1984

Algo que me perturbou muito durante a leitura de 1984 era a questão da manipulação da História. Lembro que passei dias pensando naquilo, querendo falar disso com alguém, como se eu tivesse um espinho de peixe na garganta. É até por causa disso que acredito que dificilmente a obra do George Orwell sairá da minha lista de favoritos de todos os tempos (mas aí já é outra história).

Então, para quem não lembra, Winston (o protagonista) trabalhava no Departamento de Arquivos do Ministério da Verdade. E talvez até mesmo por trabalhar nesse departamento, ele ainda tinha uma visão diferente sobre o mundo no qual vivia. Ele sabia que o tempo estava distorcido, tanto que no começo do livro há uma passagem na qual ele escreve no diário e se questiona se de fato está no ano de 1984. Mas o pior, o que realmente aterroriza, é o que eles fazem com as pessoas que são contra o regime político:

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Muxtape, degustação e WordPress

Seguindo a dica do Knolex, resolvi dar uma olhada lá no Muxtape, site no qual você criar sua própria “fita” para compartilhar com os outros (em um máximo de 12 uploads, nenhum ultrapassando 10 megas). Parece bem batuta e obviamente voltei no tempo, mas desse assunto eu já falei no Hellfire anteriormente. Então fica a dica aí. Estou preparando uma fita só com músicas de trilha sonoras, assim que ficar pronta atualizo o post com o link.

Editado: Então aí vai minha fita de músicas de trilha sonora. Já aproveito para propor o desafio: em quais filmes essas músicas tocaram? Algumas são bem óbvias, mas acho que outras nem tanto assim, hehe.

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Ode to Baby Jane

Adoro vilões e anti-heróis. Tenho uma paixão tamanha por esse tipo de personagem que normalmente presto mais atenção no malvadão do que no mocinho (vide o caso de Star Wars, filme no qual o vilão Darth Vader chuta a bunda de todo mundo, digamos assim). E até por causa desse meu gosto pelo pessoal do “lado negro da força” que vivo acompanhando listas de maiores vilões de todos os tempos.

O engraçado é que sempre via a tal da Baby Jane Hudson na lista e nunca entendia por que diabos ela estava ali. Ué, o filme é “O que terá acontecido a Baby Jane“, certo? Então eu achei que era mais um daqueles casos de mal-entendidos como o A Malvada1, que todos pensam que “a Malvada” é a personagem da Bette Davis, quando na verdade é a Anne Baxter (Eve, All about Eve, sacou, sacou?). Mas não. Baby Jane é má. Má, má, má. Tão má que você sente raiva. Tão má que faz todo o filme valer a pena.

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  1. altamente recomendado!!! 

O Caçador de Pipas (Khaled Hosseini)

Literatura tem dessas coisas: desperta paixões, e conseqüentemente gera grupos de seguidores fanáticos que não suportam ouvir uma crítica à obra amada. Veja meu caso, por exemplo: se você chega e diz que Allan Poe é uma droga, eu passarei hoooooooras da minha vida tentando provar o contrário. Então, fanáticos do Hosseini, deixo desde já o recado: calma, eu entendo vocês.

Mas o grande fato é que O Caçador de Pipas foi uma decepção para mim. Até porque nas últimas vezes que arrisquei ler algo da lista dos mais vendidos, eu acabei me surpreendendo positivamente (vide Budapeste, A Estrada da Noite, A Menina que Roubava Livros e Deus, um Delírio). Mas no caso de o Caçador já na metade do livro tinha concluído que tratava-se de uma obra superestimada.

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Piadas que perderam a graça

– É pavê ou é pá comê?

– Cebolinha ganhou três pirulitos, como é o nome do filme? Lambo 3!

– Como o Batman faz para entrar na Bat-caverna? Ela bat-palmas.

– (Resposta para qualquer pergunta) Porque pipoca não tem antena!

You got Rick Rolled ¬¬’

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Plano 9 do Espaço Sideral

Algumas coisas ganham fama por causa da história por trás dos fatos. Eu sei que corro o risco de soar herege, mas Oscar Wilde era um sujeito que provavelmente ficaria ali na maré dos escritores querendo ser famosos se ele não fosse o indivíduo que era: aquele que a cada momento que abria a boca, lançava uma pérola pronta para ser repetida por anos e anos1. Não é que ele não seja bom, longe disso. É um dos meus favoritos, como muitos bem o sabem. Mas tem muita gente boa que não ganha destaque porque é conta histórias de forma excelente, mas não tem uma história de vida digna de nota, digamos assim.

É seguindo essa trilha que chegamos ao Plano 9 do Espaço Sideral. A fama do filme? Simplesmente a de ser a pior produção de todos os tempos. A história acabou se espalhando com maior facilidade após o lançamento de Ed Wood, cinebiografia sobre o diretor de Plano 9, lançada em 1994 (e apresentando um Johnny Depp ainda começando a brilhar no papel principal).

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  1. por exemplo, na alfândega: “não tenho nada a declarar, a não ser o meu gênio” 

NetMovies

Ou: A primeira vez que ganho algo de graça por causa do Hellfire.

Eu já contei a história umas trocentas vezes então agora já começou a cansar e vou colocar aqui mais como registro. Então que pegaram meu e-mail e avisaram que eu receberia um negócio de filmes mas que se eu não quisesse eu não precisava me cadastrar. Aí eu recebi o negócio de filmes, um envelopinho roxo com uma senha e omg, é roxo, vocês sabem, adoro roxo.

Trata-se de uma cortesia do NetMovies, um sistema de locação via internet que de diferente dos serviços similares já oferecidos aqui em Curitiba, tem o fato de não trabalhar com valores por locação, mas por mensalidade. Por exemplo, se você escolher o plano de um dvd na sua casa por vez (custa 28 reais mensais) você pode ficar locando filmes a vontade durante um mês, desde que, obviamente, seja um de cada.

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Ensaio sobre a cegueira

Acredito que já comentei por aqui que meu maior problema com o Saramago são aqueles parágrafos enoooormes que faziam com que eu acabasse me perdendo e nem sacasse que o sujeito está a descrever um quadro ou qualquer coisa do tipo (aí, o único livro dele que consegui ler até o fim foi O Ano da Morte de Ricardo Reis, aliás, altamente recomendável). Enfim, resolvi ler o tal do Ensaio sobre a cegueira, até porque pessoas confiáveis (hehe) elogiaram muito e eu achava que o tio Saramago merecia uma chance.

Antes de falar do livro, vamos ao resultado: agora eu quero ler tudo o que ele já possa ter escrito, até poesia em bolacha de boteco se for o caso. O Ano da Morte… é legal, muito bom mesmo, mas o que ele faz em Ensaio sobre a cegueira é único, é apaixonante.

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Há 20 anos…

Tem coisa que só funciona no seu próprio tempo. Luci, por exemplo, comentou uma vez em uma aula sobre Shakespeare que o bardo não seria *o* bardo se tivesse nascido alguns anos antes, ou alguns anos depois. Foi a soma de tudo que acontecia onde ele vivia que fez dele o que ele foi (e ainda é). Acho que outras coisas se encaixam nisso também, como por exemplo, a TV Pirata.

Quem tem menos de 20 e não teve a oportunidade de acompanhar, é só procurar no YouTube. Bate uma saudade danada ver aqueles quadros de humor afiado, as tirações de sarro com propagandas e programas do momento. Mas, retomando minha teoria das coisas que só funcionam em seu próprio tempo, acho que mesmo que caso a Globo resolvesse unir todos os membros, já não seria igual. TV Pirata foi aquilo, não tem como resgatar senão assistindo aos vídeos antigos.

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