Aí comecei a observar algo que acontece com bastante frequência lá no Meia Palavra. Uma pessoa comenta sobre um livro que acabou de ler, e outras tantas vão procurar – seja comprando o livro, seja baixando da internet. Ok, a editora não vai ganhar o dinheiro no segundo caso, mas temos aí mais um grupo de pessoas que sugerirão o título para um outro grupo, que sugerirá para outro… e assim vai. Resumindo: as pessoas lerão.
Explicando melhor esse meu pensamento, tem um trecho de um post do Neil Gaiman, numa época que algumas pessoas estavam fulas porque ele estava oferecendo de graça alguns livros dele, como Deuses Americanos. Diz ele (numa tradução meio porca minha, eu confesso):
Durante uma das entrevistas recentemente, uma repórter disse algo como “Claro, uma editora de verdade não daria livros de papel”, e eu comentei que 3.000 cópias de O Guia do Mochileiro das Galáxias foram dadas pela editora do Douglas Adams, com um anúncio ‘increva-se e ganhe seu livro de graça’ na Rolling Stone. Eles queriam cópias de O Guia do Mochileiro das Galáxias nos campi dos Estados Unidos, e eles queriam que as pessoas o lessem e contassem para outras pessoas sobre ele. A propaganda boca-a-boca ainda é a melhor ferramenta para vender livros.
É assim que as pessoas têm descoberto novos autores há mais de um século. Alguém diz, “Eu li esse. Ele é bom. Eu acho que você gostaria dele. Tome, eu posso emprestá-lo.”. Alguém leva o livro, o lê e segue, Ah, eu tenho esse novo autor.
Bibliotecas são coisas boas: você não deveria ter que pagar por cada livro que lê.
E eu concordo com cada palavra que ele colocou aí. No final das contas, talvez não se fale tanto sobre download ilegal de livros não porque as pessoas não leiam, mas simplesmente porque é só uma nova maneira entre outras tantas de ler um livro de graça: seja emprestando de seu amigo ou de uma biblioteca.
Não estou dizendo aqui que as editoras deveriam liberar geral e oferecer downloads das obras que estão lançando. É um negócio, e como tal há dinheiro investido nisso e espera-se lucro/retorno. Mas talvez seja um bom momento para passarem na dianteira de outras “indústrias culturais” e serem os primeiros a usar a internet a seu favor, ao invés de tentar nadar contra a corrente como gravadoras têm feito sem muito sucesso.
verdade seja dita, aqui no Brasil o tal do mercado editorial aparentemente tá sempre em crise, já que sempre falam que brasileiro não lê, né. ↩
Acho que essa questão do download de livro é muito mais tranquila doq a de musica. Mesmo pq ler o livro em pdf é meio chato e desconfortável. A maior parte das pessoas só fará isso se estiver na dúvida entre comprar o livro ou não. Eu por exemplo só comecei a ler Bernard Cornwell pq um amigo me encheu o saco e me emprestou as Cronicas de Artur. Hoje eu já comprei todos os livros dele lançado no Brasil. Comprei inclusive as Cronicas de Artur q eu já tinha lido pra dar de presente pra uma amiga. Ao contrário da Musica, o livro em sua forma física, é muito mais difícil de ser substituido pelo arquivo digital.
Tem isso também. Eu, por exemplo, só me presto a ler livros no computador qdo estou MUITO curiosa e sei que não vou aguentar as 5 semanas de prazo de entrega da importação, ou em casos como esse, que quero ver se vale a pena comprar mesmo (aliás, faz eras que estou curiosa sobre os livros do Cornwell, talvez dê uma olhada hehehe)
Gostei Aninha, é isso mesmo!!! :g:
Põe chato em PDF!!!! PDF te dá, no minimo, dor no pescoço e ardor nos olhos, além de levar mais tempo pra chegar no final da história! Com o livro impresso você lê em qualquer lugar e mais: você apalpa, você sente o cheiro…. É uma experiencia em três sentidos: visâo, tato e olfato. Acho que os unicos livros que li em PDF na vida foram Amanhecer e Midnight Sun da Stephenie Meyer, mas apenas porque fui mordida pelo bichinho do Crepusculo e não consegui me controlar………