Porque eu sou mãe, e não tenho mais muito tempo nem para ver muito filme, nem para escrever grandes posts sobre cada um deles. Por isso resolvi fazer comentários breves sobre o que andei assistindo.
Drive (2011): Podia jurar que tinha comentado sobre ele aqui. Acho que foi meu primeiro filme com Ryan Gosling como protagonista, e gostei bastante do que vi. É daquelas histórias que acabam sendo construídas muito mais nos silêncios das personagens do que em suas falas propriamente ditas. E bem, nas ações, é claro. O motorista (que se eu não me engano nunca tem o nome revelado na história) vai se revelando aos poucos a partir do momento que conhece a nova vizinha e tenta ajudá-la. Achamos que é um sujeito que quer só a sorte de um amor tranquilo ou algo que o valha (e bem, parece que é o que ele quer), mas a seta na régua da moralidade da personagem não está apontando para o mesmo lugar que a maioria dos heróis, tornando a personagem bem interessante, no final das contas. Chamou minha atenção principalmente a forma como a tensão é mantida ao longo da história, em pelo menos uma cena eu lembro de ter dado um pulo de susto.
O primeiro ano do resto de nossas vidas (1985): Pode parecer meio bizarro se for pensar que já passei dos 30, mas não, eu ainda não tinha assistido a esse filme. E lógico, o efeito não foi o mesmo que teria se eu tivesse assistido, sei lá, uns 10 anos atrás (não necessariamente logo que foi lançado). Mas é bastante curioso, no final das contas, ver uma Demi Moore (hoje uma senhoooura) pirralhinha e atores que já foram galãs no seu tempo e hoje são ilustres desconhecidos. A história fala de um grupo de amigos que está naquela difícil fase de transição entre a vida de jovem e a de adulto – pagar conta, trabalhar, enfim, entrar na roda viva. Chamou minha atenção a movimentação dos atores e o ritmo dos diálogos, lembrou MUITO o estilo de uma peça de teatro (especialmente nas partes que passam dentro do bar St. Elmo’s). Foi dirigido por Joel Schumacher 12 anos antes do horroroso Batman & Robin.
Amor e Inocência (2007): Alguém peloamordedeus faz esse pessoal que traduz título de filme parar. História sobre Jane Austen? Por que traduzir Becoming Jane literalmente? Vamos aproximar de Orgulho e Preconceito e ajudar o povo que obviamente não sabe ler sinopse a entender que tem algo a ver com Jane Austen. Bitch, please. Ok, sobre o filme. A ideia é meio que mostrar um pouco de Austen antes da fama como escritora, e levantar uma hipótese sobre a razão pela qual ela nunca se casou. É chick-flick total, com direito a fuga para casar e tudo o mais (ah, sim, e James McAvoy e Anne Hathaway no elenco). O chato do filme é que a parte em que deveria servir para desenvolver o romance estre as personagens pareceu mal planejado, e dá aquela velha sensação de que o casal só se apaixonou porque não tinha nada melhor para fazer. Mas passado esse momento, quando começam de fato as dificuldades para nossa heroína conquistar a felicidade (snif, snif) ele dá uma melhorada. Mas no geral é meio so-so, vale mais para fãs apaixonados pela autora (especialmente com o final, que mostra uma Austen já famosa reencontrando o amor da juventude).
Shame (2011): Shame não é exatamente um filme fácil. Não no sentido de complexidade do assunto abordado, mas mais em por ser realmente incômodo – não é filme para você tirar uma moral geral da história, para ver e se sentir bem ou seja lá qual for o motivo que te faça assistir algo. Mas por mais contraditório que isso possa parecer, vale muito, muito a pena. A história mostra Brandon, que é viciado em sexo, vendo a vida que ele montou com todo cuidado para sustentar o vício começar a entrar em colapso, com a chegada da irmã que ficará em sua casa por tempo indeterminado, mas também porque seus hábitos passam a fugir do controle. Achei absurda uma crítica que li comentando que era um filme em que nada acontecia, tem tanto, mas tanto para tirar dali. Fiquei pensando por exemplo, porque a Sissy diz que é de New Jersey e Brandon diz que é da Irlanda – qual é do passado deles que fez com que eles chegassem ali? Ainda chama a atenção de como o sexo passa a funcionar para Brandon, que quando vê uma possibilidade de relação real com uma mulher (a colega de trabalho), simplesmente brocha. Há muito para se refletir sobre Shame, e dizer que nada acontece é bastante injusto. Para falar a verdade queria ter feito um post separado sobre ele, mas fica para outra hora.
A História do Mundo – Parte I (1981): Como é que são as coisas, né. Já tinha assistido a essa comédia do Mel Brooks já tem alguns anos e lembro de ter gostado bastante. Daquele tipo: até hoje eu fazia a piada “It’s good to be the king”, sabe? E até por causa disso (e porque o Netflix é uma máquina de me fazer rever filmes) acabei resolvendo assistir novamente. Não deveria ter feito isso, acabou estragando a memória que tinha da comédia. Achei bastante sem graça (valendo até comentário do Fábio “Mas você não está rindo!”), e estragou até a piada do “It’s good to be the king”. Agora estou com medo de rever A Louca! Louca História de Robin Hood, que eu adorava (e também é do Brooks). Acho que o momento em que realmente caiu a ficha de que ter assistido foi um erro foi no capítulo sobre a Inquisição Espanhola, que imita um musical e poutz, não saída da minha cabeça o The Spanish Inquisition do Monty Python. Aliás, a saber, já revi meus favoritos do Python várias vezes e até hoje acho engraçado.
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E vamos aos números! Fecho agosto completando 10 filmes assistidos em 2012! Isso mesmo!! 10 míseros filmes assistidos. E desses temos:
3 chick-flicks
2 filmes baseados em livros infanto-juvenis
1 filme com pinto do Fassbender aparecendo
2 filmes com Anne Hathaway
2 filmes com Ryan Gosling
2 filmes com Carey Mulligan
1 filme de terror!!!!
2 filmes da década de 80
1 filme que partiu meu coração para o resto da minha vida (só para registrar, estou falando de Namorados Para Sempre)