Talvez seja o primeiro Oscar que eu não digo “Injustiça!!!” para alguma escolha (talvez até porque não cheguei a ver todos os filmes). Mas confesso que fiquei bastante contente com Onde os fracos não têm vez ganhando melhor filme e melhor direção. Eu não sei se estará na minha lista de favoritos, mas certamente está entre os melhores que vi este ano (tudo bem que o ano ainda está em fevereiro, mas bem, todos nós sabemos que os melhores filmes sempre saem nesta época, justamente por causa do Oscar. Então….).
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Durante minha última viagem para a Bettegolândia carreguei Nelson Rodrigues comigo. Mais precisamente, “A vida como ela é…”. Eu, que já adorava as peças do sujeito (como por exemplo Valsa Nº6, Vestido de Noiva e Beijo no Asfalto) agora estou completamente apaixonada pela prosa.
As histórias são curtas, e algumas vezes até ficam na “variação do mesmo tema”. Mas cada personagem ali parece única, mesmo que sofra das mesmas fraquezas: ciúmes, vaidade, obsessões. E sabe, se for parar para pensar, no final das contas não é exatamente assim na vida real? Todos tão iguais, e ao mesmo tempo tão diferentes…
Enfim, se quer um bom conselho (ou simplesmente não faz idéia do que ler) pega lá o Nelsão. Garantia de divertimento. É batata!
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Sim, eu sei que muita gente comentou sobre a mulher no bueiro aqui em Curitiba – a maior parte tentando entender por que diabos ela se enfurnou nas galerias de águas pluviais – mas sabe, eu gosto mais de notícias como essa aqui, que saiu na nossa querida Gazeta do Povo: Domingo de Tumulto na Av. 7 de Setembro.
Alguns trechos e comentários:
Fãs de um mesmo estilo musical e com o vestuário característico – com bermudas, camisetas e tênis sempre maiores que o manequim
Isso aí é medo de ser processo da parte de algum grupo de rap?
Eles chegam de ônibus, ocupam ruas e calçadas em frente a um shopping conversando, fumando e, às vezes, bebendo o chamado “tubão” – refrigerante com bebida alcoólica.
Aqui eu consigo imaginar aquela narração tipo Animal Planet descrevendo a gurizada 😆
O major Douglas Dabul, do setor de planejamento do Comando do Policiamento da Capital, diz que a polícia tem acompanhado a aglomeração de jovens. Segundo ele, alguns líderes do grupo, que seriam responsáveis por fornecer o “tubão”, já foram reconhecidos e encaminhados para a Delegacia do Adolescente Infrator.
Sério que eles pensam que a raiz do tumulto é o tubão?
“É um problema social, cultural e de educação. Não podemos entender que jovens reunidos é caso de polícia. Deixar uma viatura ali seria desacreditar na adolescência. Pergunto onde estão os pais destes jovens que não sabem que eles estão promovendo este tipo de encontro”, questiona Dabul.
No futebol? Na casa da sogra? Vendo Faustão?
O mais irônico é que a pergunta “Onde estão os pais?” aparentemente tem sido repetida de geração a geração. Quando nem adolescente eu era, já ouvia isso. E sabe, problema nem é miséria. Quer dizer, miséria também é problema. Um dos.
Mas pai achando que escola e tv têm a obrigação de educar e criar seus filhos, já é uma boa razão para qualquer problema… como que disse o “seu políça” mesmo? Ah, sim. “Social, cultural e de educação”.
Sobre o Oscar, achei engraçado o começo do seu comentário, já que esse ano foi justamente o mais imprevisível (embora no fim, das 8 categorias principais, 6 tenham ido pros favoritos).
Mas a questão é que, por causa da greve, achavam que o Oscar ia ser em abril. A greve acabou e resolveram manter a data e isso acabou ferrando as campanhas. O único filme que fez campanha forte foi Conduta de Risco… aí tínhamos Onde os Fracos e Sangue Negro com chances por serem os favoritos naturais; Desejo e Reparação com a força do BAFTA, do Globo de ouro e de ter um estilo que costuma levar Oscars; Conduta de Risco pela campanha e porque todos em Hollywood adoram o George Clooney; e Juno por ser o dono do coração de todos… votando com a razão, não tinha chances… mas se votassem apenas com o coração…
Enfim, isso sem falar nas categorias menores, onde houve MUITA surpresa.
Ah, bom. Acho que a previsibilidade varia de um para outro, para mim foi bastante previsível mesmo. Acho que nos meus palpites só mandei malzão nos documentários e curtas, mas como não vi nenhum foi tudo chute mesmo, então tudo bem. :mrpurple:
Adoro o Knol…. 😎
Eu também achei bem previsível. Assisti uma boa parte e deu o que a maioria dos críticos acreditavam que daria.
Nossa tem essas coisas em Curitiba??? Ainda bem que quando eu vou tá tudo na santa normalidade…rsss
Mene, deu o que a maioria dos críticos torcia e previa, mas não houve em nenhum momento a certeza que acontece em alguns anos, ou até mesmo a polarização em apenas 2 candidatos fortes. A gente sabe que isso de críticos nem sempre se reflete nos prêmios em si. Vide Brokeback Mountain, que perdeu pra Crash na reta final (semelhante ao que aconteceu com Menina de Ouro contra O Aviador).
Pois é, eu achei previsível. Mas eu fiquei decepcionado por Transformers não ter levado o de efeitos visuai e mixagem de som, e pelo Kevin O’Connel ter perdido o Oscar pela 21ª vez.