Generation Dead (Daniel Waters)

generationdeadDesde que os primeiros mortos começaram a se levantar nos cemitérios da cultura pop, a idéia de zumbis como uma metáfora para nossa sociedade vem acompanhando essas histórias. Pegue lá Dawn of the Dead, o filme do Romero, que na leitura de algumas pessoas faz uma crítica ao consumo desenfreado nos tempos (já nem tão) atuais. E aí você pega Generation Dead, livro de estréia de um tal de Daniel Waters (escritor tão obscuro que você não encontra na Wiki, mas que tem um blog no blogspot) e fica pensando “Ok, como é que esse livro poderá me surpreender?”

E o mais engraçado, como quase tudo envolvendo zumbis:  você sempre acaba se surpreendendo. Nesse caso, o que mais chama a atenção é que em teoria, Generation Dead é um livro teen com mortos-vivos. Em teoria não, porque nuss, tem um monte de coisa de futebol americano e baile da escola e blablabla. Mas não é chato, pelo contrário, você simplesmente não consegue largar o livro. E quando o assunto é a metáfora para nossa sociedade… olha, acho que esse foi o que tocou mais fundo o dedo na ferida.

Vamos do começo. Generation Dead conta a história de Phoebe, uma menina gótica que começa a ficar bastante curiosa sobre um colega da escola, bastante distante e misterioso. Não, não é Edward Cullen. Trata-se de Tommy, um rapaz que até poderia ter tudo para ser bastante normal não fosse o fato de que ele é um zumbi. Seguindo a boa cartilha das melhores histórias do gênero, Waters não explica a razão para o fenômeno, mas o fato é que os adolescentes americanos começam a retornar depois de mortos.

Deixemos de lado o óbvio da juventude alienada, que o autor já coloca na voz de Adam, o amigo de Phoebe “Mortos com necessidades especiais 1 são vocês. Eles são apenas mortos.

O que fala alto aqui é a questão da intolerância contra a minoria – seja ela qual for. Eu confesso que ao ler trechos nos quais mortos-vivos relatavam que foram abandonados pelos pais ao retornarem na hora avivaram a lembrança de várias histórias que ouvi de pais que expulsaram os filhos de casa ao descobrirem que eles eram homossexuais.

Acho que é por isso que a metáfora funcionou tão bem. Porque Waters apresenta Tommy inicialmente sob o ponto de vista de Phoebe, e aí você vê o quanto ele é um cara legal, o desejo dele de ter uma vida normal e tudo o mais. E quando o foco muda para o antagonista Pete, você já acha que Tommy é um cara que merece ser tratado como qualquer um. E isso faz de Pete não só o “vilão”, mas personagem constante nas cenas de maior tensão e/ou horror.

O horror da intolerância.

Eu confesso que ao terminar o livro já estava com saudades das personagens. E fiquei pensando que no final das contas, nada demais realmente aconteceu ali. E ao mesmo tempo, tanto foi dito. Uma pena que por enquanto só tenha em inglês, porque é realmente uma história que vale muito, muito a pena ler. Só o parágrafo inicial já conquista na hora. E é óbvio que eu não posso dizer o que tem no parágrafo inicial, até porque eu torço para que algum dia esse livro caia nas mãos de vocês.


  1. ok, aqui no livro eles usam o termo “living impaired”, que é uma daquelas situações chatinhas do inglês na qual você saca o sentido mas não consegue passar bem para o português. essa tradução de mortos com necessidades especiais eu consegui ao pedir socorro para o Gabriel 

9 comentários em “Generation Dead (Daniel Waters)”

  1. Pela descrição que você deu, eu me interessei pelo livro. Estou acabando de ler Os sete (faltam duas páginas… UFA) de André Vianco, e se tiver oportunidade vou ler esse livro. =D.

    **anotado***

    Bjus, e obrigada pela dica.

  2. Me interessei. Pena que não soube do livro antes de encomendar meu box Twilight na amazon. Está baratinho lá, só não vale a pena importar um livro só…
    Beijos

  3. ahh. outraa serie que eh legal tbem eh a HOUSE OF NIght , que eh uma escola de vampiros tbem…Ja li os 05 volumes que sairam ate agora. O sexto ta previsto pra agosto.
    E tbem a série A Mediadora… que eh com fantasmas… legalzinhaa tbem :g: :iei: :iei:

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