Para quem acha que elementos fantásticos como bruxas, fantasmas e zumbis são coisa para livros de crianças, talvez devesse dar uma conferida nos contos de Kelly Link. Morte, solidão, aquela sensação de não se encaixar – está tudo ali, mesmo com a presença do sobrenatural, que aparece para dar contornos de fábulas ou contos de fadas à histórias na realidade bastante urbanas.
O tom da narrativa de Link lembra muito Neil Gaiman em Sandman, por dois motivos: primeiro, o aspecto sombrio dos contos de fadas, lendas e afins, como já citado. E segundo por causa das ‘n’ referências à cultura pop, que tornam a leitura tão divertida. Em dado momento uma personagem sugere para um povo que vive dentro de uma bolsa e adora cinema que não perca tempo com a nova trilogia de Star Wars, por exemplo. Música, cinema, tv. Está tudo ali, e reconhecer as referências torna a leitura ainda mais agradável.
O estilo de Link também é carregado de ironia, e vem cheio de interrupções nas quais o narrador para e faz algum comentário com o leitor, seja para avisá-lo do que vem a seguir, seja para dar uma outra visão sobre a história que está sendo contada. Como acontece em um dos melhores contos, Pele de gato, no qual a autora alerta: “Se estiver esperando por um final feliz nesta história, talvez seja melhor parar por aqui e ficar imaginando essas crianças, seus pais e o reencontro deles.”
Ela lida muito bem mesclando o absurdo ao normal, como em O Grande Divórcio (excelente conto!), no qual mortos podem se casar com vivos. O desfecho é assustador de uma maneira até bastante original. Falando em originalidade, há ainda o ótimo O Hortlak, que inesperadamente traz mortos-vivos para a história e trabalha com o elemento como se fosse algo absolutamente banal, o que chega até a criar um tom um pouco cômico inicialmente.
Aliás, é importante frisar que o cômico aparece aqui de forma mais sutil. A combinação dos elementos fica entre o amargo e o doce, como fica mais evidente no conto Plano de contigência contra zumbis. Mas no fim são em sua maioria boas histórias. Algumas poucas ficam ali entre o mediano para fraco (como é o caso de Animais de pedra), mas a maior parte está acima da média. Uma boa pedida para quem acha que para essa coisa de fantasia não existe idade.
Odeio comentar, mas me vi no direito de fazê-lo pois me senti incomodado e saiba que aprecio muito o seu trabalho e opinião, me valho dele, por sinal, para buscar coisas novas e inovadoras, como eh o caso de Kelly Link.
Embora eu jah tivesse lido esse livro antes de vc postar q o tinha comprado, pois o comprei no mes de seu lançamento.
Opiniões são relativas, bem sei. Mas Animais de Pedra não eh um conto mediano, me fez sentir medo, uma coisa q naum eh natural de minha pessoa, nem um conto desta autora eh mediano, ao meu ver, pois soh o modo de sua escrita jah rompe padrões q naum estamos habituados a ver, naum vi nada igual aqui ainda, e talvez se deva ao fato de eu naum ter lido muita coisa, comparada com a barbarie q vc faz, hehe.
menciono, por exemplo, o ultimo conto q eh dotado de um lirismo taun lindo q chegou a me emocionar.
vale relembrar q isto eh opiniaum q o q vc bem faz aki; no mais, obrigado, desculpa e ateh
Quéisso, pode colocar sua opinião aqui sem medo ;D É natural um texto causar efeito diferente em leitores diferentes, até porque esse efeito depende muito do estado de espírito da pessoa enquanto lia. Vai que de repente eu não estava no humor certo, não é mesmo ;D
Obrigada pelo comentário =*