Assassinos sob holofotes

bornkillers.jpgO fascínio das pessoas por casos não resolvidos (e resolvidos também!) de assassinatos em série sempre me deixa com uma pulga atrás da orelha, porque costumo lembrar de Mickey e Mallory Knox do filme do Oliver Stone, Assassinos Por Natureza. No filme, Mickey e Mallory fogem da cidade onde vivem e deixam para trás um rastro de assassinatos, roubos e afins.

A “surpresa” no filme é como Oliver Stone trata com sublime ironia a distorção que a mídia provoca, transformando em queridinhos da América uma dupla de assassinos loucos. A entrevista entre Mickey e o repórter Wayne Gale chega a um dos pontos máximos quando Mickey diz que “Frankenstein teve que matar o Dr. Frankenstein“.

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Pan pan pan!

Todos acompanhando empolgadíssimos a disputa entre Brasil e Cuba pelo segundo lugar no Pan, e eu fico cá pensando: tem gente mais conformada do que nós? Por que ninguém comenta sobre o fato de o Estados Unidos estarem com quase o dobro de medalhas de ouro (de prata também)?

Porque se alguém comenta, lembrarão que lá nos Estados Unidos há um real investimento nos esportes, relacionando o treinamento com educação desde cedo. E bem, ninguém quer de fato investir, né? É mais fácil patrocinar um talento que já está ‘pronto’, do que mudar todo o sistema educacional de forma que o esporte seja mais valorizado (e educação física não seja sinônimo de recreio).

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Cheiros da infância

É engraçado, mas sempre nos atemos aos fatos da infância quando queremos explicar o que somos hoje. Deixamos completamente de lado o modo como os cheiros que sentíamos de certa forma também nos modelaram, pelo menos na busca do que seria uma paisagem ou momento ideal para nós.

Exemplo? Quando começa a chover, a primeira coisa que penso é “Quero fazer um bolo!” e sabe, nem é pelo bolo em si. É que casa com cheirinho de bolo assando em dias de chuva é simplesmente tudo de bom para mim. Melhor do que isso, só se somar o cheiro do chá mate quentinho.

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Esta é uma mensagem automática:

Olá. Neste momento, a Anica está feliz da vida comendo pieroguis e lendo SuperInteressantes lá na Bettegolândia. Mas, preocupada com o tédio que um sábado julino pode provocar nas pessoas que estão online, ela resolveu agendar um post contendo link para a segunda parte da tortur… digo, para a segunda parte do joguinho de música de filmes. Se estiver pronto para arrancar os cabelos tentando lembrar do nome do filme nos quais essas músicas tocaram, clique aqui.

(Dica: fiquem atentos, em alguns casos a letra da música entrega qual é o filme)

Sombras de Goya

Milos Forman é um diretor muito bom, que tem no currículo filmes como O Povo Contra Larry Flint e, um dos meus favoritos de todos os tempos, Amadeus. Então, era natural uma certa expectativa (e curiosidade) sobre o mais recente trabalho dele, Sombras de Goya. E como sempre dizem, expectativas são uma droga…

Não dá para dizer que o título é enganoso, porque pela opção “sombras” (em inglês seria “fantasmas”), fica claro que o foco não será o Goya. O pintor (Stellan Skarsgård) aparece no filme para unir a vida de uma personagem com outra, é mais uma desculpa. A história mesmo não é dele, mas de pessoas retratadas por ele.

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Desumanização

Na terça-feira, quando cheguei em casa do trabalho, vi na televisão as primeiras notícias sobre o acidente do avião da TAM. Confesso que ali, naquele momento, eu achava que a coisa não seria tão horrível e que haveriam bastante sobreviventes. Infelizmente, passaram algumas horas e ficou claro que não seria assim.

E tão logo ocorre a tragédia, somos bombardeados por histórias das pessoas que estavam lá, e também ficamos sabendo de amigos dos amigos dos amigos que estavam lá. E eu não vou dizer que não choca (ou que não me deixa triste), mas acho que só me dei conta do horror quando acessei o Fórum Valinor e li uma mensagem de um colega nosso, conhecido como “Shazan”.

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Roma

Sempre fui apaixonada por História, tanto que só me decidi entre essa e Letras na última hora. Talvez esta seja uma das razões para eu ter gostado tanto de Roma, desde o primeiro episódio. Soma-se à isso o fato de que sim, a série é MUITO bem feita (não deixa nada a dever para as melhores superproduções hollywoodianas) e, até mais do que isso, é muito bem conduzida.

O plot é conhecido por qualquer um que tenha concluído o ensino fundamental: todas as intrigas envolvendo Roma, no período de decadência da República, tendo como ponto principal o conflito entre Júlio César e Pompeu (isso, é claro, é o primeiro ano da série – o segundo ano já deve contar com as disputas entre Marco Antônio (nhâmi!!) e Otávio.

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Vaias, medalhas e afins.

Eu estava completamente desligada desse negócio de Pan até sexta-feira passada. Para começar, por algum motivo bizarro, eu gosto do momento em que acendem a pira olímpica e acho que isso vale até para olimpíadas da escolinha Elefantinho Sabido. Mas aí já nas aberturas vem um fato que chama minha atenção: as vaias para o Lula.

Deixarei bem claro uma coisa aqui: defendo e acredito na liberdade de expressão de qualquer cidadão. Mas também acredito em educação e semancol. Observei alguns depoimentos e me dei conta que tinha gente que nem sabia por qual motivo vaiava o presidente – se fizessem uma ola para o Lula, estariam no meio. Então não me venham com essa de que todos ali estavam tentando mostrar descontentamento com a situação política atual, porque não estavam: era só folia.

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Atendimento em tempos de inclusão digital

Uns tempos atrás corria por ai um arquivo de áudio que supostamente seria uma ligação de uma usuária do Windows para o atendimento ao cliente. Na conversa, ela esbravejava que não tinha instalado a estrelinha que aparecia na barra de ferramentas dela, e queria saber como tirar aquilo.

(A estrelinha em questão é aquela que indica que a cópia do Windows é pirata. Você pode conferir a conversa clicando aqui, o som está ruim mas foi a única gravação que consegui encontrar. Se alguém achar de melhor qualidade, por favor, mandar para meu e-mail)

Na época que ouvi, pensei que era óbvio que era um áudio fake, porque ninguém poderia ser tão burro assim. Mas desde que comecei a fazer o atendimento aos visitantes lá na Valinor, acho que é possível, sim.

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Sexta-feira 13

Eu tinha uma amiga que sofria do mal de todo cético exagerado: era completamente sem graça. Ela não se permitia aproveitar algumas bobagens que todos sabemos que não são reais, simplesmente porque não acreditava naquilo.

E toda sexta-feira 13 eu lembro dela porque quando eu, toda empolgada, queria fazer algo especial para o dia em questão, ela com um tom metade deboche e metade enfado dizia: Ah, Ana, é só mais um dia como outro qualquer.

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