Depois disso, o que veio foi um episódio após o outro montados sempre no mesmo esquema: crime acontece, ninguém faz ideia de quem é o assassino, uma situação absurda leva ao criminoso para descobrirmos no fim que era só uma armação do Jane, que já sabia de tudo. Ah, tá. Eu sinceramente gostava mais quando mostravam a linha de raciocínio da personagem, de como ela chegou a conclusão de que fulano de tal tinha matado ciclano – lembrava as explicações de Sherlock Holmes para Watson, aquela coisa de “Noooossa, como não percebi?!”
Só que aí com essa “nova fórmula” The Mentalist ficou tendendo muito mais para o humor (fraco) do que para a ideia de uma série de investigação. E bem, ali entre uma das ‘n’ pausas que acontecem no calendário televisivo gringo (as quais continuo odiando, não importa o show), eu acabei “largando mão” e meio que desistindo de acompanhar. Até lembro que quando vi que na Warner brasileira já estavam passando o último episódio que eu tinha assistido pensei que bem, de repente acompanhava por esse canal mesmo, e buenas.
Aí chegou o Season Finale lá fora, e algumas pessoas começaram a comentar que ficou muito óbvio quem é Red John. Óbvio que eu fiquei curiosa e pacientemente vi tudo o que não tinha visto até chegar nesse último episódio (Red Sky in the Morning), que foi um dos poucos interessantes (junto com Code Red e Blood Money). Chegou uma chefe nova e toda durona que faz a vida de todo mundo mais difícil, mas no fim Jane continuava deitando e rolando e resolvendo os crimes sozinho (ou seja: chatice).
E então acabo de conferir o tal do Red Sky in the Morning. Sinceramente, para mim não ficou tão óbvio assim – pelo menos não enquanto eu assistia. E duvido de verdade que algum sujeito tenha feito as relações enquanto assistia (se fez, meus parabéns, você é um super conhecedor da obra de William Blake). É o tipo de coisa que se fica procurando depois, e a verdade é que é uma relação bem fraca que eles podem romper facilmente se quiserem já no começo da terceira temporada. Se ainda não viu e não quer estragar a surpresa, não leia o próximo parágrafo.
A relação que se faz para chegar a possível identidade de Red John é que bem, o assassino recita The Tyger de William Blake quando encontra Patrick Jane pessoalmente. Ele primeiro pergunta “Você sabe quem eu sou?” e depois cita os famosos versos. E aí algum fã da série estabeleceu uma relação com essa poesia de Blake e uma obra que ele pintou, chamada “A brace of partridge” que uou, coincidência das coincidências bate com o sobrenome de um policial que aparece na cena do crime do copycat, Brett Partridge. A pessoa que estabeleceu a relação inicialmente também percebeu que a personagem esteve presente no primeiro episódio da série, na primeira temporada.
Eu ainda acho que a partir de uma situação eles podem fazer o que bem quiserem. Sei lá, vai que Red John é alguém chamado William? É o tipo de coisa que podem fazer se quiserem prolongar a série se sustentando no Red John. Ou podem finalmente concluir a coisa seguindo esse caminho mesmo, e a partir disso fazer da série algo parecido com o que foi visto durante essa temporada: algo tendendo mais para o cômico, com Jane agindo como bem entende.
Resumo da ópera: ok, eles me conquistaram para mais uma temporada. Mas dependendo de como forem conduzir a coisa, é bem provável que eu deixe de lado e não volte nem que digam que ficou definida MESMO a identidade de Red John. E uhu! Amanhã já vou poder conferir o primeiro episódio da terceira temporada de True Blood _o/
eles se foram com o apagão, quando tiver tempo recuperarei os posts, ou não hehe ↩
Também vale ressaltar que as duas cenas (Jane X lab geek, Jane x John Doe) tiveram uns paralelos interessantes. Em ambas as situações, o “macho-alfa” da conversa concluiu o diálogo e se retirou de cena, voltando subitamente com um “Ah, eu ia esquecendo…”. Foi a *mesma* fala. Vi isso como um payback do RJ.
Claro, pode ser apenas um red herring, o sujeito pode ser apenas mais um lacaio do RJ, mas credito os roteiristas com coerência.
Não tinha notado essa repetição na fala, pode ser mais uma dica mesmo. Mas como disse: o cara que escreveu pode ter pensado uma coisa, mas aí amanhã ele é demetido e vem outro e faz caca. Isso acontece aos montes, né? =/
Mas sabe o que é engraçado? Na hora que o sujeito aparece, tão gratuitamente enchendo o saco do Jane na cena do crime, eu ainda pensei “É esse aí!” e depois acabei me distraindo com a história em si hehe.
A impressão que tenho é que o RJ está se tornando um problema para os roteiristas, sabe? Já fazem duas temporadas que esticam esse mistério, revelando informações em doses homeopáticas e recorrendo a subterfúgios que estão começando a se repetir, como cúmplices infiltrados em todo lugar e com uma devoção cega a ele…
Se repetirem o padrão na terceira temporada, será um porre.
Acho The Mentalist incrível. Não é cheia de sangue. Tem humor, arrogância, imprudência, amor, sensualidade, tudo na dose certa. Ninguém é obrigado a gostar, mas colocar defeito? É uma série leve, que trata tudo com seriedade, mas não carrega nas cores. Foi criada pra ser assim, uns dias mais dura e em muitos outros, mais leve. Talvez queir a mostrar que a vida de um policial americano não é como as outras descrevem, sem vida social, sem amor, sem tentações, nem risos e alegria.