Caiu em minhas mãos o Tratado Sobre a Tolerância do Voltaire. Quer dizer, não caiu em minhas mãos, eu fui pegar o Zadig na biblioteca para o Fábio e resolvi levar o Tratado para mim, he he. Enfim, já comecei a ler (dia de chuva, meu filho, você quer o quê?) e caramba, dá vontade de aprender francês só para ler os livros dele no original. Saca só:
“O direito da intolerância é, pois, absurdo e bárbaro; é o direito dos tigres, e bem mais horrível, pois os tigres só atacam para comer, enquanto nós exterminamo-nos por parágrafos.”
Muito bom mesmo. Vou ter que sentir aquela culpa e deixar a literatura obrigatória de lado por pelo menos um dia, ho ho ho.
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Não consigo deixar de pensar naquela crônica ‘Esquina’ do Mario de Andrade (coloquei um trecho dela aqui meses atrás). Nem de como a solidão cai bem nessas horas, e ouvir perguntas como “Licença, essa cadeira está vazia?” soam tão reconfortantes.