Cinema com mamadeira 2

Não deixa de ser engraçado que logo o número 2 do Cinema com mamadeira seja quase todo com filmes que revi, e não filmes novos. Se o tempo é curto, por que estou assistindo novamente alguns filmes? Bem, a resposta é óbvia: porque eles valem a pena. Ou porque esqueci que já tinha visto, há. De qualquer forma, vamos lá, um pouco sobre cada um deles.

O melhor amigo da noiva (2008): Era uma noite aleatória, eu estava morta de cansaço e não queria nada além de uma comediazinha bonitinha e aí vi esta opção no Netflix e resolvi conferir. E né, pelo menos nos primeiros minutos pareceu entregar o que eu queria. Vemos Patrick Dempsey como Tom, um carinha pegador que não se prende a ninguém previsivelmente se apaixonando pela melhor amiga Hannah justo no momento em que ela larga mão do amor platônico por ele para ficar com outro cara. Aí eu comecei a pensar “Peraí, tudo bem que o enredo é previsível, mas isso tudo está começando a soar muuuuito familiar”. Pensei que estava confundindo com algum outro filme que envolvesse casamento, fura olho e afins, e então quando eles chegam na Escócia (sim, vergonhosamente uma parte já bem avançada do filme) eu me dei conta de que já tinha assistido O melhor amigo da noiva. Não lembro quando, não tenho nada anotado – muito provavelmente nos meses finais da gravidez ou em algum momento dos primeiros meses do Arthur, quando não dormir era algo bastante comum. Enfim, o filme não é ruim. Só dá aquele arrependimento ter usado meu tempo revendo algo quando tem tanta coisa que ainda não vi.

 Os Vingadores (2012): Das hqs da Marvel eu lia X-Men, mas sabia pouquíssimo sobre os Vingadores. Mesmo. E eu até achei que isso acabaria influenciando negativamente o modo como eu veria o filme (do tipo: ficar-completamente-perdida), mas não, deu para seguir a história tranquilamente (até porque né, não é rocket science). O lado bom disso é que como não sei lhufas dos Vingadores, não fiquei aloprando sobre o que era fiel e o que não era. Considerando o todo, não entendi o amor de muita gente pelo Loki, vai ver tem alguma coisa nos extras que eu não vi, porque para mim os destaques são o Downey Jr. como Iron Man e o Clark Gregg como o Coulson (alguém deveria pensar seriamente em fazer um filme só dele, há!). Mas mesmo que algumas personagens tenham se sobressaído, a sensação geral que tive é que apesar de tudo conseguiram equilibrar bem o espaço dado para cada um, e o que poderia ser um saco (várias micro-histórias e seus inúmeros micro-finais) acaba funcionando bem, porque dá velocidade para a história: quando você vê, já está vendo os créditos e nem parece que passou mais de duas horas vendo um filme. Divertido, valeu a pena.

 Toy Story (1995): Se por algum acaso bizarro alguém acompanha o Hellfire desde o distante 2003 e tem também uma memória muito boa para aleatoriedades banais de terceiros, deve lembrar que antigamente eu tinha uma lista “de filmes que vergonhosamente nunca tinha assistido”. E Toy Story esteve firme nessa lista até setembro deste ano, quando finalmente vi (o que não deixa de ser curioso, já que na época do lançamento do terceiro filme era praticamente impossível ignorar Toy Story). Estávamos voltando da casa dos pais do Fábio de van, no melhor estilo Little Miss Sunshine, e para distrair o Arthur colocamos o filme. Acabamos todos acompanhando, talvez até mais empolgados do que o Arthur. Verdade seja dita eu gostei bastante, embora em algum momento eu até poderia dizer que não entendo o amor que algumas pessoas tem por esse filme (por exemplo, no IMDb está na frente de Blade Runner no top250, vão se catar), mas aí eu estaria cometendo a injustiça típica de qualquer babaca que chega dizendo que achou algo “superestimado” e variantes, que é a de não contextualizar e desconsiderar o que aquele filme significou na época em que foi lançado. E nesse sentido, eu acho que só posso me arrepender por ter esperado tanto tempo para ter conferido. A saber, comecei Toy Story 2, mas o DVD travou na metade e aí não considero como assistido, blé.

 Ligações Perigosas (1988):Então que chegou As relações perigosas do Laclos para eu resenhar e aí mal comecei a ler e bateu uma vontade enorme de rever este filme. Não é só questão de a história de Laclos ser apaixonante (e é), porque convenhamos, não precisa ver mais do que 10 filmes adaptados de livros para saber que o cinema consegue esculhambar histórias perfeitas. Mas aqui não há qualquer porém, e mesmo quase 25 anos após seu lançamento, Ligações Perigosas continua acima da média e sim, um daqueles casos em que vale a pena rever mesmo que você tenha pouco tempo para assistir qualquer coisa. Glenn Close e John Malkovich estão perfeitos como a Marquesa e o Visconde, criando uma química tão poderosa que acabam se tornando um daqueles casos raros em que sequer precisam dizer algo para passar uma emoção: vide a cena do confronto final entre os dois, o olhar da Marquesa seguido de um sorriso tímido que antecede suas palavras “Guerra”. É fantástico! Cheesus, até Keanu Reeves está bem neste filme (o que é razoavelmente fácil, já que a personagem dele é quase uma versão do século XVIII de Ted do Bill & Ted, hehe). Muito bom, mesmo. E assistir com o livro fresco na memória mostrou o cuidado na adaptação – que apesar de uma mudança aqui e ali, conseguiu se manter bastante fiel a ideia original, o que é um ponto extra se lembrar que o livro é todo montado a partir de cartas, que no filme foram convertidas em diálogos em sua maioria.

