Pelo menos para nós, fãs de quadrinhos, dá para dizer sem nem piscar os olhos que se esses dois não tivessem começado a trabalhar juntos há mais de 20 anos atrás, a idéia de quadrinhos para adultos seria bem diferente. É por isso que Violent Cases (lançado em 1987, mas chegando aqui no Brasil no começo deste ano) é tão especial: trata-se da primeira graphic novel publicada pela dupla. Depois dessa, muitos outros trabalhos de sucesso viriam, entre eles, é claro, Sandman.
O irônico aqui é que normalmente o texto de Gaiman se sobressai em relação à arte do McKean, mas em Violent Cases é o contrário. Na história do garotinho que descobre que seu osteopata trabalhara com Al Capone, o que fala mais alto são as imagens. Não que o texto seja ruim, pelo contrário. Levando em conta que é uma história de memória, o narrador recria muito bem as condições complicadas de quando recorremos ao que lembramos: espaços em brancos, momentos que não sabemos encaixar com determinados eventos e por aí vai.
Mas é na arte de McKean que isso fica ainda mais evidente. Como quando mescla figuras do passado com figuras do presente de modo bastante sutil (as estrelas da roupa do mágico sobre o sujeito que aparece para conversar com o osteopata, por exemplo). A curiosidade fica por conta do fato de que a HQ foi originalmente publicada em p&b – na realidade fico bem curiosa para ver um exemplar dessa época.
Assim, parabéns para a HQM que trouxe para cá uma hq tão importante para os fãs. E parabéns aos editores que há mais de 20 anos atrás resolveram apostar naqueles dois malucos e suas histórias maravilhosas.
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Em tempo: li O Sono dos Justos do Absolute Sandman. A qualidade da colorização nova é realmente impressionante, coloquei mais três páginas diferentes para preview lá no Meia Palavra. O negócio é cruzar os dedos e esperar que a Pixel lance logo a HQ por aqui (pelo menos enquanto eu tiver grana, hehe).
Hum, boa dica.
Ainda não li Violent cases!
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