Michael Cera acaba interpretando o estilo de personagem que ele tem feito desde sempre, embora eu ache que um pouco menos inocente do que o normal. Scott Pilgrim não é exatamente um garoto bobo, embora o efeito de Ramona sobre ele o deixe meio assim (a cena com ele esperando a entrega da Amazon é impagável). Mas ainda assim, a personagem tem aquele jeito meio loser como as outras de Cera: ele mora com um amigo gay num cubículo na frente da casa em que costumava viver, começou a namorar uma colegial e tem uma banda que ainda busca o sucesso.
A história da batalha de bandas, aliás, lembrou os bons tempos dos filmes da Sessão da Tarde. Mas ao contrário daqueles nostálgicos filmes, em Scott Pilgrim o ritmo é frenético, a história parece não amornar em momento algum. Somando a isso efeitos especiais, fica como se estivéssemos acompanhando um jogo, com Scott subindo de nível, ganhando moedas quando vence um ex, etc. A ideia do visual de video game foi muito legal, combinou perfeitamente.
A edição também é muito legal. Scott passa de uma loja de discos para a rua (dando a ideia de que o tempo passou) em um piscar de olhos, mas não de um modo abrupto. Considerando que foi adaptado dos quadrinhos, vamos usar as HQs para explicar: é quase como se a personagem continuasse na mesma posição, e o que mudasse fosse apenas o fundo de um quadro para outro. Enfim, tem que ver para entender melhor, mas caiu bem para manter o ritmo da história.
A trilha sonora também é excelente. Mesmo que a maior parte das músicas que embalem o filme sejam da banda de Scott e tenham letras meio abobalhadas, o ritmo é muito legal, rock mesmo. E talvez justamente por ser a banda de Scott acabe casando tão bem com o filme, dando o tom em cenas de luta (como o confronto com os guarda-costas de Gideon, por exemplo). Não é o tipo de música que me faria comprar um cd, mas que valeu mesmo para o filme.
E a história em si se for pensar não é tão bobinha assim. É uma metáfora meio escancarada, mas ainda assim lida com um problema real no início de qualquer relacionamento, o passado das pessoas, a “bagagem”, digamos assim. Extrapola um pouco a ideia de que “ex bom é ex morto”, digamos assim. É um jeito divertido de falar de uma situação que eventualmente todo mundo já teve que enfrentar.
Gostei bastante, embora não ao ponto de correr atrás da HQ para ler, a não ser que alguém me diga aquele básico de que o original é muito melhor que a adaptação, completamente diferente, etc.etc.etc. Mas do que eu vi, acho que o filme cumpriu bem o propósito: divertiu um monte, perfeito para relaxar e fechar o dia.
Bom, então como uma fã da HQ vou ter que dizer: o original é muito melhor que o filme.
Não que o filme fuja muito da HQ. O filme é extremamente fiel no que diz respeito a caracterização dos personagens e cenários, assim como as falas (embora MUITAS falas estejam fora de lugar). No geral, o “feeling” é o mesmo da HQ para o filme, até porque os efeitos especiais traduzem perfeitamente as cenas de ação e as cenas cômicas da HQ.
Entretanto, no filme, (como era de se esperar) é contada somente metade (ou menos) da história da HQ. Muita da história dos personagens e da motivação dos mesmos fica de fora do filme. Então se você se cativou pela história e/ou pelos personagens, recomendo ler a HQ para entender melhor a história. Posso te afirmar com certeza que as risadas são garantidas na HQ tanto quanto no filme. 😀
Simmmmmmmmmmm leia a HQ!! Comprei no original em ingles e ando viciadinha em Scott Pilgrim. O wallpaper do meu PC do trabalho é essa foto aí de cima e a musica do ‘The Clash at the Demonhead’ NAO SAI da minha cabeça.
E q se dane: te amo Michael Cera (l)
Anica!
Concordo em muito do que disse sobre o filme – a proposta do paralelo entre o filme e o mundo dos videogames/quadrinhos, o ritmo frenético fazem o filme valer muito a pena. Principalmente pra geeks, haha.
A princípio também achei a trilha sonora meio boba (acho que não fui a única a rir ao ouvir Ramona), mas, pesquisando, vi que na realidade a trilha sonora foi toda produzida pelo Nigel Godrich e o compositor de Ramona é o Beck. A música tocada por The Clash at the Demonhead foi feita pelo Metric, também.
Nesse link tem vários detalhes sobre a trilha sonora, faixa por faixa. http://tinyurl.com/2f7w6c
Uma grande soundtrack pra quem gosta de música indie/alternativa!
http://theplaylist.blogspot.com/2010/07/scott-pilgrim-vs-world-soundtrack-track.html
Agora o link certo 🙁