O ano era 97 e eu era uma pessoa meio perdida em um lodo de tédio. Não tédio musical, eu já ouvia bastante coisa, o suficiente para ter opiniões próprias a respeito do que ouvia. Já tinha minhas bandas favoritas, minha coleção de k7s com faixas gravadas da rádio e alguns poucos cds. E aí meu irmão apareceu com esse cd lá em casa e então eu realmente tive um momento da minha vida que foi além de só curtir música. Não, eu não comecei a tocar em uma banda, embora o quisesse. Queria ser saxofonista (eu nunca consigo pensar em algo simples, deve ser um plano diabólico para tornar alguns planos inviáveis, sabe-se lá).
De qualquer modo, não acho que meu primeiro contato com ska tenha sido o Ska Brasil em si. Se eu não me engano acampamos em Pontal do Sul ao som da coletânea Ska Spectacular antes disso (ou depois, sei lá, agora tudo se embaralha). Mas o legal do cd tupiniquim é que, bem, os músicos eram brasileiros (há!). E duas bandas eram de Curitiba (Boi Mamão e Skuba). E aí eu me encantei e mergulhei nisso, queria ir aos shows (que meu irmão e a então namorada dele me carregavam junto com toda a paciência do mundo), e quando percebi, já tínhamos um zine sobre Ska, o Skarcéu – tenho uma cópia dele comigo até hoje.
E eu sei que falar de fanzine em tempos de internet parece meio bobo, mas era um negócio muito legal. Porque eu vejo no blog um substituto da coisa, mas com o porém de que você perde o contato, aquele momento de entregar o zine para outra pessoa. Um dos meus primeiros “amigos de internet” foi um cara que adorava ska e para quem prometi uma cópia do Skarcéu (enviada por correio). Sei lá, são coisas que hoje em dia seriam meio artificiais tendo tanta ferramenta e facilidade à disposição, mas ainda assim tinham um sabor especial.
E a verdade é essa. Por ter saído por uns tempos daquele meu mundinho de escola e amores platônicos o Ska Brasil salvou minha vida. Não que eu tivesse parado de ir para a escola ou me livrado da mania de amores platônicos (eu era apaixonada por um dos saxofonistas do Skuba, por exemplo), mas deu cores novas para meus dias, digamos assim. Parece bobo, mas quando você tem 16 anos tudo ganha um significado mais amplo. A lista de músicas da coletânea:
01. Ska com Maracatu (Skamoondongos)
02. Bola 8 (Boi Mamão)
03. Oh Não (Mr. Rude)
04. Triado (Skuba)
05. Negro Gato (Manuels)
06. Pobre Plebeu (Skamoondongos)
07. Eu Gosto é de Mulher (Boi Mamão)
08. Apesar de tudo (Mr. Rude)
09. Sou Boy (Skuba)
10. Sei que não sei dançar (Manuels)
11. Uma Vez (Skamoondongos)
12. Trabalho (Boi Mamão)
13. Patrulha Noturna (Mr. Rude)
14. Garota Regional (Skuba)
15. Food is Good (Manuels)
A banda que eu menos gostava era o Mr. Rude, embora eu não chegasse a pular a faixa. A favorita era Skuba (e acreditem, não só por causa do saxofonista ¬¬). O legal é que o Skuba foi o último contato que tive com fitas demo também, quando comprei uma anterior ao lançamento do álbum Churraskada (é, o pessoal do ska adorava fazer trocadilhos com “esca”/”ska”). Não que eu fosse de comprar fitas demo, isso era com meu irmão músico, há.
Se nunca escutaram, procurem. É gostoso de ouvir, daqueles que parecem combinar perfeitamente com a ideia de uma ilha deserta. E agora vocês dão licença que como lembrei do Ska Spectacular, me dei conta que tenho algumas músicas para caçar na internet.
Mil coisas a comentar.
A primeira é uma correção às suas memórias.
Não estávamos em Pontal na história do Ska Spectacular. Era naquele apartamento cool em Floripa.
