impressões sobre o filme depois de assisti-lo.
PPS: Sobre a imagem do post, sim, temos três livros daquela edição comemorativa. Temos três Hobbits em casa também. É a versão nerd de juntar os trapos, acho. “Juntar os livros”.
Gostoso lembrar dessa época.
É sim XD
Tem vezes que olho para o Arthur e penso “ééé, moleque, não fosse o véio Tolkien você não estaria aqui”
Ganhei Hobbit e SdA (ed comemorativa) em dezembro de 2001. Bons tempos… <3
o hobbit eu só ganhei um tempo depois – não lembro agora se no aniversário em 2002 ou mais além. a maioria dos meus livros tolkien quem me deu foi meu ex. hobbit, silmarillion (deixei com ele qdo terminamos), contos inacabados. só o sda minha mãe deu. =F
Também ganhei O Senhor dos Anéis no Natal de 2001, por causa daquela febre toda… e nunca consegui ler. Shame on me.
Não conseguiu pq achou chato, Dani?
Deve ter empacado naquela parte (hiper enfadonha) do Tom Bombadil ^_^.
hahahaha eu não lembro de não ter gostado da parte do bombadil, mas como já comentei em algum lugar por aqui, lembro de ter pulado alguns parágrafos de descrições hehehheehe
Descrição demaaaais. Lembro de já ter ficado traumatizada no texto sobre os hobbits bem no iniciozinho hehehe.
Mas muito boa ideia essa de pular os parágrafos descritivos, vou tentar! Pq, né, marido nerd pega demais no pé por eu nunca ter lido (é tipo o único argumento dele quando eu reclamo que ele não curte Nick Hornby hehehe)
Eu tenho uma dúvida: O Hobbit é um livro infantil…o filme será infantil (ou ‘pra toda família’) também?
Lá fora ele está saindo como PG-13, então embora o livro seja infantil, o filme pelo visto não será adequado aos mais pequerruchos =/
Leio essas coisas e fico com um aperto no peito. Acho que é a idade, ou a TPM. Só sei que, caramba, passou um filme, aqui. Época mágica.
sim, foi uma época mágica. <3