O que fez com que eu o escolhesse esse título entre outras tantas comédias românticas disponíveis foi o fato de que muitos dos usuários lá do Meia Palavra chegaram procurando por um Clube de Leitura após assistir a esse filme. E eu pensei com meus botões que a história deveria ser no mínimo interessante para convencer o pessoal a procurar pelo Google por um clube para debater livros. E pelo menos a parte da discussão dos livros é.
A ideia do clube parte Bernadette, mulher que já passou por seis divórcios e vê nessas reuniões para discussões sobre os livros de Austen uma forma de ajudar uma amiga que está inconsolável porque seu cachorrinho morreu (sim, é isso). No meio disso, ela atrai mais uma amiga que está passando por um processo de separação, a filha dessa amiga e uma professora de francês que está apaixonada por um aluno. Para balancear um pouco entra no clube Grigg Harris, um nerd que só topa fazer parte por ter se interessado por uma das mulheres.
A personagem de Harris entra na história como a perfeita representação do gênero. O humor parte principalmente dele, assim como o romance. Algumas cenas como ele achando que os livros de Jane Austen poderiam ser uma espécie de série, ele comparando as personagens do livro que estavam lendo com Luke Skywalker e a Princesa Leia (e mesmo a empolgação dele ao falar de sci-fi) são realmente hilárias.
E o bacana do filme é que ele marca muito bem a relação do leitor com determinados livros, quando nos transferimos para a história ou nos projetamos em personagens. Em dado momento uma das mulheres está prestes a trair o marido, basta para ela esperar que o sinal fique verde para que ela atravesse a rua e encontre o amante. Mas quando o sinaleiro fica verde, o WALK passa a piscar como O QUE JANE FARIA? Uma personagem de Jane Austen trairia o marido? Atravessaria a rua ou voltaria para casa?
Não são todos os livros que têm esse poder, isso é fato. Mas quando isso acontece, quando você se imagina na pele do protagonista, ou vê nele um exemplo de conduta, é algo muito especial. Coisa de doido, mas especial. Para mim a discussão de Persuasão foi o melhor momento ali no filme, justamente por representar tão bem isso. E cá estou eu agora, com vontade de reler Jane Austen. E por que não o livro que inspirou o filme?
Esse eu vi! E por acaso eu tenho EXATAMENTE a mesma versão dos livros que o Grigg Harris possui (no original, 7 livros num super volume de 1440 páginas). Mas ao contrário dele, eu comecei a ler do começo. Assisti o filme com meu grupo de leitores (a SLT.. um dia eu juro que te arrasto pra uma das reuniões) e estamos pensando em comemorar os 5 anos lendo, pela primeira vez, o mesmo livro… Bjus