Antes de mais nada, uma breve retrospectiva: uma vez a Sol pediu para eu digitar um trabalho para ela, baseado na peça ‘Esperando Godot’, do Beckett. Achei a peça completamente sem graça, com aquele fulano falando sobre a bota que apertava os pés mas não tirava, e tudo o mais. Aí passou o tempo, e tive que ler a peça para Literatura Inglesa IV. E então…
…Me apaixonei. O melhor jeito de compreender Waiting for Godot é LER por si só, e não ler o que falam a respeito. Porque é só desse jeito que é possível se identificar com os dois protagonistas, Vladimir e Estragon, e perceber a crítica que Beckett fez aos homens.
Estamos aqui, esperando por Godot. Não importa se ‘Godot’ é god (deus), tod (morte) ou o que for. A questão é essa situação de espera de um elemento externo para sair da inércia. É simplesmente brilhante, porque Beckett faz isso através dos diálogos e situações mais absurdas. Momentos nos quais as personagens se enchem da situação, falam sobre ir embora e um deles diz que não podem, porque estão esperando por Godot.
A peça provavelmente soará monótona para alguns, mas acredito que o todo acabe valendo a leitura. Na verdade estou tão encantada que preciso assistir essa peça no teatro.
VLADIMIR: Yes, let’s go.
They do not move
Mas o absurdo não para aqui. Fui ontem na médica, com todos os meus exames (aqueles que quase morri para fazer hehe) embaixo do braço e eis que a secretária diz que a médica não atende mais em outubro, que houve um equívoco e que ela marcaria uma nova consulta para mim em janeiro de 2006.
Isso que ainda abriu a agenda e foi passando janeiro e dizendo “Olha só, está lotado. Só terei dia 26/01 de manhã”. Sim, minha gente. Isso de fato aconteceu. Eu fico feliz por ser uma pessoa com tudo nos trinques, porque se fosse caso de vida ou morte, eu estaria as dead as a dodo.
…
Ahhhhhh foda-se, eu sou uma pessoa mesquinha. Mas os pensamentos ruins sobre ela eu deixo aqui na minha cabecinha, senão vocês ficarão com medo dessa que vos escreve, hihihi…