The things you own end up owning you

Vicente costumava dizer que O Clube da Luta não é um filme, é uma lição de vida. Por muito tempo não estava muito certa se realmente havia essa elevação de um para outro, mas ultimamente tenho pensado tanto em algumas falas que, sei lá.

“This is your life, and it’s ending one minute at a time.”

Sempre soube que não seria exatamente o tipo “artista alternativo”, vivendo de arte (mesmo porque não sou idiota e sei que viver só de arte no Brasil é missão impossível), mas nunca, NUNCA imaginei que entraria nessa roda-viva do “trabalhar para ter as coisas”. Toda minha vida fui tão desligada disso, achando que dinheiro era papel que servia pra comprar aquelas outras coisas de papel (livros, antes que eu me esqueça)…

E aí você começa uma vida de “gente grande”, e vê que precisa pagar outras coisas além das eventuais bebedeiras (e sim, os livros), e acaba se frustrando quando percebe que não é o suficiente. Não admira que tenha tanta gente ficando em casa até depois dos 30. Mas o ponto não é esse, não hoje.

O ponto é que eu trabalho duro, mas não sou exatamente apaixonada pelo que faço. Gosto do dinheiro que recebo no final do mês – porque eu gosto de ter coisas. E aí quando penso que gostaria de pintar a parede da sala de vermelho e colocar as molduras nos pôsteres que encomendamos da allposters.com, não consigo deixar de pensar como as coisas ficaram diferentes do que eu planejei.

Não é ruim, eu gosto de tudo isso que estou vivendo. Só não gosto quando as coisas acabam caindo na questão do dinheiro, primeiro porque não o tenho, e segundo porque vai contra meus antigos princípios. Preciso reformular os novos.