Bom, apesar de ser a Veja, a revista teve um momento interessante: abriu com uma entrevista com uma filósofa-cientista-social-ou-algo-que-o-valha que afirmava que bem, ideologia emburrece. Agora você sacou o motivo do título, nééé? A idéia dela tinha mais a ver com política, ser de esquerda ou direita, e afins.
Veio em bom momento, porque ultimamente tenho pensado sobre os -ISMOS. Ou ainda, as pessoas que defendem seus -ISMOS com unhas e dentes e acabam se tornando tão, mas TÃO inflexíveis que bem, ficam burras (para não dizer cegas). De certo modo faz lembrar o que diz a personagem Floriano da última parte de O Tempo e o Vento:
É difícil dialogar com os chamados ‘homens de convicções firmes’. Eles têm coragem de matar ou morrer por suas idéias. O que não têm é coragem de reexaminar, revisar essas idéias.
A partir do momento que por causa de uma ideologia a pessoa perca a noção de humanidade (ou ainda, da vida em sociedade), isso torna-se até mesmo perigoso. Em maior ou menor grau, leva pessoas a destruírem anos de pesquisa como fizeram em Aracruz em março desse ano, por exemplo.
E notem: não estou fazendo aqui uma ode à ignorância ou afastamento político. Acho que as pessoas DEVEM saber o que acontece e DEVEM participar. Mais do que isso, DEVEM TER NO QUE ACREDITAR. Mas caramba, não estacionem em uma idéia só, vejam os prós e os contras e não achem que sua própria idéia/crença está irretocavelmente correta até os fins dos tempos por ser sua, e por causa disso ter um preconceito absurdo contra qualquer (nova) idéia que vá contra suas ‘convicções’.
É tão difícil assim, reavaliar?
É uma pergunta retórica?
Quanto mais estúpida e individualista é a convicção, mais inegavelmente inabandonável.
Descobri que reavaliar é quase um suplício para algumas pessoas. E não adianta discutir isso com elas – ou com parte delas.
Obs.: Primeira vez em…2 anos..que passo no seu blog (creio)! =]
“Não foi a luta de opiniões que tornou a história tão violenta, mas a luta da fé nas opiniões, isto é, nas convicções.”
Nota mental: preciso ler Humano, demasiado Humano.