 Closer (2004): Mais um para a lista dos (re)vistos, resolvi assistir Closer novamente em uma noite do começo de outubro. O filme tem um certo valor sentimental para mim, porque vi no começo do namoro com o Fábio, aí a trilha sonora do filme foi meio que nossa trilha sonora dos primeiros meses e blablabla. E agora percebo aqui que já são quase 10 anos, e como o filme envelheceu bem. Bom, eu envelheci também. Lembro que da primeira vez que vi odiava a Anna e o Larry, e agora revendo percebo que o maior babaca da história toda é o Dan (e que Larry é a melhor personagem ali). Sabe filme que se sustenta na força dos diálogos? É por aí. Se pensar bem, nada demais acontece em Closer, mas o que é dito – as trocas de palavras entre as quatro personagens – é algo tão bom, tão bem feito que do nada você se surpreende dizendo junto com o ator frases que até então achava que tinha esquecido (e não estou falando do “Hello, stranger“, mas coisas como “That’s the spirit. Thank you. Thank you for your honesty. Now fuck off and die, you fucked up slag.“). É um filme lindo. Uma pena a quantidade de fã idiota que ele atraiu ao longo dos anos, mas né, isso não tira em nada a qualidade do que se vê ali (embora, confesso, não consigo mais ouvir The Blower’s Daughter). PS. Agora enquanto procurava o pôster para colocar aqui vi a tagline do filme e uou. If you believe in love at first sight, you never stop looking.

 Ressaca de Amor (2008): Sei que não escrevi mais nada sobre How I Met Your Mother depois do post da segunda temporada, mas resumindo: eu estou viciada, eu adoro a série e estou sim acompanhando a oitava temporada. Minha personagem favorita é o Marshall, e aí acabei escolhendo Ressaca de Amor só porque o ator que o interpreta (Jason Segel) é o ator principal desta comédia. E meudeus, que filme ruim. Com aquele tipo de humor que beira ao American Pie e que simplesmente não suporto, e raríssimos momentos que realmente valem a pena. Acho que a única coisa boa do filme é o Segel, que ironicamente parece um Marshall um tanto mais abobalhado (a piada fica no nome original do filme “Forgetting Sarah Marshall“). Enfim, não deu. Tenho que parar com a mania de procurar filmes por causa dos atores, isso só me mete em roubadas. Para terminar, uma historinha: estava lá eu dando uma conferida básica para ver se a legenda estava sincronizada, dou uma leve avançada para que pudesse ver algum diálogo e confirmar se estava tudo ok. PANS! Logo de cara paro numa cena em que aparece o pinto do Segel. E com isso a média do ano sobe (háhá, sem trocadilho) para 2/16.

***

E agora vamos aos números! Se levei oito meses para ver 10 filmes, as coisas parecem ter melhorado um tanto, já que agora vi 16. Desses temos os seguintes dados:

  • 4 chick-flicks
  • 2 filmes baseados em livros infanto-juvenis
  • 1 filme baseado em HQ
  • 1 filme retirado da lista da vergonha por nunca ter assistido
  • 1 filme com pinto do Fassbender aparecendo
  • 1 filme com o pinto do Segel aparecendo
  • 2 filmes com Anne Hathaway
  • 2 filmes com Ryan Gosling
  • 2 filmes com Carey Mulligan
  • 1 filme de terror!!!!
  • 1 tentativa de ver um filme de terror (Foi Insidious. Chegou uma cena com bebê chorando num quarto vazio e parei. Bebê chorando num quarto vazio virou minha criptonita, confesso.)
  • 3 filmes da década de 80
  • 2 filmes “vale a pena ver de novo”
  • 1 filme que vi de novo por engano
  • 1 filme que partiu meu coração para o resto da minha vida (só para registrar, estou falando de Namorados Para Sempre)

4 comentários em “Cinema com mamadeira 2”

    1. mas eu não consigo ver sozinha, deu muito medo +_+ aquela cena que a mãe começa a ouvir vozes na babá eletrônica, piuft, tive que desligar e ir dormir. to tentando convencer o fabio a ver comigo =S

      1. Aaaahm bom. É, não tem como ver sozinha MESMO.
        Fabio, assista com a Anica!
        Eu achei o filme de terror mais legal desde o Drag me to hell, assustador e divertido. Fabiano chama de “terror delícia” 😛

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