Começando com Hammer of the Gods (S05E19), que bem, já pelo título deve dar a entender o que acontece. Deuses de outras mitologias aparecem para tomar partido no que seria um problema só do Deus cristão, e não deles. Temos Baldur, Ganesh, Kali, etc. e sim, o episódio é muito bom, problema é que ao misturar outras religiões, a coisa ficou um tanto… hum… confusa.
A começar por Gabriel/Trickster. Ok, quem é o trickster mais famoso da cultura mundial? Loki. Mas quando Baldur o chama de Loki e depois Gabriel explica para os Winchester que estava enganando os deuses há tempos… eu não sei, ficou meio difícil de engolir. Nessa questão de mitologias misturadas, eu gosto um pouco daquela ideia que Gaiman desenvolve com os Perpétuos, que de acordo com cada cultura eles assumem uma “personalidade”. Assim Gabriel poderia ser qualquer deus nos moldes de Loki de qualquer religião, mas não por vontade própria ou por tentativa de enganar outras deidades (vá lá, isso foi forçado), mas porque as coisas são assim: eles dependem de quem acredita neles, e tomam a forma do que são “acreditados”, digamos assim.
Mas ok, desconsiderando essa questão, valeu pela volta do trickster e mais ainda porque é um episódio com Lúcifer. Sendo ele o grande antagonista desse ano, não entendo como podem utilizá-lo tão pouco. Ainda mais com o que ele faz com os outros deuses. Aliás, acho que aqui aquela questão de deuses dependerem de quem acredita neles ficaria muito bem para explicar porque Lúcifer é tão mais poderoso que deidades máximas de outras religiões.
E eis que com a conclusão do episódio fica definida a busca para a conclusão da temporada. Os Winchester precisam dos quatro anéis dos Cavaleiros do Apocalipse para prender Lúcifer novamente, já que matá-lo é impossível. E lá vão eles, agora sem grandes chororôs já que o fim do mundo não depende unicamente de dizer sim ou não para Miguel e o capeta. E então chegamos ao episódio The Devil You Know (S05E20), provavelmente um dos melhores (senão o melhor) de todo o quinto ano.
O demônio Crowley reaparece, afetadíssimo e escrotíssimo, ou seja, perfeito. “Fancy a fag and a chat?” Estando ameaçado porque Lúcifer descobriu que Crowley o queria morto, ele oferece aos Winchester a oportunidade de conseguir o anel de Peste. E eles topam (na realidade, Dean topa) a associação e seguem em busca de “Brady”, que seria uma espécie de escudeiro de Peste e portanto poderia dar a localização do cavaleiro para os irmãos.
Brady, aliás, foi outro ponto alto do episódio. Não tanto pela reação que provoca em Sam (e aqui eu concordo com o Fábio, a única coisa pior em Sam goes emo é Sam goes asshole, então imagine a combinação disso), mas por dar uma boa amarrada no que aconteceu com Sam no começo de Supernatural, e porque aquilo foi feito daquela forma. Mas a verdade é que o episódio teve uma participação mínima dos Winchester, foi quase um show só do Crowley – do início ao fim.
É ele que convence Brady a dizer a localização de Peste de uma forma simplesmente hilária, e ele que dá um jeito de fazer todos escaparem dos hellhounds (também do jeito mais engraçado e mais absurdo possível). Gostaria de verdade que Crowley tivesse aparecido antes, se bem que correria o risco de ele começar a cansar e aí não ficar mais tão legal. Mas rendeu de fato ótimos momentos e um gancho para o próximo episódio ao fazer um acordo com Bobby, tomando sua alma “emprestada” para localizar Morte. Convenhamos, quem acompanha a série já sabe qual será a resposta de Bobby – e talvez fique aí uma coisa para desenvolver no sexto ano, vá saber.
No mais, é bom saber que estão concluindo a temporada com episódios tão bacanas. Vai deixar aquele gostinho de quero mais, e aposto que nem os fãs mais xiitas do Eric Kripke conseguirão deixar de acompanhar a série ano que vem.
Ainda não assisti o 520, mas a grande maioria dos reviews que li por aí estão detonando o episódio…até agora o seu foi o único positivo!
Vamos ver quando tiver tempo pra assistir.
E fiquei muuuito triste com o fim do Gabriel 🙁
Eu vi alguns comentários negativos tb, falando que foi mais embromação e talz. Talvez seja justamente porque Dean e Sam tem participação tão pequena no episódio, né?