E Minhas Mães e Meu Pai (ô tradução de título mais medonha!) é um filme bacana. As personagens te cativam de um jeito que você quer que todas fiquem bem no fim, e por falar em fim você nem sente o tempo passar quando chega até ali. Não é aquela comédia típica que abusa de situações escatológicas como ficou tão normal com filmes como American Pie, embora tenha lá seus momentos de abusar do sexo para fazer graça, mas nada que estrague a história.
O enredo tem como base a família moderna, nesse caso temos Nic e Jules, casadas, que resolvem ter dois filhos (um de cada mãe) a partir da doação de esperma de um mesmo pai. As crianças (Joni e Laser) crescem bem e felizes e a história começa exatamente quando Joni, com 18 anos e pronta para ir para a universidade e morar sozinha, deseja conhecer o pai biológico. É com esse encontro que começam os conflitos – até bem óbvios se for considerar toda a situação.
Annette Bening e Julianne Moore estão perfeitas como o casal Nic e Jules. Mesmo. Eu não posso falar sobre esteriótipos e afins, só sei que conseguiram transmitir uma sensação de casal que se ama, sem ficarem tendo que gritar aos quatro ventos “somos LÉSBICAS que se amam”. Não sei se consigo deixar isso de forma clara, mas é mais ou menos assim: essa história poderia acontecer com um casal heterossexual também, o fato de elas serem lésbicas não é a fonte de humor (ainda bem!) nem do conflito criado quando chega o pai. As personagens se constroem naquelas implicâncias que temos com nossos parceiros no dia-a-dia (cabelo no ralo, falta de reconhecimento pelo que fazemos, etc.), nos olhares de quem já vive junto há tempos e não precisa dizer muita coisa. E é impressionante como elas conseguem equilibrar tão bem força e fragilidade.
O problema de Minhas Mães e Meu Pai (fora esse título, hehe) é que quando vai chegando mais perto do fim, você se dá conta que a história não terá necessariamente um fim, ou pelo menos não o que se espera. O filme flui de uma forma gostosa e então simplesmente acaba, como se fosse uma novela e amanhã fosse continuar. No final das contas dá a sensação que quiseram dar conta das cinco personagens mas não conseguiram, não como elas mereciam.
Mesmo assim, comédia bem legalzinha, vale a pena assistir. Histórias sobre família são sempre boas histórias, porque todos nós em algum momento já estivemos ali, seja como filhos, seja como pais. O mais engraçado é agora começar a me reconhecer nas piadas dos pais, pensando em como agirei quando chegar a vez do Arthur…
E era um título tão facinho de traduzir, né?
Faltou falar mais do Mark Ruffalo 😛
Agora sério, eu achei que o filme se apoia em alguns estereótipos sim, já que o casal de lésbicas é formado por uma mais forte, workaholic (Annette Benning) e uma sensível, dona de casa que tenta, depois de criar os filhos, se afirmar numa nova profissão (Julianne Moore), e que, vejam só, precisava mesmo na vida era de um homem (pra não dizer outra coisa)!
Enfim… o filme é realmente gostosinho de assistir, e, bem, é um representante do cinema indie, em que, no fim, geralmente nada espetacular acontece mesmo. Nesse estilo, vimos ontem o Welcome to the Rileys, com a Kristen Stewart e o James Gandolfini, que é bem legal.
Esqueci de falar do Mark Ruffalo +_+ Na verdade eu achei que ele está fazendo um papel que fez já em uns trocentos filmes, aquela segunda opção que é meio tchotchó demais para ser segunda opção hehe
Olha eu aqui garimpando algumas dicas, de novo! Coloquei um link do seu blog no meu, tudo bem? E sobre esse filme, só vi o trailer, mas parece ser agradável, mesmo! 😉
Opa, valeu Francisco! Farei o mesmo com o seu blog aqui no Hellfire ;D