Os primeiros 10 minutos de Anticristo são geniais. A cena em preto e branco com o casal (sem nome) fazendo sexo enquanto o filho acorda e acaba caindo da janela do apartamento é bem forte – mas aqui não por ser explícita (e o é, acreditem), mas forte por ser bem montada, conduzindo os sentimentos de quem está assistindo, mesclando a beleza com o horror da situação (eu não tenho filho, mas fiquei agoniada com o moleque se aproximando da janela).
Aí acaba o Prólogo e começam os “capítulos” que dividem a história. Sofrendo com a perda do filho, o casal se retira para uma cabana no meio da floresta. O homem, que é terapeuta, pretende ajudar a mulher a atravessar o período de luto. Aqui entra toda uma conversa de descobrir qual é o medo da mulher e você começa a pensar que a história vai se perder, mas novos elementos são introduzidos e de certa forma ganham sua atenção.
Por exemplo, a pesquisa da mulher, ou ainda a foto da criança chamando a atenção para as botas, o resultado da autópsia, etc. Não vou dizer que os momentos em que a mulher surta completamente e começa a torturar o homem tenham passado batido, mas eu estava mais interessada nesse ponto, especialmente depois do flashback com o momento em que o menino cai da janela. As cenas são as mesmas do começo, mas da forma que são ordenadas, dá a ideia de que a mulher viu que a criança ia cair e não fez nada.
Enfim, é um filme interessante. Eu não acho que seja imperdível e sinceramente não recomendo para quem não é muito fã de horror. Não acho que Anticristo seja necessariamente horror, mas os fãs do gênero não vão focar apenas nas cenas mais fortes, até porque provavelmente já viram coisa pior (wtf, eu já vi uma mulher vomitando as próprias tripas em um filme do Fulci).