Como deve dar para notar pelo nome do autor, o livro é gringo. Mas a tradução brasileira ganhou ilustrações do gaúcho Allan Sieber, o que serve como um diferencial bem bacana com relação à edição de lá. E nesse caso, fica claro que figuras carimbadas da literatura tupiniquim não dão as caras no livro. Porém, os nomes escolhidos por Schnakenberg representam bem a literatura, acredito eu. Na obra temos um monte de curiosidades sobre diversos, desde Shakespeare até Thomas Pynchon.
Algumas das curiosidades eu já conhecia, como por exemplo a história de que o William Burroughs matou a própria esposa ao brincar de Guilherme Tell ou ainda o caso do sujeito que todo aniversário do Poe presta uma homenagem no túmulo do escritor, deixando uma garrafa de conhaque e uma rosa. Mas outras tantas foram em alguns casos até surpreendentes, e eu, que adoro uma fofoquinha literária, fiquei toda alegre em saber fatos mais escondidinhos da vida de gente como Tolkien, Virginia Woolf e T S Eliot.
O legal do livro é que ele é dividido por autor e organizado em ordem cronológica. E cada “capítulo” (bom, cada parte do livro relativa a um escritor) é aberto por um texto introdutório que contextualiza a criação literária e a biografia de quem as curiosidades serão reveladas. Então não é tipo uma Caras de escritores, fiquem tranqüilos. Mas também não é chato como um monte de livro “sério” que só coloca a biografia do autor, sem dar qualquer brilho para isso.
Eu aposto que se a molecada soubesse mais sobre os tiozinhos que estão lendo, ficariam muito mais interessados. Uma pena que não tenhamos uma versão brasileira desse livro, seria bem útil (eu tenho cá minha coleção de fofoquinhas de escritores brasileiros, o problema é que eu não sei se chega a fechar um livro, hehe).
Vale a pena ler, mesmo. Se surgir na sua frente, não deixe de conferir. No site da Ediouro eles disponibilizam o primeiro capítulo (Shakespeare) para leitura em pdf, dá para se ter uma idéia boa do que estou falando. E como tem o sumário, dá para dar uma espiada também em quais são os autores que foram escolhidos para fazerem aquela expressão “minha vida é um livro aberto” ganhar traços bastante irônicos.