Vem cá ficar comigo

… encontrei uma barata na cozinha

eu olhei pra ela, ela olhou pra mim

ofereci pra ela um pedaço de pudim

o curioso foi que ela… ela disse sim! :mrpurple:

Não, esse não é um post sobre a banda Inimigos do Rei, ou de como nos anos 90 o Paulinho Moska ficou sério e nem parece que ele fazia parte dessa banda dos anos 80 que tocava sucessos como Adelaide.

Nããão, é um post sobre – uou – A Metamorfose, do Kafka (sacou o trocadilho, ahn ahn?). Eu já tinha comentado no Hellfire antigo qualquer coisa sobre a tradução para ‘barata’ (e eu até linkaria para vocês, mas ele está todo zoneado) mas agora eu quero comentar sobre essa ediçãozinha bacana da LP&M.

Sim, aquela que é um livro de bolso. Devo confessar que o mercado de livros de bolso está resistindo bravamente aos preconceitos, e continua aí, apesar dos preços absurdos. Sim, preconceito. Já ouvi num elevador da UFPR o seguinte diálogo:

– Comprei um livro de contos do Machado da LP&M.

– Ahh. e a tradução desse tá boa?

Poisé. Pessoal acha que por ser tiquinho tem que ser necessariamente ruim. Acham também que Machado escreve em outra língua, mas isso não vem ao caso. O fato é que essa edição da LP&M está um mimo, e vale constar na biblioteca de qualquer apaixonado por clássicos.

Aviso de antemão: não faço idéia se a tradução é boa, mesmo porque mein deutsch ist kaputt. Mas os comentários do tradutor são ótimos, mesmo. Não são notas explicando a tradução, mas notas comentando a obra em si – sim, algumas um tanto óbvias, mas têm algumas sacadas, relações e afins tão bacanas que vale a leitura.

Especialmente para quem ainda acha que o charme de A Metamorfose é o cara virando barata, e só. Mas é claramente contra-indicado para os que acham que Machado precisa de tradução. :dente:

9 comentários em “Vem cá ficar comigo”

  1. Um amigo meu leu e achou um porre, dizendo que não faz o menor sentido. :dente:

    Sobre “edições de bolso” eu não tenho o mínimo preconceito. Inclusive, eu tenho vários livros da série “Obra Prima de Cada Autor”, feita pela Martin Claret.

  2. Martin Claret faz um trabalho bacana também. Meu professor de Literatura Latina elogiou pacas a edição da Eneida. O que f* no caso da Martin são aquelas capas horríveis O_o E indique essa edição da LP&M para seu amigo, quem sabe ele entenda alguma coisa hehe

  3. Tenho duas edições da Metamorfose :joy:
    Essa que realmente tem umas notas ‘batutas’ de legais, como aquela da maça que se liga ao pecado origianl e por sua fez está relacionada ao fato de Gregor querer comer a irmã…
    A outra edição, consegui num sebo por 10 pilas. Editora Brasiliense, 4º ed. Tradução de Modesto Carone. Bah! sou um colecionador da brasiliense, editora que estorou o mercado na década de 1980.

    aquelabraço

  4. Eu tenho essa edição da Brasiliense que o Giuliano falou.

    Eu gosto bastante do Kafka. A Metamorfose é um dos meus livros preferidos.

    Mas sobre as edições de bolso… tem uma nova linha de pockets da L&PM bem baratinha, em torno de R$ 3,00 e 6,00. Minha namorada comprou Fitzgerald e Kerouac dessa série. E eu gosto, geralmente, das traduções, especialmente a que o Eça de Queiroz fez prAs Minas de Salomão.

  5. É verdade, Fabiano, geralmente as traduções são boas da L&PM.
    :joy: Não sei porque tanto gosto dessa figurinha

  6. Alexandre Esposito – Eu sou apenas um rapaz latino americano sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior. Mas trago na cabeça uma canção do rádio em que um antigo compositor baiano me dizia "tudo é divino, tudo é maravilhoso".
    Knolex disse:

    esse comentário do machado é digno de entrar numa coletânea de pérolas.

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