Há poucos momentos na História que chegam a ser tão obviamente importantes para a sociedade moderna do que a Revolução Francesa, tanto que marca o início da Idade Comtemporânea na divisão de anos nos estudos históricos. Mas a importância vai além disso. Como lembra Robert Darnton em O beijo de Lamourette: Mídia, Cultura e Revolução, ideias como “liberdade, igualdade e fraternidade” sequer eram compreendidos por um povo que durante toda a vida só conhecia um sistema, no qual eram sempre “menores” em relação à nobreza.
E é pela importância desse momento histórico que não surpreende em nada o tamanho (784 páginas) de A Sombra da Guilhotina, de Hilary Mantel. No prefácio a autora chega inclusive a se desculpar por ter que deixar muita coisa de fora, o que mostra o quão complexo pode ser um romance sobre a revolução francesa. E de fato o é, mas Mantel consegue conduzir a história de modo interessante e mais ainda, cativante. Continue lendo “A sombra da Guilhotina (Hilary Mantel)”