Se você vem de uma cidade grande, a rua na qual você nasceu, cresceu e amadureceu foi sua “terra natal”, e ela sempre foi conhecida como sua “vizinhança”. A residência definiu você tão certo quanto sua origem nacional e lhe deu uma afiliação vitalícia numa fraternidade que se manteve unida pelas memórias.
Esse primeiro parágrafo da Introdução que Will Eisner escreveu para sua HQ “Avenida Dropsie” quase que já entrega tudo o que se verá nas outras páginas da revista. O charme da história não fica por conta do mote “a história de uma vizinhança”, mas de como ela se desenvolve.
Em “Avenida Dropsie” o ritmo é rápido. Desde o começo da vizinhança até o fim, você tem quase 100 anos de histórias cheias de preconceito, orgulho, ganância e todos aqueles outros pecados que fazem dos humanos o que são.
O interessante é que são vários personagens (desde o primeiro morador da “Avenida Dropsie” até o rapaz que tenta lutar para mantê-la), várias histórias que vão passando aos nossos olhos de forma tão coesa que no final das contas acabam refletindo exatamente o que o Eisner fala sobre vizinhança: é uma espécie de fraternidade.
A arte é muito bacana também, ainda mais se for considerar a páginas que ilustram o desenvolvimento da cidade, de uma casa perdida em uma fazenda até… bem, não vou revelar o destino da Avenida Dropsie. 😉
O mais engraçado é que nunca tinha ouvido falar dessa HQ, até saber que a Sutil Companhia de Teatro criou uma peça baseada na história do Eisner. Eu juro que morro de vontade de ver, ainda mais porque pago um pau para os trabalhos da Sutil, mas quis a companhia que Curitiba contasse com uma estréia, e não com a peça Avenida Dropsie.
A peça da Sutil está agendada para os meses de Maio e Junho em São Paulo, no Teatro Alfa. Quem não viu no ano passado (estava passando de graça no SESC, fala sério!), acredito que não deveria deixar passar a oportunidade de assistir. Se o Hirsch fez uma adaptação tão boa quanto fez de “Alta Fidelidade”, “Avenida Dropsie” deve ser fantástica.
Pra minha vergonha eu nunca li nada do Eisner… Apesar de saber o calibre do cara, e ter até ajudado a montar uma exposição dele no CEFET, quando ele morreu.
smack
Fio, eu cheguei a conclusão que não temos que ter vergonha por não ter lido certas coisas. Tem MUITO material bom espalhado nesse mundão, o negócio é ter paciência e ir aos poucos :dente:
=*
Nunca li. E aliás, nunca vou ver: primeitro porque odeio essa conversa de cidade e o caramba a quatro. Depois, porque se foi apresentado no SESC é pra porco-cult ver.
😮
tá bom então, né?
Puts, não vai passar ai em Curitiba? Desculpa falar isso, mas vc não sabe o que está perdendo…
Eu vi ano passado no SESC, e olha, tivemos que chegar lá as três da tarde pra ver a peça as 8h, e já tinha BASTANTE gente. Era incrivel como formava fila naquilo xD
A peça é ÓTIMA. Muito, muito, muito, muito boa.
E chove no palco :dente:
Bjos =***
Essa parte de chover no palco eu sabia, tem até comunidade no orkut pra isso. Queria tanto ver 🙁 Raios de Curitiba de vida cultural monótona :disgust:
Well, pior que é verdade. O vergonhoso não é eu não ter lido nada, é eu ter participado da organização de uma exposição sobre o cara e não ter lido. haha Mas well, com o tempo e GRANA isso será, obviamente, resolvido!
smack
Aff, é mesmo. Tem o fator grana. Mas bem, tem sempre a saída “Ô, ô, ô, Ô e uma garrafa de rum!” se é que você me entende :dente: Se não entendeu eu explico domingo :uhu:
Wow, isso atingiu níveis de retardação que eu nunca imaginei possíveis de serem atingidos. Parabéns.
:g: oi…bom a peça foi apresentada no teatro do “sesi” não do sesc,e ao contrario do que disseram”não vou ver porque nao gosto dessas coisas de cidade”..é um dos melhores e mais engraçados espetaculos teatrais!!!!