Literatura para o período da Copa

feverConfesso que ontem quando a Jo entregou uma daquelas tabelas promocionais da copa, com todos os jogos, horários, cidades sede e afins soprou um ventinho futebolístico e pumft: entrei em clima de Copa do Mundo. Em menos de meia hora já tinha programado um possível churrasco para às 13h do dia 18/06 (Brasil x Austrália) e já pensava em como era bom não ter aula às 18:30h na terça (dia do jogo de estréia do Brasil).

Acabei me animando tanto que na peregrinação pelas bibliotecas da cidade em busca de algo que servisse para minhas monografias, acabei encontrando o livro Febre de Bola do Nick Hornby (sim, o autor de Alta Fidelidade). E obviamente, acabei levando esse (junto com O Som e a Fúria e Teoria da Literatura do Eagleton). Por desencargo de consciência comecei lendo os dois últimos citados, mas no final das contas larguei mão e comecei o Febre de Bola.

No final das contas, não sei porque demorei tanto para ler esse livro. É Hornby puro, em alguns momentos até melhor do que em Alta Fidelidade (e obviamente melhor do que Um Grande Garoto, que é mediano), como por exemplo quando ele abre o primeiro capítulo com um:

Eu me apaixonei pelo futebol como mais tarde viria a me apaixonar pelas mulheres: súbita, inexplicável, incriticavelmente, sem pensar na dor ou nas perturbações que isso me traria.

Aliás, algo bem interessante nesse estilo de escrever do Hornby, é como ele consegue falar de tantas coisas mesmo que esteja escrevendo um livro sobre apaixonados por futebol. Ele vai contar de sua primeira experiência como torcedor de copa, e de repente começa a falar sobre ser crítico (aliás, trecho impagável):

A faculdade de crítica é uma coisa terríve. Quando eu tinha 11 anos não havia filmes ruins, apenas filmes que eu não queria ver, não havia comida ruim, apenas couve-de-bruxelas e repolho, e não havia livros ruins – tudo o que eu lia era ótimo. De repente, certa manhã acordei e tudo havia mudado. Como é que minha irmã não percebia que David Cassidy não estava na mesma categoria que Black Sabbath? Haveria razão no mundo para meu professor de inglês achar que A história do Sr. Polly era melhor que os Dez Negrinhos de Agatha Christie? E desse momento em diante, a satisfação tornou-se algo muito mais fugidio.

Dá para notar o tom informal que impera durante o livro, não é? É quase como um amigo abrindo o coração para você, mas vamos deixar claro: não é um amigo chato. É aquele inteligente e de ótimo senso de humor (e pqp, eu queria que Nick Hornby fosse meu amigo!).

Agora, se futebol não te agrada muito, leia nem que seja por essas outras questões que o Hornby aborda através dessa história sobre sua paixão pelo Arsenal (oh, céus! eu torço para o Arsenal também!!). E se você gosta, não deixe de perder a oportunidade de ler o que um inglês doido por futebol falou sobre a seleção de 70, especialmente sobre Pelé. Lindo =]

3 comentários em “Literatura para o período da Copa”

  1. Oi… o Ronzi indicou teu blog no Popelaria dele e eu vim dar uma olhada…

    Sorte sua de achar um livro do Hornby na biblioteca. Andei atrás de algum dele pra começar a ler na biblioteca daqui(São Caetano do Sul) , mas nem sombra eu vi…

    Bjs!

  2. Mc Mut on 11 Maio, 2006 at 10:50 pm said:

    Oi… o Ronzi indicou teu blog no Popelaria dele e eu vim dar uma olhada…

    Sorte sua de achar um livro do Hornby na biblioteca. Andei atrás de algum dele pra começar a ler na biblioteca daqui(São Caetano do Sul) , mas nem sombra eu vi…

    Bjs!

    É, pelo menos a sorte de achar esse eu tive, porque no caso dos livros que eu precisava ler não fui tão feliz hehe :mrpurple:

    Newspaper Editor on 12 Maio, 2006 at 3:09 pm said:

    EU nuca li Horby devido a comentários maudosos de amigos sobre os livros do cara.

    E apesar de discordar do Arsenal ( meu time é o glorioso Chelsea), concordo sobre as mulheres. O cara mandou bem.

    Que comentários maldosos? Fiquei curiosa ô.O

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