Honestamente, a idéia de “unificação da língua” que a tal da reforma tenta defender já é por si só estúpida. As pequenas fronteiras criadas entre o português daqui e o de Portugal, por exemplo, continuarão a existir. Neste caso, primeiro porque aparentemente nossos colonizadores são os únicos sãos a não sucumbirem à babaquice de “unificação”. Além disso, sejamos realistas: as diferenças entre o português brasileiro e os demais são unicamente ortográficas? Claro que não.
É aí que vem o outro lado estúpido da tal da reforma. É um trabalho pela metade, mal feito. Não será realizada uma unificação de fato, porque bicha continuará sendo uma coisa aqui, e outra lá na terrinha de Cabral, por exemplo. Estruturas que são inimagináveis lá, continuarão acontecendo por aqui (como o “Me passa o sal”).
Assim, a proposta já morre no berço. Reformas ortográficas não são novidade, o problema é que a idéia por trás desta simplesmente nunca chegará a se realizar: não haverá de fato uma unificação.
Aliás, nem que todos os falantes da língua portuguesa adotassem um novo idioma isso funcionaria. Com o passar do tempo, ocorreria exatamente o que já vem acontecendo desde que passamos a ser colônia: sofrendo influências diferentes, ela se transformaria, novas regras seriam “criadas” pelos próprios falantes. *Essas* mudanças são as que funcionam: as geradas pelo tempo e por todos aqueles que falam a língua (e não uma meia dúzia de político imbecil que pelo visto não tem nada melhor para fazer).
Aí, excluindo essa balela de unificação, o que sobra é o time dos que não estão nem aí para o fim das fronteiras lingüísticas, querem mais é que a crase caia porque simplesmente não sabem utilizar a dita cuja. Já ouvi gente dizendo que é a favor “da simplificação do português”, por exemplo. A pessoa, além de meio perdida, ainda por cima é daquelas que adora nivelar por baixo. É isso aí, minha gente, vamos mudar o “Se vou e volto da, nesse caso crase há. Se vou e volto de, então crase para quê?” para “Se eu sei usar, nesse caso crase há. Se eu não quero saber, então crase para quê?“
Eu não conhecia essa riminha da crase! 😆
É uma idéia bem estúpida mesmo. Mas pra eles é bem mais fácil nivelar por baixo do que ensinar português com qualidade na escola.
Cara… isso eh deprimente… x/
Essa reforma está a mais de 15 anos tramitando, tramitando… e se perdendo… Se a idéia fosse somente de simplificar, até poderia ser válida, mas há interesses claramente econômicos com tudo isto… =/
Viu, o negócio da reforma não deu em nada… :blah:
só não entendo porque discutiram tanto sobre isso… 🙄