Eu ouvia a música porque estava infeliz? Ou estava infeliz porque ouvia a música? Esses discos todos transformam você numa pessoa melancólica?
As pessoas se preocupam com o fato das crianças brincarem com armas e dos adolescentes assistirem vídeos violentos; temos medo de que assimilem um certo tipo de culto à violência. Ninguém se preocupa com o fato das crianças ouvirem milhares – literalmente milhares – de canções sobre amores perdidos e rejeições e dor e infelicidade e perda.
(do livro Alta Fidelidade, de Nick Hornby, que além de ser uma ótima sugestão de leitura – até mesmo para os que não são muito fãs de livros – ainda corre o sério risco de ser objeto de estudo no meu Mestrado, hehe)
De qualquer forma, essas indagações da personagem Rob Fleming (que na minha cabeça virou um misto de Guilerme Weber com John Cusack) vêm a calhar quando você cria nova mania (aka: procurar por videos de bandas que você gosta no YouTube) e se dá conta que, uou, passou um bom tempo vibrando com o fato de ter encontrado “The Killing Moon” do Echo and the Bunymen, “Darklands” do Jesus and Mary Chain e finalmente…
“How soon is now”, dos Smiths. *aiai*
Ah, sim. Morrissey me entenderia! =]
Dia desses eu vi o Kiling Moon de madrugada. Cacete, que medo que deu.
Eu juro que um dia leio Horby, só pra desencargo de conciência.
Você nunca me explicou o motivo da pira com o Hornby ô.O
É o velho lance dos amigos maldosos que vivem falando mal do cara. Chamaram o cara de tudo na minha frente, deis de velho louco até, acredite se quiser, Paulo Coelho euro-americano.
Seja sincera, se você não conhecesse um cara e ouvisse isso dele, caramba, você TAMBÉM teria um pé atrás na hora de ler o bagulho.
Ahhh, entendi. Sei bem como é isso, tenho esse problema com aquele cara que escreveu as crônicas de artur ou algo que o valha. Mas vai com fé, pelo menos no caso de Alta Fidelidade. E se você gosta de futebol, no Fome de Bola também ^^
Vou tentar 😉
Aliás, te recomendo a leitura de um certo Metropolitann Journal que estou retomando hoje. (Contra indicado em caso de suspeita de dengue).
Ahhh, voltou a atualizar então? Vou lá ver =]
Aliás, e os comentários lá, fio? =P
“tenho esse problema com aquele cara que escreveu as crônicas de artur ou algo que o valha” Você está falando do T.H. White?! 😯
Não, não. O tal do Bernard Cornwell ^^
Ele é tarado pelo Horby 0.0′.
O livro é muito bom, você vai gostar. Se quiser emprestao posso até pensar no assunto, desde que vc não tenha costume de dobrar as páginas para marcar a leitura 😮
Ah! E que depois me devolva, é claro…
O único problema é como emprestar o livro, né? =P
Isso que o Hornby falou não faz o menor sentido.
Desde que o mundo é mundo (e, claro, que nós habitamos esse mundo que é mundo) o ser humano brinca com a violência. Eu brinquei de bandido e mocinho (no caso Han Solo vs. Stormtrooper), meu pai brincou de bandido e mocinho, meu avô brincou de bandido e mocinho.
E isso nunca foi problema.
O mesmo vale pra músicas com conteúdo emocional negativo.
Aí eu pergunto: “por que que só hoje isso se tornou um problema?”
Será que é por causa da violência nos vídeos, video games e músicas? Ou será que é por causa da frustração, falta de perspectiva, uma visão de que ninguém mais se importa com nada? E não só da parte dos jovens, mas eles sentem isso sendo descarregado em cima deles por todos que os cerca (amigos, pais, etc.)?
BTW, Hornby é que nem vinho batizado. Fique longe.
Quer dizer, naquelas. Nenhum remédio curou a minha insônia da mesma forma que o Alta Fidelidade está curando.
Eu acho que você não entendeu muito bem o estilo do Hornby, ou o que ele quis dizer (e talvez isso explique porque você foi curado da sua insônia lendo Alta Fidelidade).
O negócio da violência ali foi só uma forma de exagerar e ilustrar o efeito da música na vida da personagem Rob Fleming, e não um tratado sobre violência e consequências no dia de hoje. É uma personagem pirando sobre a relação DELE com a música, usando como quadro comparativo a opinião “das pessoas” (não sei se você notou nesse pequeno detalhe na abertura do parágrafo antes de começar a questionar as idéias da personagem sobre violência). Enfim, se você fica problematizando todas as “comparações” do Rob como nesse casa, a leitura deve ser mesmo bem chata e cansativa. :uhu:
Aliás, agora já é tarde demais seguir seu conselho, no meu caso. Só não li o último livro dele, e gosto muito de todos – inclusive Alta Fidelidade é um dos favoritos de todos os tempos. Mas sabe como é, li sem querer procurar pêlo em ovo =P
Eu não fico problematizando todas as comparações do Rob, pelo contrário. Me esforço em tentar gostar, já que gostei tanto do filme e ouvi dizer que a peça é fodástica.
E se eu procurasse pêlos em ovos não leria livros de fantasia. 😉
Mas aqui entramos numa questão interessante: se o Rob do filme fala a mesma coisa (o Rob da peça de teatro idem), por que no livro que isso te aborreceu? Just a question =P
Porque não foi essa fala em especial que me aborreceu. Na verdade essa fala não me aborreceu nem um pouco, eu só não concordo com ela. O que realmente me aborreceu foi o estilo do Hornby. É chato bagarai, IMO.