Senhoras e senhores: George Bernard Shaw

shawNão é que eu não conhecesse a figura, ouvi falar muito dele. Inclusive em uma optativa que fiz sobre Sátira alguém levou uma página cheia de detalhes biográficos e citações do sujeito. Poréééém, nunca tinha lido nadica de nada dele. E eu tenho noção de que não poderei ler todos os livros do mundo, mas fico feliz por deixar a lista um tanto menor, então aproveitei o intervalo entre “O Continente” e “O Retrato” para a aula de Ficção e História, para ler Pigmaleão, um dos trabalhos mais famosos do Shaw.

O que dizer? Aparentemente, ele tinha a língua muito mais ferina quando tratava-se de Shaw falando do que do Shaw escrevendo. Pigmaleão tem muitas sacadas brilhantes, mas não é o tipo de peça que vaza ácido para todos os lados como podemos falar das peças do Oscar Wilde, por exemplo. Mas isso não quer dizer que ele não apresenta uma bem elaborada crítica social, que fica bem clara no caso de Pigmaleão.

O enredo é até bastante simples: uma florista é “reeducada” por um lingüísta, para que deixe de falar o cockney passando assim a falar (e se comportar!) como uma dama. Soa familiar? Sim, vocês já viram isso com Audrey Hepburn em My Fair Lady. Na realidade, eu devo dizer que o que mais chamou minha atenção no Shaw não é o que ele escreve, mas como ele escreve.

Eu tenho uma verdadeira queda por drama (aqui falando de ‘texto para teatro’ 😛 ), e confesso que vi poucos dramaturgos utilizando recursos tão diferentes em uma peça. Personagens falando ao mesmo tempo (com uma fala completando a do outro), trechos feitos só para ‘superproduções’ e afins. É realmente MUITO diferente de tudo que já tinha visto, e a verdade é que fiquei curiosíssima para ver a peça nos palcos.

Antes que eu me esqueça, a conclusão do Shaw para Pigmaleão é um dos sermões mais fodas que já li. Não tenho certeza se está presente em todas as edições, mas ver um autor dizendo basicamente um “Vocês estavam esperando que a mocinha ficasse com o mocinho porque estão acostumados demais com suas novelinhas e perderam a capacidade de pensar” já fez valer a leitura. Enfim, assim que sobrar mais tempo corro atrás de outra coisa do sujeito.

***

Em tempo: sim, o Hellfire ficou a quarta inteira fora do ar, por causa de problema no servidor. Mas está aí, firme e forte até o próximo problema. Caso você não esteja conseguindo visualizar com um browser mas consegue com outro, tente dar um reload no browser que não está funfando, ok?

4 comentários em “Senhoras e senhores: George Bernard Shaw”

  1. Eu confesso que eu não tenho muita paciência pra drama, mas isso soou deveras interessante. Ainda mais que eu estou me forçando a ler peças, afinal não é por eu não ter paciência que elas não são boas – muito pelo contrário, tem muita coisa boa que eu só descobri depois de lutar contra minha falta de paciência.
    smack

  2. Anica, nós dois sabemos do real motivo do HellFire e da Valinor terem ficado fora do ar na quarta. Não tente nos ludibriar com essas desculpinhas pré feitas dignas de telemarketing. Só faltou usar um gerundismo na tua fala.

    EU SEI que o HellFire e a Valinor saíram do ar porque o Deriel atualizou o blog dele e isso sempre traz consequências terríveis. Vide o tsunami.

  3. Luciano on 4 Maio, 2006 at 11:20 pm said:

    Eu confesso que eu não tenho muita paciência pra drama, mas isso soou deveras interessante. Ainda mais que eu estou me forçando a ler peças, afinal não é por eu não ter paciência que elas não são boas – muito pelo contrário, tem muita coisa boa que eu só descobri depois de lutar contra minha falta de paciência.
    smack

    Começa lendo as peças do Wilde (se bem que essas eu acho que vc já leu), aí lê a do Shaw. As inovações do segundo ficam bem mais evidentes :love:

    Skywalker on 5 Maio, 2006 at 1:56 pm said:

    Anica, nós dois sabemos do real motivo do HellFire e da Valinor terem ficado fora do ar na quarta. Não tente nos ludibriar com essas desculpinhas pré feitas dignas de telemarketing. Só faltou usar um gerundismo na tua fala.

    EU SEI que o HellFire e a Valinor saíram do ar porque o Deriel atualizou o blog dele e isso sempre traz consequências terríveis. Vide o tsunami.

    Ah, droga! VOcê descobriu! :doh:

    :mrpurple:

  4. Aquilo não é um sermão, é um tapa na cara. Com estilo, mas não deixa der ser um puta tapa na cara.

    De teatro eu estou rererererelendo o Cyrano de Bergerac e dando uma passada no Pequenos Burgeses do Gorki. Já leu/viu?

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