Um dos capítulos do Graveyard Book (The Witch’s Headstone) foi publicado no M is for Magic em 2006, quando Gaiman ainda estava escrevendo o livro. Na hora não chamou minha atenção, na verdade um dos meus favoritos foi October in the Chair, que segundo Gaiman foi escrito como um exercício para o Graveyard. Mas agora lendo desde o princípio a história de Nobody Owens, um menino que foi adotado por fantasmas e criado em um cemitério, a história ficou muito mais interessante.
A narrativa toda é montada com pequenos momentos da vida de Nobody, como por exemplo quando ele faz amizade com uma pessoa viva, ou quando dança com a Morte. Aventura e fantasia puros, é impossível não se divertir. Mas o que eu mais gostei foi do “padrinho” de Nobody, o Silas. A personagem é muito legal, desde o primeiro momento que aparece até a conclusão. E o que a torna ainda mais interessante é que Gaiman não entrega o jogo sobre quem Silas é, pelo menos não de forma tão óbvia.
O que faz The Graveyard Book um livro tão bacana mesmo para adultos é porque através da fantasia, Gaiman conta uma história que todos nós conhecemos bem: crescer e viver. Deixar de ser criança e começar a se aventurar em um mundo desconhecido. A conclusão é delicada e muito bonita, e somada à diversão dos demais capítulos, fez desse o meu livro infantil escrito por Neil Gaiman número um em preferência.
E (ooooh, que surpresa) aparentemente está vindo uma adaptação no cinema, para 2011. Espero que dessa vez façam como filme mesmo, ou pelo menos uma animação 3d tipo Coraline.
Para terminar, uma dica: a edição que comprei é da britânica Bloomsbury (a capa é a que ilustra esse post), estava mais barata que a edição americana. 5 reais mais barata, eu sei, mas enfim, mais barata. Você poderá encontrar essas diferentes edições na Livraria Cultura (que aliás, está de parabéns por trazer tanta variedade para o público).