Outra correção, obrigado pelo elogio, mas nunca fui músico. Rs. Longe disso.
Agora a parte musical.
O Ska Brasil também foi um dos cds que mexeu comigo. Muito provavelmente não seja o cd da minha vida. Está mais para uma outra coletânea mais antiga. Alface.
Engraçado vc não gostar de Mr. Rude. Eu achava que todo mundo, assim como eu, gostasse menos de Manuels.
Gostos a parte, Ska é sempre bom.
Nas 3 grandes ondas encontramos coisas ótimas.
Ska é música feliz.
Música para se ser feliz.
E tenho algumas coisas ‘novas’ aqui que talvez vc queira conhecer!
Enfim, pick it up! pick it up! pick it up!
Eu adorava Manuels =} gosto até hj na verdade. tem aquela versão super bacana de negro gato e sei que não sei dançar que é bem cute. Mr. Rude eu fico lembrando daquele refrão “oh não! oh não” e já perco a vontade de ouvir =S
sobre o apê de floripa, nós fomos lá em 98, então não podia ser =P e lembro que ficamos um bom tempo indo naquele camping tosco de pontal hehehe
e quero conhecer sim, nem que seja para dizer os nomes para eu procurar os torrents depois _o/
Ska é bom demais! Ainda tenho as músicas aqui no pc do cd Segundo do Skamoondongos que você me emprestou para copiar! Ixi agora minha coleção de ska no pc já tá enorme hahaha. O problema é achar gente que curta também, é um gênero meio “desconhecido” aqui no Brasil, pelo menos quem eu conheço além de você nunca ouviu falar hehe. Aliás, acho que vou no Jokers dia 14/05 ouvir Abraskadabra =D Até mais!
Tem o meu irmão ali tb, ele que me apresentou o ska XD O problema é que tem vezes que as pessoas até conhecem algumas bandas, mas não ligam a música ao nome, aí a gente fala ska e eles fazem uma cara -> O_o
Lembro que fiquei bem surpresa naquele dia de aula, vc na sua apresentação falando que gostava de ska. Bem por não ser muito comum o pessoal não conhecer ^^
Boa tarde a todos! Onde acho esse cd (torrent) e aquele da revista Bizz Mestres do Ska? Eu tinha mas foi roubado.
Grande Abraço.
Saulanxa
Gente, tava procurando mais informações desse CD porque eu AMO ele todo!!.. até 1 ou outra não muito afim, mas…
Lembro que minha mãe comprou esse CD pra mim acho que em 99 do meu primo, ele só vinha com o encarte, mas eu adoro ele e tenho até hoje!!! 😀
Boas lembrans
Ta vindo aí “SKA BRASIL II” ficamos muito honrados com o convite que nos fizeram a participar dessa coletânea.
Agradecemos a “Radiola Record”
Parabéns pelo post. Sei exatamente como você se sentiu quando descobriu este disco. Passei por algo semelhante e lendo este post, bateu uma sessão nostálgica muito agradável e uma saudade enorme da adolescência. Eu tinha o CD original que ganhei da namorada (na época) do meu irmão mais velho. Apresentei a um amigo, que também se apaixonou pelo álbum instantaneamente assim como eu. Sei que hoje, com a facilidade de acesso (muito maior do que quando você escreveu este post) que a internet nos traz, eu consigo encontrar as faixas, uma a uma para download e reproduzir (digamos assim) uma cópia desta obra prima porém, não há aquele ‘gostinho’ de ‘ter’ o CD digitalizado. Claro que este comentário não é apenas para dizer tudo o mencionei acima e para parabenizá-la por seu bom gosto e pela história muito bem transmitida emocionalmente, mas queria saber se ainda tens este CD (digitalizado) para compartilhar, ou se sabe onde encontro para download. Não encontrei em lugar nenhum. Parabéns novamente. Um grande abraço a você, seu irmão e ao bom gosto de vocês.