E tornando uma longa história curta, o fato é que tive mais uma ótima surpresa. Senhores do crime é um daqueles filmes que te fisgam desde o começo, apresentando personagens de uma maneira que parece óbvia para então nos lembrar da complexidade da personalidade de cada um. É aí que o filme ganha pontos extras: porque ao te fazer acreditar que você já sabe como determinada personagem se comportaria, vem um fato que derruba sua certeza e o obriga a refazer a imagem da personagem. E isso do começo até o fim.
Isso, é claro, contando o lado dos “senhores do crime” em questão, a máfia russa na Inglaterra. Somos apresentados a três personagens-chave: Semyon (Armin Mueller-Stahl), o chefão; Kirill (Vincent Cassel), filho do chefão e Nikolai (Viggo Mortensen), motorista de Kirill. Os negócios vão bem até que uma parteira, Anna (Naomi Watts), decide investigar as origens de uma menina que morreu ao dar a luz. O diário deixado pela menina acaba levando Anna direto à Semyon, uma espécie de “padrinho” da comunidade e portanto alguém apto a traduzir o diário e ajudá-la a localizar algum membro da família da menina para entregar o bebê.
A trama toda girará em torno dessa criança, a questão, como sempre, é como isso é feito. E aí eu tenho que dizer, a indicação do Viggo não foi à toa. O cuidado com o qual ele conduz a personagem do começo ao fim é crucial para aquele efeito que comentei inicialmente, de a todo instante você ter que reformular o que pensa sobre determinada personagem. Se tem alguém ali que não dá para saber quem é, é justamente ele.
O sotaque, o tom de voz baixo nunca denunciando o sentimento, as ações contraditórias… tudo leva para aquele tremendo ponto de interrogação, que faz Anna em dado momento questionar: Quem é você? Ele está realmente muito bem, é uma pena que ele esteja concorrendo em um ano que tem nomes como o do Daniel Day-Lewis entre os indicados.
No mais, o filme é realmente muito bom. Deixa de tracejar a linha entre bom e mau para pessoas comuns e senhores do crime – o que é algo interessante, diga-se de passagem. Só deixo um aviso para quem estiver pensando em ir ao cinema com a namoradinha: tem uma cena de luta de pelo menos um minuto (ou mais), na qual o Viggo está completamente pelado. Se não quiser ouvir “hihihi” ou ir para casa pensando que sua menina está comparando o seu bilau com o do Aragorn (hehehehe), melhor assistir outra coisa heim? Ou pelo menos certifique-se de que ela já passou da idade para esse tipo de reação.
Oi, nao sei o seu nome, mas vi que gosta de acompanhar Oscar e Bolões.
Tem um bolão que faço todo ano (2008 é o quarto) através do Orkut, e vem crescendo a cada edição. Tá afim de participar?
Link:
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=8336671
Só de curiosidade, se entrar lá, me diga quem é!
Beijos, abraços e boas apostas
Opa, vou participar sim =} Não que eu mande bem em bolões, mas pelo menos me divirto :mrpurple:
Não achei tão bom assim o Eastern Promises… ok, não é dos piores do Cronenberg, mas também não dá pra colocar do lado de pérolas como Videodrome e History of Violence.
Não vi nem um, nem outro :mrpurple: