Se você já ouviu falar no gênero “Thriller”, acredito que não estou exagerando ao dizer que este foi um dos melhores que li em muito tempo (e sim, eu tenho uma queda por esse tipo de história). Lehane desenvolve uma trama que dá sentido a frases como “narrativa eletrizante” que tanto atribuem ao gênero mas que os títulos nem sempre entregam ao leitor. É suspense do começo ao fim, e suspense de qualidade, com um enredo complexo, tenso e muito bem amarrado.A história de Paciente 67 situa-se em 1954, quando o detetive Teddy Daniels encontra no ferryboat o detetive Chuck Aule, que será seu companheiro de missão. Eles devem ir para a Shutter Island, conhecida por abrigar um hospício para criminosos do qual uma paciente fugira na noite anterior, sem deixar qualquer rastro ou pista de como o fizera. Chegando na ilha, aos poucos a história de Teddy nos é revelada, e também aos poucos vamos conhecendo melhor o sanatório – e junto dos detetives passamos a desconfiar do que de fato é realizado ali.
Seguindo aquela boa e velha premissa de que nada é o que parece ser, Paciente 67 lembra um pouco aquelasmatrioshkas russas, as bonequinhas com versões menores dentro. Quando você acha que chegou perto de desvendar um dos mistérios, outro de certa forma ligado aquele surge, e vamos mergulhando cada vez mais profundamente nos segredos da ilha Shutter. É daquele tipo de livro que você vira uma página após a outra morrendo de curiosidade sobre o que está por vir, e quando percebe já está quase chegando no fim, completamente admirado com o rumo que a história tomou.
Mas além dos dotes de Lehane para o desenvolvimento do mistério que é parte predominante de Paciente 67, há também o fato de ele ter criado personagens bastante carismáticas em Teddy e Chuck. A cumplicidade dos dois, o modo como trabalham bem em dupla… tudo isso é fundamental para o efeito do desfecho, que no final das contas é até um tanto melancólico. Aliás, fica uma dica – quando acabar de ler, retorne para a primeira página do livro. Ela diz muito mais quando você já conhece toda a história da ilha Shutter.
Há também o fato de que Lehane trabalha muito bem com a questão da loucura – do que é ser louco, quando se é louco. As descrições dos pacientes, das celas e do sanatório em si me lembraram muito o Asilo Arkham de Batman, com personagens insanos como o Coringa, Espantalho e Duas Caras.
Como já dito anteriormente, é provavelmente um dos melhores thrillers que tive a oportunidade de ler nos últimos tempos. Lehane tem o controle perfeito do suspense e tensão da narrativa, como se puxasse as cordas certas para criar no leitor não só o efeito essencial desse tipo de livro, mas também o de prendê-lo à história tal e qual teia de aranha. Seja como Shutter Island, Paciente 67 ou Ilha do Medo, trata-se realmente de uma história imperdível para os fãs do gênero.
Não li ainda, mas deve ser otima leitura, gostei demais do filme e a hq que adapta a estória tambem é bem legal