Voltemos à Intolerância…

Já falei sobre isso algumas vezes no Hellfire antigo, mas tenho amadurecido melhor a idéia então achei interessante colocar aqui. Afinal, é meu blog, e se você lê é porque não tem nada mais o que fazer, então que mal há de ler minhas viagens, né? :dente:

Ok, vamos ao ponto: o mocinho da Universal dizendo para o rapaz Católico que o Deus dele é o verdadeiro Deus, é intolerância. O rapaz Católico condenando uma senhorita pagã (vamos evitar o termo “wiccan”) por ter uma Deusa, é intolerância. O ateu considerando-se intelectualmente superior por não acreditar em Deus algum, é intolerância. O adolescente dizendo que é agnóstico sem saber o que significa isso, é imbecil.

Enfim, qual é o ponto que eu quero chegar: em que momento fica TÃO difícil para uma pessoa colocar na cabeça que não é uma questão de no que se crê? Por que é tão complicado simplesmente respeitar a crença do próximo, visando um melhor convívio em sociedade?

Eu concordo que tem algumas coisas absurdas nessa relação do Homem com a Religião, a começar no fato de que muito de nossas leis são baseadas em moral cristã, por exemplo. Mas se você é ateu, custa responder um “Obrigada” quando alguém diz “Deus te abençoe” e não um “Deus não existe.”? Se você é evangélico, custa compreender a “não-crença” de uma pessoa e respeitá-la, ou seja, não ficar tentando fazer com que a pessoa creia em algo que não crê por livre e espontânea vontade?

Não consigo compreender porque fazem disso um assunto tão importante, quase um cartão de visita. Necessidade imbecil de criar rótulos ao invés de conhecer profundamente. Necessidade mais imbecil ainda de se auto-afirmar usando uma crença (ou a falta de) como muleta.

Não dá para manter a coisa entre seu Deus e você? Seu coven e você? Ou, só você? Ou melhor: não dá simplesmente para respeitar e aceitar a individualidade do outro, sem crisesinha infantil de “ele me atacou primeiro”?

Eu estive trafegando entre várias religiões para conhecê-las melhor, e posso não concordar com elas, mas respeito e admiro uma pessoa que tenha fé suficiente para não questionar alguns dogmas que eu, pessoalmente, considero absurdos. Respeito mais ainda quem tem seu Deus (ou não o tem) mas não tenta converter o outro só porque tem um Deus diferente. Respeito, sobretudo, o Homem que consegue compreender que diferente todos somos e mais do que isso, somos extremamente complexos. Por isso, não é só a crença que faz de nós o que somos.

6 comentários em “Voltemos à Intolerância…”

  1. Obrigado.

    O grande problema é uma coisa que você mesmo disse em um outro post daqui. As pessoas tem o vício de preencher todas as lacunas com o seu veneno e transformar pacatos cidadões em pessoas extremistas, que elas próprias não gostam. É uma situação em que as pessoas NÃO querem gostar uma das outras, então nem se dão a chance.

  2. Skywalker on 19 Janeiro, 2006 at 1:13 pm said:

    É isso aê! Uhuuuuuuuuuu!

    Anica roxxxxxxxxxxxxxx! :~~~~

    P.s.: Na boa: depois de um post tão cabeça, nada melhor que um comentário “brainless”, né?

    Faltou o X_______________________________X

    *saltita*

    :mrpurple:

    Lukaz on 19 Janeiro, 2006 at 1:14 pm said:

    Obrigado.

    O grande problema é uma coisa que você mesmo disse em um outro post daqui. As pessoas tem o vício de preencher todas as lacunas com o seu veneno e transformar pacatos cidadões em pessoas extremistas, que elas próprias não gostam. É uma situação em que as pessoas NÃO querem gostar uma das outras, então nem se dão a chance.

    Preconceito do pior tipo, não? “Esse cara é mulçumano, não deve ter nada que presta para dizer”, etc. Eu acho que somado a isso tem a questão de querer ser dono da verdade. Pode notar, esse tipo de discussão invariavelmente acaba em querer descobrir que está “certo”

  3. Graças a Deus não convivo com pessoas assim…. ^^ Quer dizer, graças a Deus nada, graças a mim… que escolho bem com quem ando… ^^

    Bom, e parabéns por ter conseguido trafegar por diferentes religiões… eu não consigo… porque simplesmente a minha idéia de Divino não se encaixa em nenhuma delas….rsrs

    Tem inveja? Faça pós em História… ^^ e aí vc deixa de ter inveja… ^^ já pensei em fazer pós em letras..rsrs..mas eu gosto tanto de ser historiadora…. mas sei lá… tenho que terminar a bodega da graduação antes, né?Depois eu vejo em que faço pós…

  4. Alinde on 20 Janeiro, 2006 at 12:44 am said:

    Graças a Deus não convivo com pessoas assim…. ^^ Quer dizer, graças a Deus nada, graças a mim… que escolho bem com quem ando… ^^

    O problema é quando não dá para escolher. Lidar com gente assim no ambiente de trabalho, na faculdade e tudo o mais. =/

    Alinde on 20 Janeiro, 2006 at 12:44 am said:Bom, e parabéns por ter conseguido trafegar por diferentes religiões… eu não consigo… porque simplesmente a minha idéia de Divino não se encaixa em nenhuma delas….rsrs

    Sempre passei por elas mais como uma curiosa – tentando entender a razão da fé dos outros – do que como uma pessoa que acredita. Talvez seja justamente esse o problema: eu não tenho exatamente uma idéia de Divino, só alguém para tapar alguns buracos que a Ciência ainda não explicou, e continua se apoiando em teorias, e não fatos. :dente:

    Alinde on 20 Janeiro, 2006 at 12:44 am said:Tem inveja? Faça pós em História… ^^ e aí vc deixa de ter inveja… ^^ já pensei em fazer pós em letras..rsrs..mas eu gosto tanto de ser historiadora…. mas sei lá… tenho que terminar a bodega da graduação antes, né?Depois eu vejo em que faço pós…

    O meu problema é justamente igual ao seu: eu adoraria fazer História, mas a paixão por Letras é muito maior (tanto que já tenho em mente o projeto do Mestrado em Letras, enquanto para História… xiii…)

  5. Religião é razão de briga para quando falta razão. Basicamente, se você for ver bem, nenhuma religião (tá, tirando…os muçulmanos :twisted:, talvez…) diz que as outras devem ser “destruídas” por força. Seja ela “moral”, seja ela “física”. Mas o povo adora um barraco, vá entender. Dizem que o legal é ficar na briga e deixar o pau comer. Outros dizem que o cool da moda é ficar em cima do muro, como fazem os alguns “ateus”, e rir de todo mundo. Deixando o pau comer também, é claro.

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